China retoma importação de carne bovina do Brasil após suspensão do embargo, anuncia Fávaro

O governo da China suspendeu o embargo à importação de carne bovina produzida no Brasil, após a detecção de um caso atípico de vaca louca no Pará, no final de fevereiro deste ano. A decisão foi anunciada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, três dias antes da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a China.

A decisão da China de suspender as importações de carne bovina do Brasil, juntamente com Tailândia, Irã e Jordânia, causou preocupação no setor agropecuário brasileiro. No entanto, laboratórios internacionais já haviam identificado que o caso de vaca louca era atípico e resultado do envelhecimento natural do animal, o que significa que não havia risco de contaminação do rebanho.

A Rússia embargou apenas a carne exportada do Pará, afetando apenas uma única planta frigorífica do estado, pois as demais já não exportavam carne para o país europeu.

Após a detecção do caso de vaca louca, o Brasil suspendeu as exportações de carne bovina para a China. O acordo bilateral entre os países define “auto embargo” quando problemas desse tipo são detectados, mas a decisão de manter a suspensão ou retomar a compra cabe à China.

Nas últimas semanas, o governo brasileiro enviou informações detalhadas sobre a investigação do caso de vaca louca detectado no Pará, além de realizar exames que descartaram o risco de contágio do rebanho. Essas medidas foram cruciais para subsidiar a decisão da China de retomar as importações de carne bovina do Brasil.

Vale destacar que, segundo a médica-veterinária, virologista e pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Vanessa Felipe de Souza, o Brasil tem um histórico de monitoramento rigoroso da doença da vaca louca, e nunca identificou a forma mais tradicional de contágio, que ocorre por meio da alimentação dos animais.

A decisão da China de retomar as importações de carne bovina brasileira é uma boa notícia para o setor agropecuário do país, que é responsável por uma parcela significativa das exportações brasileiras. Além disso, reforça a confiança na qualidade e segurança dos produtos agropecuários nacionais.