Covid-19: jovem consegue vaga em UTI 19 minutos após morrer
Marta Delmondes
Publicado em 24 de março de 2021 às 18:26 | Atualizado há 4 anosUm jovem de 22 anos aguardava leito de unidade de terapia intensiva (UTI) para Covid-19 em São Paulo, mas a vaga só foi aprovada minutos após a morte do paciente. Renan Cardoso morreu dois dias após dar entrada no Pronto Atendimento de São Mateus, onde chegou já em estado grave. Segundo a Prefeitura de São Paulo, ele foi o primeiro caso de morte na fila por leito na cidade.
No dia 13 de março, a solicitação para a vaga em UTI foi aprovada, isso às 17h38 – 19 minutos após a morte do jovem, confirmada às 17h19 do mesmo dia. A enfermeira Andreza Sécolo, que é responsável pela avaliação de pedidos de transferência em um hospital de campanha na zona sul de SP, disse que quando Renan chegou ao hospital, o momento foi de desespero.
Segundo Andreza, o jovem estava em estado grave, e a unidade não tinha o preparo necessário para atende-lo. “Quando chegou a ficha do Renan, a gente ficou desesperado, porque percebeu que era um paciente grave que estava numa unidade que não tinha esse preparo. Era um paciente obeso que estava há dois dias em uma cadeira, sem suporte respiratório adequado”, explicou a profissional ao G1.
A enfermeira ainda relatou que entrou em contato com a supervisão para agilizar o processo para conseguir o leito de UTI e assim que liberou a vaga, ligou na unidade de São Mateus, onde Renan estava. No entanto, de acordo com Andreza, na ligação receberam a informação de que o paciente tinha acabado de morrer.
“A gente tomou um balde de água fria, porque estava com a esperança de dar para o Renan o atendimento que ele precisava. Foi uma das piores sensações, de toda essa tristeza que a gente está vivendo, essa foi um marco. Foi de novo a sensação de impotência, de correr contra o tempo, e perder”, completou ela.
Vagas em UTI
Andreza ainda explica que mesmo com leitos disponíveis, nem sempre é possível aceitar um pedido de transferência, porque o quadro clínico do paciente pode não ser compatível com a estrutura do hospital.
“A gente prioriza os mais urgentes, mas dentro disso tem de ver quais são os que a gente tem capacidade de suportar. Então, às vezes, a gente está sem máquina de hemodiálise, e o paciente precisa disso, então precisamos ver esses detalhes. Mesmo quando tem vaga, a gente nem sempre pode aceitar, por causa das condições do nosso hospital, que está no limite”, disse a enfermeira.
*Com informações do Metrópoles.
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