Caiado reafirma desejo pela pacificação política do País
Redação
Publicado em 1 de março de 2024 às 15:15 | Atualizado há 10 mesesO governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), um dos quatro chefes de executivos estaduais presentes na manifestação de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, evento realizado no último domingo (25/02), na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo, reafirmou seu desejo pela pacificação do País e cobrou que o presidente Lula também acene neste sentido, evitando acirramento da polarização que domina o País desde 2018.
Para Caiado, a manifestação na Paulista foi um momento importante da democracia brasileira, e sustentou que Jair Bolsonaro, seu aliado, acertou o tom do discurso ao conclamar pela pacificação do país e apaziguamento dos ânimos. Segundo Caiado, o ex-presidente não atacou as instituições e acertou ao adotar moderação nas suas palavras, na esperança de que o clima evolua para a paz.
“Ele (Bolsonaro) foi lá para realmente explicar a trajetória dele, o que vê no momento e o que pretende para o futuro. Ele conclamou pela paz, fez até referência no momento em que falou: ‘Olha, nós queremos pacificar o país, apaziguar os ânimos, evoluir para um clima de anistia’”, explicou.
Bem avaliado
Na avaliação do governador goiano, hoje o mais bem avaliado do Brasil e aprovado tanto por eleitores bolsonaristas quanto lulistas, segundo pesquisa Atlas/Intel, o presidente Lula também precisa compreender o seu papel na busca da pacificação, evitando, assim, o acirramento das divergências políticas que levaram à intensa polarização que o Brasil vive hoje. Ele citou como exemplo da política de convergência suas próprias atitudes em Goiás.
“Não é possível que você tenha um terceiro turno agora. Já acabou a campanha. Então vamos arquivá-la. Eu disputei com Daniel Vilela, fui lá e tive a humildade de pedir que viesse comigo. Disputei com o Gustavo Mendanha, fui lá pedir que me emprestasse o conhecimento dele pra gente governar o Estado. Então acredito que um gestor quer pacificação para poder avançar. Se ficar em queda-de-braço, o governo não vai andar. É o que você está vendo. O governo está patinando, enxugando gelo e realmente nada tem acontecido até agora”, afirmou em entrevista ao jornal O Popular.
Bandeiras de Caiado
A defesa da família, do liberalismo e do legado deixado pela gestão do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) foram destacados pelo governador de Goiás Ronaldo Caiado (UB) no ato realizado na avenida Paulista, em São Paulo (SP), domingo (25/02).
Aliado de Bolsonaro, Caiado ressaltou o poder de mobilização do ex-presidente. “Algo indescritível, só quem está aqui viu algo jamais visto no Brasil. Uma liderança que já não ocupa cargo, consegue conclamar as pessoas e garantir público tão expressivo”, disse.
O líder goiano enfatizou ainda pautas defendidas pela direita e o desejo de seguir trabalhando pelo que acredita. “O Brasil que acredita no direito de propriedade, nos princípios familiares, no combate à criminalidade. Esse é o Brasil que Bolsonaro construiu e nós vamos continuar”, ressaltou Caiado.
Governador sai na frente como o primeiro a desafiar Lula em 2026
Médico, produtor rural e membro de uma família influente em Goiás, Ronaldo Caiado iniciou sua carreira política mirando alto. Em 1989, aos 40 anos, pulou do trampolim da então poderosa União Democrática Ruralista (UDR) para a disputa da Presidência da República pelo PSD, na primeira eleição do país após a ditadura.
Enfrentou nomes de peso como Lula, Leonel Brizola, Mario Covas e Ulysses Guimarães. Terminou em décimo lugar, com 0,68% dos votos, mas não desistiu da política.
Um ano depois, chegou à Câmara dos Deputados, onde ficou por cinco mandatos, e foi eleito senador em 2014. Nesse período, manteve a defesa de pautas conservadoras e de interesse do agronegócio, consolidando-se como opositor da esquerda e do PT — figurou como um dos articuladores do impeachment de Dilma Rousseff.
Foi eleito governador de Goiás no primeiro turno em 2018 e 2022, mas segue de olho no Palácio do Planalto. A três anos do fim do seu mandato, já anunciou que deseja tentar novamente a Presidência, saindo na frente de outros nomes da direita que estão de olho na possibilidade de liderar a oposição a Lula em 2026.
Falta, claro, combinar com muita gente, a começar pelo próprio partido dele, que vive em meio a rachas internos e divergências ideológicas. Em tese, a legenda tem força para bancar um robusto projeto de oposição no próximo pleito presidencial. O União Brasil tem hoje 59 deputados e sete senadores e deve receber uma fatia grande do fundo eleitoral, atrás apenas do PL e do PT.
Ciente das dificuldades, Caiado já vem trabalhando internamente para tentar pavimentar os alicerces de uma possível candidatura. Nesse sentido, conquistou uma vitória no processo que vai culminar na troca de comando do União.
Uma convenção nacional marcada para esta quinta-feira (29) vai decidir quem assume a presidência do partido no lugar de Luciano Bivar, que teve seu reinado encurtado após desentendimentos com outros caciques.
O governador de Goiás foi um dos articuladores da troca no comando, ao lado dos deputados Mendonça Filho e Elmar Nascimento, do senador Davi Alcolumbre e do ex-prefeito de Salvador e secretário-geral da legenda, ACM Neto. “A partir da convenção nacional, nós teremos uma outra realidade dentro do partido. As posições partidárias não irão partir mais apenas de uma ou de outra pessoa”, acredita Caiado.
No caso de Caiado, dentro da pretensão dele de liderar uma frente ampla de partidos que incluiria PP, Republicanos e até o PL de Jair Bolsonaro, o alinhamento com o ex-presidente tende a ser mais natural. O capitão e o governador falam a mesma língua. Nessa relação, ocorreram algumas rusgas apenas no período da pandemia. Caiado fez críticas à forma como Bolsonaro conduziu a crise sanitária, foi contra suas decisões e chegou a romper com o ex-presidente, anunciando que não falaria com ele. Da pandemia para cá, Caiado restabeleceu o diálogo com Bolsonaro.
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