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Derrocada de Bolsonaro: de imbrochável a inelegível

Ministra Cármen Lúcia proferiu seu voto, concordando com o relator, e condenando o ex-presidente Bolsonaro. Com isso, foi formada maioria no TSE, confirmando a inelegibilidade do ex-chefe do Executivo.

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Publicado em 30 de junho de 2023 às 15:47 | Atualizado há 2 anos

Na quarta sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia proferiu seu voto, concordando com o relator, e condenando o ex-presidente Bolsonaro. Com isso, foi formada maioria no TSE, confirmando a inelegibilidade do ex-chefe do Executivo.

Até o momento, o relator do caso, Benedito Gonçalves, juntamente com os ministros Floriano Marques, André Tavares e Cármen Lúcia, votaram pela condenação de Bolsonaro, resultando em uma pena de oito anos de inelegibilidade. Por outro lado, o ministro Raul Araújo votou pela rejeição da ação movida pelo PDT. Portanto, há uma contagem de três votos a favor da condenação de Bolsonaro.

A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) foi iniciada pelo PDT e está sendo analisada pelo TSE. O objetivo da ação é determinar se Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante uma reunião com embaixadores ocorrida em julho de 2022.

O ministro Alexandre de Moraes havia programado três sessões para o julgamento do processo, que estavam agendadas para os dias 22, 27 e 29 de junho. No entanto, devido ao não encerramento dos votos nesses dias, o ministro convocou uma sessão extraordinária para esta sexta-feira com o objetivo de concluir o processo.

O ministro Benedito Gonçalves, que é o relator do caso, em seu voto, propôs tornar Bolsonaro inelegível até 2030. Segundo Gonçalves, as provas apresentadas demonstraram que o ex-presidente foi totalmente responsável pela realização da reunião com os embaixadores.

O magistrado afirmou que Bolsonaro adotou uma estratégia político-eleitoral baseada em desinformação grave sobre as urnas eletrônicas e sobre o funcionamento do Tribunal Superior Eleitoral. Gonçalves destacou que o então presidente utilizou sua posição como chefe de Estado para prejudicar o ambiente eleitoral.

Por outro lado, o ministro Raul Araújo Filho apresentou uma divergência em relação ao relator e votou pela absolvição da chapa. Araújo Filho argumentou que, sem a inclusão de fatos adicionais na ação, como a minuta de um golpe, as dúvidas levantadas por Bolsonaro em relação às urnas não têm gravidade suficiente para configurar a inelegibilidade.

Conforme relatado pelo ministro Benedito Gonçalves, foi constatado que ocorreu abuso de poder político no uso do cargo por parte do presidente Bolsonaro, bem como um desvio de finalidade no uso do “poder simbólico” e da posição de chefe de Estado. Essas ações foram identificadas como tendo o objetivo de degradar o ambiente eleitoral, prejudicando assim a lisura e a imparcialidade do processo eleitoral.

O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu candidato a vice-presidente, Braga Netto, enfrentam acusações de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Essas acusações sugerem que eles teriam se aproveitado de suas posições para obter vantagens políticas e manipular a comunicação em benefício próprio. O desdobramento dessas acusações será objeto de análise e julgamento no processo correspondente.

Durante a disputa presidencial em julho de 2022, Jair Bolsonaro convocou uma reunião com embaixadores de países estrangeiros, onde fez ataques infundados ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. Utilizando a estrutura pública do Palácio da Alvorada, a TV Brasil e suas redes sociais, ele repetiu teses sobre o assunto que já haviam sido desmentidas anteriormente. Essas ações levantaram questionamentos sobre o abuso de poder político e o uso indevido dos meios de comunicação por parte do então presidente.

Leia aqui os principais pontos do voto do relator.

O julgamento teve início na quinta-feira (22) com a apresentação do resumo do caso e as sustentações das partes envolvidas no processo. O advogado do PDT, autor da ação, o advogado da chapa Bolsonaro-Braga Netto e o Ministério Público Eleitoral tiveram a oportunidade de expor seus argumentos perante o tribunal. Durante essa fase, cada parte apresentou suas razões e evidências em apoio às suas posições, fornecendo um panorama dos argumentos que seriam considerados durante o julgamento.

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