App lança botão “antipânico”
Diário da Manhã
Publicado em 31 de julho de 2018 às 23:45 | Atualizado há 6 anosO serviço de transporte por aplicativo Uber lançou botão “antipânico” que proporciona aos passageiros acionar a polícia com apenas um clique caso estejam em situação de risco. De agora em diante, a empresa garantiu que o contato será mais fácil, pois para chamá-los não será necessário sair do aplicativo. No momento, a opção está disponível somente a alguns usuários, porém o objetivo do aplicativo é fazer com que essa ferramenta passe a ser utilizada por todos até o final do mês de agosto, já que outros três países possuem a novidade.
Ao acionar o botão de identificação, os usuários vão poder ter contato com o nome do motorista, placa do carro e em quais ruas o veículo está passando naquele instante. Apesar da novidade, o compartilhamento de informações tanto de número cadastrados quanto da polícia vai ser interrompido no instante em que os condutores encerrarem a viagem. Em entrevista à Agência Estado, o diretor do Uber no Brasil, Sachin Kansal, explicou como se dá o monitoramento por meio do botão. “Notificamos que a viagem interrompida foi encerrada em lugar diferente que o escolhido como destino pelo usuário”, afirma.
Por enquanto, apenas passageiros vão ter acesso à opção de segurança. A empresa, por sua vez, frisou que espera lançar um serviço semelhante para motoristas nos próximos meses, uma vez que vários condutores pelo Brasil já foram vítimas de ações criminosas durante suas corridas. Em Goiânia, por exemplo, a reportagem do Diário da Manhã ouviu vários relatos de motoristas que acabaram sendo assaltados ao chegar ao término das viagens. “A gente busca algumas precauções, como ver se há muitas reclamações acerca do cliente, ou evitar ir em determinados locais à noite”, diz um motorista, que não quis se identificar.
Adepta do transporte por aplicativo, a professora de Geografia, Andréia Cristina Tavares, 45, disse que a iniciativa tende a trazer melhorias para a população. De acordo com ela, que sempre procura chamar um motorista quando tem de se deslocar pela capital goianiense por conta de compromissos do cotidiano, alguns condutores lhe passam medo em função do jeito que se comportam com passageiros. “Já tive viagens que me deixaram totalmente receosas em relação à minha segurança, porque eu tentava puxar conversa com o cara, e não conseguia”, relata. “Ele permanecia em silêncio”.
A mesma opinião em relação ao serviço é comungada pelo vendedor Marco Polo, 43. Proprietário de automóvel, ele sempre recorre aos serviços de transporte por aplicativo quando consome bebidas alcoólicas, ou precisa fazer alguma consulta médica onde irá ingerir medicamentos que irão deixá-lo atordoado. “Em geral, vejo o transporte o serviço oferecido pelo Uber como seguro”, afirma ele, pontuando a necessidade de sempre incrementar o aplicativo. “Segurança sempre é um muito bom, porque o mundo está cada vez mais perigoso e violento”.
QUEDA
Embora o Uber seja sinônimo de transporte compartilhado no mundo, o prejuízo da empresa cresceu quase 60% em 2017 e atingiu a marca de US$ 4,5 bilhões. A perda aconteceu apesar da receita de US$ 7,5 bilhões no ano passado e de um volume de corridas que rendeu, somente no último trimestre, US$ 11,1 bilhões. Além disso, a empresa enfrenta investidas na Justiça do Trabalho e investigações do Ministério Público do Trabalho (MPT), que questionam o aplicativo por não arcar com direitos trabalhistas de motoristas, como folga e 13º salário.
Em São Paulo e Belo Horizonte, contudo, motoristas movem ações nesse sentido. Por outro lado, promotores públicos abriram inquéritos na capital paulista, no Rio e em Brasília. As iniciativas são independentes e indagam a posição do Uber perante o mercado de trabalho. No geral, a empresa argumenta que os motoristas são os contratantes, e não funcionários. A falta de regulação é outra pedra no sapato da empresa. Países como Noruega e Israel, bem como a cidade de Londres, chegaram a proibir o uso do aplicativo. Já no Brasil houve suspensão nacional por meio de decisões de justiças regionais, tais como em São Paulo e Porto Alegre.
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