Cidades

Padre goiano é condenado após chamar médico que realizou aborto legal de assassino

Padre é condenado a indenizar médico por danos morais após chamá-lo de “assassino” em um texto compartilhado nas redes sociais. A decisão, proferida pela 23ª Vara Cível da Capital, fixou a indenização em R$ 10 mil.

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Publicado em 21 de março de 2023 às 14:29 | Atualizado há 2 anos

O médico Olímpio Barbosa de Moraes Filho foi chamado de “assassino” pelo padre Luiz Carlos Lodi da Cruz, da Diocese de Anápolis, localizada a 55 km de Goiânia, em um texto compartilhado nas redes sociais. Como resultado, o padre foi condenado a pagar uma indenização por danos morais ao profissional da saúde. O comentário ocorreu após o médico ter realizado um aborto legal em uma criança de 10 anos que havia sido vítima de estupro.

O padre da Associação Pró-Vida foi condenado a pagar uma indenização de R$ 10 mil ao médico. Durante o processo, a defesa do sacerdote argumentou que o texto que deu origem à ação tratava de uma crítica aos procedimentos abortivos no Brasil, independentemente da circunstância, e que ele utilizou a palavra “assassínio” em vez de “assassino”. A decisão pode ser objeto de recurso.

O padre foi condenado em 2 de março pelo juiz Adriano Mariano de Oliveira, da 23ª Vara Cível da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Na decisão, o magistrado considerou que o termo “calunioso” foi utilizado de forma direta contra o médico.

Apesar da liberdade de expressão, não se pode imputar a uma outra pessoa comentários ofensivos que abalem sua imagem pessoal e profissional baseados em temas polêmicos que inclusive dividem opiniões Trecho da decisão
 

No início, a defesa do médico havia solicitado uma indenização de R$ 40 mil. Contudo, ao determinar o valor da indenização, o juiz levou em conta a situação econômica das partes envolvidas, a gravidade da culpa, bem como outros fatores culturais e sociais. Em virtude disso, o magistrado concluiu que houve dano moral e fixou a indenização em R$ 10 mil.

A Diocese de Anápolis emitiu uma nota e disse que não vai se manifestar sobre o caso e que, apesar do padre ser incardinado da Diocese, “suas ações são de cunho individual”.

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