Trabalhar por um País sem violência
Diário da Manhã
Publicado em 14 de janeiro de 2016 às 22:27 | Atualizado há 9 anosO Estado Brasileiro vive a pior violência da sua história. São centenas de pessoas assassinadas, estupradas , assaltadas e roubadas por dia. Os números são equiparados aos de um país em plena guerra. E para alarmar mais ainda a população, o governo não tem tomado nenhuma providência capaz de reduzir o avanço das organizações criminosas. Os órgãos que cuidam da segurança pública e da justiça, não tem recebido o apoio e os meios necessários ao cumprimento da missão. O povo, de onde emana o poder e para quem deveria ser exercido, não está exigindo dos governantes o cumprimento dos seus deveres. Pelo contrário, está se limitando a reclamar, chorar as perdas de entes queridos, criticar os políticos e, de forma ainda muito incipiente, vem colaborando com a polícia na identificação dos criminosos. É muito pouca a contribuição da sociedade na prevenção e combate a criminalidade. As pessoas precisam se conscientizar que não é possível conviver ao lado de criminosos, na mesma sociedade. Não dá para misturar joio e trigo, o mal e o bem, a verdade e a mentira, e nem a paz e a guerra. Para o bem da ordem pública e da soberania nacional, algo precisa ser feito com a maior brevidade possível.
Trabalhar por um país sem violência é o caminho para se conter o avanço da criminalidade e conquistar a paz. Prevenir e combater a criminalidade, no estágio que chegou, não é tarefa apenas do governo, é de todos os brasileiros. Tem que haver o engajamento da população, denunciando os criminosos, apoiando a polícia e exigindo do governo e dos políticos que honrem o poder que o povo lhes delegou. Não dá mais para esperar, as famílias já estão cansadas de chorar a perda de ente queridos, os empresários já cansaram de trabalhar para sustentar bandidos, e as pessoas indignadas de perderem o direito de ir e vir. Com tanta insegurança, o Brasil não pode ser considerado um país democrático. Numa verdadeira democracia não existe tanta miséria, tanta falta de liberdade, tanta impunidade, tanta injustiça social e tanta violência contra as pessoas de bem. Não adianta o governo querer ensinar o povo a se defender dos marginais, a obrigação é dele, por meio dos órgãos de segurança pública. A tentativa de responsabilizar o povo pela violência que sofre, além de ser um ato injusto, é uma forma ridícula de tentar transferir para o povo o que lhe compete fazer. E não é por falta de recursos, como sempre alegam os governantes, é por falta de competência, de patriotismo, de amor ao próximo e de comprometimento com as causas sociais.
A imprensa brasileira é considerada uma das melhores do mundo. Tem contribuído muito para o desenvolvimento do país e para solucionar o problema da violência e da criminalidade no Brasil. A imprensa, segundo os profissionais da área, não inventa notícia, apenas reproduz fatos acontecidos. As ocorrências policiais, que ocupam grande parte da mídia brasileira, são fatos acontecidos ou na eminência de acontecer, não é invenção da imprensa. No país democrático não há censura, a imprensa é livre e ninguém pode impedir o seu trabalho. Por outro lado, mostrar criminosos, vítimas e, o passo a passo dos atos criminosos, não consigo capitar a contribuição positiva para a construção de uma cultura de paz. Pela atitude dos criminosos, quando presos, e são entrevistados, é fácil avaliar a ausência de remorso pelo crime cometido e a grande satisfação de aparecer na mídia. A verdade é que, no estágio que a violência e a criminalidade estão, não dá mais para ninguém fazer de conta que não ver, e muito menos tentar combater de forma pontual. Esse é o tipo do problema que o governo precisa convocar as forças legais, a população e a imprensa para, numa ação conjunta, fechar o território nacional e fazer uma varredura na sujeira que jogaram no País.
(Gercy Joaquim Camêlo, governador do Rotary International, Distrito 4530, Gestão 2012/2013)
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