Economia

Por que as empresas de tecnologia vivem boom de demissões?

Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2024 às 14:58 | Atualizado há 11 meses

Você está feliz agora que começou a entender e aprender linguagem de programação. De repente, enxerga um cenário ideal para viver de produzir tecnologia. Em Goiás, existe – por exemplo – grande incentivo governamental. Tem até um Hub criado pelo Governo de Goiás. Escolas ensinam a criar aplicativos. Mas – afinal – e as demissões globais?

Como vanguarda do sistema econômico, o segmento tecnológico tem suas características e pioneirismos no capitalismo.

Primeiro, inaugura uma era do trabalho líquido. Sim, a indústria da tecnologia dos EUA vive um bom momento. Mas continuará a realizar demissões em massa. Motivo: com a flexibilização das normas trabalhistas (alguns países sequer têm regras) existe um menor custo no ato de demitir e recontratar. Ou melhor: fica mais em conta contratar por empreitadas.

O caso da Microsoft é clássico: reduziu a força de trabalho em julho de 2023. Agora mandou embora 1.900 funcionários. E está em um bom momento, já que comprou a Activision Blizzard por US$ 69 bilhões.

Ciclo

Fontes do segmento de tecnologia falam em “ciclo” e mudança de comportamento das empresas que buscam colaboradores e não mais servidores.

Mal começou o ano e 32 mil trabalhadores foram demitidos em 122 empresas de tecnologia desde o início de 2024.

As empresas não querem mais vínculos. Com isso, afastam o ‘sócio’ público, que busca ‘ganhar’ com a geração de empregos.

Na era líquida, é mais barato demitir e contratar. Mas e quando o trabalhador é um especialista? Estes ainda são aqueles que permanecem – ficam por necessidade das indústrias, que enxergam neles líderes necessários para amplificar a produtividade.

Mas outro fator tem motivado as demissões na área: a chegada da Inteligência Artificial (IA). Com ela é possível programar a ação de um player de game em segundos – quando a operação demorava uma manhã.

De acordo com Andrés Allende, gerente do fundo Dip Value Catalyst da A&G funds, em entrevista para BBC, existe um ciclo brutal: eles são bruscos, rápidos e flexíveis. Ou seja, muitas destas empresas e novos projetos serão colocadas em prática – o que ofertará novos empregos. “Aqueles que sobreviverem podem voltar a ter oportunidades muito promissoras”, explica Allende. Por enquanto é hora das demissões. Alguém aí lembra da fábula da formiga e da cigarra?


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