O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, reforçaram a necessidade urgente de ações efetivas contra as mudanças climáticas durante uma reunião virtual realizada nesta quarta-feira (23). Ambos os líderes enfatizaram que a luta contra a crise climática requer não apenas dedicação, mas também a implementação de metas ambiciosas por parte das nações do mundo.
Compromissos globais
Durante o encontro, Lula destacou que apenas 10% dos países conseguiram entregar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que são essenciais para o combate às mudanças climáticas. O presidente brasileiro afirmou que os países desenvolvidos, historicamente os maiores emissores de carbono, precisam assumir sua responsabilidade e aumentar o financiamento climático, que deve atingir US$ 1,3 trilhão.
Além de ressaltar a importância de uma abordagem inclusiva, Lula mencionou a necessidade de representar os setores marginalizados na transição energética, citando a relevância de vozes de mulheres, negros e indígenas nesse processo. Ele fez referência ao legado do Papa Francisco, que defendia a ideia de uma ‘ecologia integral’ que une a natureza e a humanidade.
Expectativas para a COP30
A reunião serviu como um impulso para preparar os países para a COP30, que ocorrerá em novembro em Belém. O prazo para a apresentação das NDCs foi estendido até setembro, e a expectativa é que os líderes mundiais se mobilizem para apresentar compromissos mais robustos e claros. O Brasil, por exemplo, já se comprometeu a reduzir suas emissões em 67% até 2035.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou a participação de líderes de países como China e da União Europeia, reforçando que a situação atual da crise climática exige ação imediata e comprometida. A participação da China, maior emissor mundial de gases de efeito estufa, foi especialmente mencionada como um passo significativo no discurso de Guterres.
Lula também apresentou quatro iniciativas para serem debatidas na COP30, incluindo um novo pacto ambiental e um fundo para remunerar países em desenvolvimento que preservem suas florestas. Ele alertou sobre o ritmo acelerado do aquecimento global e os riscos iminentes para ecossistemas críticos.
“A COP30 deve ser um verdadeiro mutirão para garantir que as promessas se tornem ações concretas. O mundo não pode mais esperar”, concluiu Lula.
