Amor de mãe para a saúde
Diário da Manhã
Publicado em 16 de maio de 2016 às 21:33 | Atualizado há 9 anosPlanejei a gestão de 2013 a 2016 na Prefeitura de Caldas Novas com linhas de prioridade, organização e execução. No topo da pirâmide, elenquei a saúde pública. Vou explicar os motivos: nasci muito pobre, fiquei órfão de pai com 5 anos de idade e de mãe com 16. Vi minha mãe padecer num leito de hospital de AVC aos 39 anos, sina que infelizmente se estendeu ao meu irmão mais novo, o Efrain.
Com essa sequência de tragédias pessoais, senti na pele a dor de quem precisa de médico e é desamparado. Amarguei banco de espera, esperei “chequinho” na fila do SUS também. Me lembro como hoje da minha peregrinação, minha e das minhas irmãs Lilian, Euália e Flor, por ruas e avenidas de Goiânia, enquanto minha mãe agonizava em um leito da saúde pública da Capital.
As lembranças ruins passaram, mas a experiência de vida ficou. Anos depois, Deus me deu a oportunidade de me tornar prefeito, gestor da maior cidade turística do Centro-Oeste brasileiro. Antes de “estar prefeito”, fui radialista da Pousada AM e lá já comecei minha trajetória de ajudar o povo. Fui pegando gosto pela causa, aprendendo, estudando formas de melhorias para a população. É claro que, só de vontade, ninguém faz nada. É preciso aprender, é preciso se dedicar.
Fui atrás de quem conhece a saúde pública, de dentro e por fora. Eu já tinha a experiência da “porta pra fora”, sendo paciente e convivendo com muitos deles que faziam tratamentos crônicos, muitas vezes severos. Agora, me dediquei a aprender a saúde pública nos gabinetes de Brasília, no Ministério da Capital Federal, nos corredores do Palácio das Esmeraldas, nas unidades de saúde de atendimento primário, nos tratamentos intensivos.
Nessa longa caminhada conheci muita gente da área: médicos, enfermeiros, psicólogos, promotores de CAO da Saúde. Vivi o drama, pele a pele, carne a carne, ao ser procurado por mães, pais de famílias, crianças, portadores de necessidades especiais. Então, neste mandato no cargo de prefeito, iniciei um projeto arrojado, que acredito, entrará para história de Caldas Novas. São as unidades básicas de saúde.
Começamos 10 delas, com o objetivo de desafogar os hospitais do Centro. Ao lado do meu amigo engenheiro Mauro Henrique Palmerston, cadastramos os projetos delas no Ministério da Saúde. É bem verdade que o recurso demorou a chegar, pois o Pais entrou no declínio com a crise política do governo Dilma. Fui atrás, peregrinei, amanheci cedo em Ministério, esperei na sala dos amigos deputados que poderiam dedicar emendas à causa, recebi o auxílio e o apoio da nossa representante legítima e dedicada, a deputada federal Magda Mofatto, do PR.
Saímos dos projetos e entramos nas ações. Já entregamos 4 delas, nos últimos dias. A 5ª está vindo, ainda para este mês de maio, o mês das mães. Vamos concluir a meta até julho, com uma inauguração por semana. Nelas, estamos alocando estoque de farmácia básica, atendimento médico, psicológico e odontológico no Itanhangá 2, no Setor Universitário e agora no grande, populoso e querido Parque Real.
No Santa Efigênia, bairro de muitas demandas na saúde, estamos entregando um hospital maior, com o dobro da capacidade de atendimento. As próximas que chegam são as do Itaicí, do Terezinha Palmerston, as das Mansões, também quase conclusa, e do Itaici, região estratégica para o desenvolvimento da cidade.
Me espelho em grandes estadistas. Leio e aprendo com a história do goiano Henrique Santillo, homem de coragem que criou o internacionalmente elogiado Sistema Único de Saúde. Com as UBS prontas, estenderemos a rede de saúde aos bairros. O próximo passo é completá-la com unidades maiores, como a UPA do Caldas do Oeste, que estamos construindo.
Outra parte fundamental, além da estruturação, é ampliar o acesso à humanização entre o paciente e o profissional. É o que estamos fazendo, com a reabertura do Hospital André Alla Filho, hoje transformado em Maternidade Amor e Esperança, a MAE, e Pronto Atendimento Infantil, o PAI.
Tivemos o mérito de, literalmente, tirar o cadeado da porta, reformar o prédio, colocá-lo dignamente para atender aos pacientes. O mesmo fiz com o Centro Médico de Especialidades, que é antigo Materno Infantil, também criado por mim na minha primeira gestão, no ano 2000. Passou tanto tempo, mas, por Deus, pude reformá-lo à população. O hospital que hoje leva o nome da minha mãe, Célia Cassimiro Correia, oferece o atendimento com mais de 20 especialistas, entre neurologistas, endocrinologistas, ortopedistas e geriatras.
No PAI e na MAE estamos focados em cuidar dos bebezinhos que nascem, no recorde número de 6 por dia, quase 180 por mês. Com a dedicação da nova diretora, Cinthia Ferreira, que passa sábado, domingo e feriado dentro dos hospitais, estamos acertando na medida. Nosso objetivo é oferecer na saúde de Caldas Novas um tratamento de mãe para filho. É amor que gera mais amor. É assim que quero uma saúde para os moradores da nossa cidade.
(Evandro Magal, prefeito de Caldas Novas, ex-deputado estadual e secretário de Estado)
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