Cotidiano

As drogas mais letais

Diário da Manhã

Publicado em 4 de janeiro de 2017 às 01:01 | Atualizado há 2 semanas

O uso de tóxicos é um problema de saúde mundial. Em muitos casos, como o do Brasil, as drogas são responsáveis até mesmo pelo aumento da violência nas ruas, famílias e presídios.

Apesar de grande incidência de mortes por overdoses, o Brasil não tem estatística sanitária confiável que trata desta espécie de óbito. A dificuldade estaria na catalogação e demora, já que o País é ineficiente nestas espécies de diagnósticos de letalidades.

O Sistema Nacional de Estatísticas Vitais dos Estados Unidos informou nesta semana que ocorreu um aumento de 23% em casos de mortes por overdose de medicamentos e drogas entre 2010 e 2014.

Conforme a entidade, os opioides são as substâncias mais perigosas.

Heroína, metadona, fentanila, oxicodona e morfinas estão na lista, já que matam quando muitas vezes o usuário apenas utilizava um “medicamento”.

Oxidona, por exemplo, é um analgésico poderoso cuja potência é duas vezes superior a morfina. Sua atuação no sistema nervoso é especialmente utilizada para aliviar a dor.

A maior preocupação dos pesquisadores, todavia, é com o índice de mortes por overdose de heroína. Ela teria triplicado em quatro anos, informa o Sistema Nacional de Estatísticas Vitais dos Estados Unidos.

O uso de fentanil tem também sido acompanhado com preocupação, já que duplicou em um ano de análise.

O Sistema Nacional de Estatísticas Vitais dos Estados Unidos alerta também para o abuso dos grupo dos sedativos e ansiolíticos – categorizados como benzodiazepínicos, que, além de ansiolíticos, produzem outros quatro efeitos principais no organismo: sedativos, hipnóticos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes. Melhor exemplo é o alprozolam (Xanax), que serve para o tratamento da ansiedade e transtornos de pânico.

O hit das mortes por overdose no Brasil, suspeita-se, contudo, continuam sendo os estimulantes, caso da cocaína e metanfetamina – que pode ser produzida com limpador de ralo, ácido de bateria, solvente para tinta, iodo, efedrina e pseudoefedrina, dentre outros.

A metanfetamina está na lista das substâncias que o Ministério de Saúde tem acompanhado com mais frequência, pois existem suspeitas de é uma droga excessivamente utilizada pelos grupos de profissionais médicos e que atuam no segmento da saúde.

COCAÍNA

Pesquisa da biomédica Alessandra Lapenta Gomes, baseado no núcleo de toxicologia do IML de São Paulo, indica que cinco pessoas morrem por dia devido ao consumo de cocaína no Estado.

No levantamento de 2013, diz a pesquisadora, 1.685 pessoas morreram por consumo da droga.

Uma das linhas de investigação da pesquisadora é de que nos presídios do País tem sido praticado uma espécie de homicídio baseado no que chamam de “gatorade”.

Ou seja, os homicidas realizam uma mistura de diversas drogas e obrigam o desafeto a tomar. Na substância, incluem altas doses de cocaína. A superdosagem tem sido identificada em diversos relatos de mortes em presídios do País.

OXI

No Brasil, os efeitos do uso de Oxi é particularmente uma incógnita, já que a mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem tem desafiado até mesmo os usuários de crack.

Comercializada como pedra, ela custa R$ 2 a unidade.

O economista Álvaro Mendes, da Associação Brasileira de Redução de Danos, analisou a trajetória de 100 pacientes que fumavam Oxi e alertou: um terço dos usuários morreu no prazo de um ano.

O economista diz que já pesquisou várias espécies de drogas, mas não viu tóxico “mais horrível do que o oxi”.

Ele descreve que a pessoa fica sem dormir por mais de uma semana. E neste período, vomita e sofre com diarreia durante todo o tempo, tendo, inclusive, alucinações.

Para ele, a droga é muito barata, o que tem motivado sua popularização.

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