Politica

Reunião do PMDB termina com bate-boca e tiro

Welliton Carlos da Silva

Publicado em 28 de janeiro de 2016 às 00:36 | Atualizado há 1 semana

Uma discussão entre o deputado Paulo Cézar Martins (PMDB) com o presidente da juventude nacional da legenda, Pablo Rezende, na noite desta quarta-feira, terminou na delegacia, e agravou ainda mais o conflito dentro do comando da sigla – hoje disputada pelo grupo de Iris Rezende e de Maguito Vilela.

Conforme a versão de Pablo, relatada para a imprensa, o parlamentar teria tentado impedir que militantes tivessem acesso a documentos referentes aos delegados do partido – que decidirão quem vai, de fato, comandar o PMDB a partir de fevereiro.

O  partido terá em breve disputa pela presidência da sigla envolvendo  Nailton Oliveira, o deputado federal Daniel Vilela e possivelmente outros postulantes  – como Paulo Cézar Martins.

A reportagem do Diário da Manhã não conseguiu contato com Pablo, mas o deputado Paulo Cézar Martins não confirmou a versão informada pelo líder da juventude para a imprensa.

 

Pablo disse ao “Jornal Opção” que o segurança de Paulo Cézar Martins chegou a atirar nele. Todavia, a bala passou longe.

Por sua vez, o deputado alega que o tiro foi dado para colocar fim à discussão, que se acalorava cada vez mais. E não teve nenhuma pessoa na mira.

Victor Hipólito, que acompanhava Pablo, acusou o deputado: “Hoje fui alvo de um bandido de que se intitula político”.

O áudio divulgado por Victor mostra o momento de tensão vivido pela legenda na noite de quarta-feira.

A discussão começa com os militantes jovens gritando “Bruno!!!!”, que é o deputado estadual Bruno Peixoto, que estava na hora no diretório.

Em determinado momento é possível escutar: “Tiro no diretório!!! O senhor vai me matar, deputado!!!”.

Em outro momento, Pablo, assustado, diz que “ele vai ter que me dar um tiro”.

E completa: “Eu vou lá para o Diário da Manhã”.

OUÇA O ÁUDIO

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TENSÃO

O PMDB vive hoje um momento de grande tensão interna.

Após a derrota para Marconi Perillo, em 2014, a ala irista começou uma fase de depuração, que incluiu a expulsão de políticos como Júnior Friboi – ligado aos Vilelas.

Mais recentemente, a legenda começou a discutir qual o papel de Iris Rezende dentro da sigla – se ele atuaria como mentor ou como puxador de votos e eventual candidato à prefeito de Goiânia.

Cresce novamente no partido a insatisfação com o grupo irista.

Conforme Paulo Cézar Martins, o conflito teria iniciado após dona Iris, candidata derrotada nas eleições de 2014, ter convencido Iris a manter o PMDB em suas mãos e seguir orientando os passos da legenda. “São todos marionetes dela”, diz o deputado.

O grupo de Daniel Vilela, por sua vez, quer o comando da legenda para encorpar uma candidatura ao governo em 2018.

A convenção do partido que ocorreria em 2015 foi vetada pela Justiça, que tenta conciliar os interesses dos filiados e evitar que o grupo irista  tratore os demais integrantes.

Marcada para 2 de fevereiro, a convenção tende a ser eletrizante devido ao jogo interno.

O presidente provisório, deputado federal Pedro Chaves, vem tentado conciliar o grupo político, mas com a certeza de que a tentativa de Iris e Maguito em forjarem consenso é quase impossível.

O problema da facção que tenta sufocar Iris é assumir o partido sem levar em conta a força política do ex-governador, hoje favorito para a disputa do Paço Municipal.

Sem sua vitória para prefeito em Goiânia, nas eleições de outubro, o partido perde musculatura para a disputa de 2018.

É uma queda de braço onde todos podem sair derrotados.

 

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