Cotidiano

Acusados de atentado contra advogado vão a júri

Redação

Publicado em 30 de agosto de 2018 às 01:40 | Atualizado há 6 anos

Os irmãos Ovídio Rodrigues Chaveiro e Valdinho Rodrigues Chaveiro vão a júri popular nesta quinta-feira (30) às 8h. Eles são acu­sados de ter enviado o pacote com uma bomba para o advogado Wal­mir Oliveira da Cunha, em julho de 2016, e estão presos preventivamen­te desde dezembro de 2016. O pro­fissional ficou gravemente ferido e teve três dedos e parte da palma da mão esquerda mutilados.

A denúncia do Ministério Pú­blico do Estado de Goiás (MP-GO) pediu o encaminhamento dos dois irmãos, que são policiais federais aposentados, a júri popular por tentativa de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, crime cometido com emprego de explo­sivo e dissimulação, meio que im­possibilitou a defesa da vítima. Na decisão de pronúncia, o juiz Jesseir Coelho, na condição de substituto na 2ª Vara dos Crimes Dolosos Con­tra a Vida e Tribunal do Júri, consi­derou que na audiência de instru­ção e julgamento as testemunhas reconheceram Ovídio como sendo a pessoa que entregou o artefato ex­plosivo para o motoboy levar ao es­critório do advogado.

Segundo os autos, a motivação para o crime seria a represália dos acusados em relação a atuação pro­fissional da vítima, Walmir, como advogado em uma ação que rever­teu a guarda de uma criança, neta de Valdinho, para o pai e cliente de Cunha. A sessão da quinta-feira (30) será aberta ao público e será presi­dida pelo juiz Lourival Machado da Costa, titular da 2ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri. Foram arroladas 12 teste­munhas, sendo seis de cada parte, e dois informantes. O processo conta com cerca de 2000 páginas será jul­gado por sete jurados. O presiden­te da Comissão Nacional de Defesas das Prerrogativas e Valorização das Advocacia (CNDPVA) do Conselho Federal das Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Dr. Cássio Lisandro Telles, virá a Goiânia para acompa­nhar pessoalmente a sessão plená­ria do juri, a pedido do presidente do Conselho Federal da OAB, Dr. Cláudio Pacheco Prates Lamachia.

Causa da sociedade

O advogado Walmir Cunha rela­ta que passou por um grande trau­ma físico e emocional, bem como por um longo processo de readap­tação. Apesar do sobressalto per­manente, que já levou muitos pro­fissionais ao anonimato e até a abandonar sua atividade, ele esco­lheu enfrentar essa situação árdua por entender que o atentado que sofreu não apenas contra sua pes­soa, mas também contra o Estado de Direito Democrático e contra a própria advocacia.

 

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