As muitas medicinas
Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 00:16 | Atualizado há 6 diasA crescente popularidade das técnicas se deve ao resgate de práticas antigas sem negar a medicina convencional
Não se surpreenda se, ao entrar no hospital, você deparar com uma placa indicando um setor de acupuntura ou uma ala dedicada à prática de ioga ou hipnose. Chamadas antes de alternativas, as terapias complementares são temas de cada vez mais estudos e estão invadindo centros médicos no Brasil e no mundo — algumas delas já estão disponíveis inclusive em postos de saúde pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.
O cientista biomédico da USP (Universidade de São Paulo), Augusto Vinholis, diz que ela é a abordagem que procura casar tradicionais práticas baseadas em evidência com métodos que, em vez de focar em um problema específico, buscam tratar o corpo como um todo. “Nos Estados Unidos, o próprio governo estimula a pesquisa e a adesão a essas práticas com o Centro Nacional para Medicina Complementar e Alternativa [NCCAM na sigla em inglês], cujo orçamento supera US$ 120 milhões. Universidades como Harvard já dispõem de departamentos dedicados à pesquisa e aplicação de acupuntura, técnicas de relaxamento, dietoterapia e afins. O número de estudos sobre o tema cresceu 33% em cinco anos, de acordo com o banco de dados de publicações médicas Pubmed. Só em 2014 foram 514 artigos divulgados” esclarece Vinholis.
Em São Paulo, hospitais de ponta como o Einstein e o Sírio-Libanês já contam com serviços de abordagem integrativa. Mas a tendência não é exclusividade dos centros mais caros. O SUS oferece fitoterapia, homeopatia e práticas da medicina tradicional chinesa, como acupuntura.
Conforme o Ministério da Saúde, em 2014 foram realizadas mais de 600 mil sessões de acupuntura em mais de 100 municípios; no ano passado, até setembro, foram contabilizados mais de 730 mil. Ainda em 2014, registraram-se cerca de 245 mil sessões de práticas de origem chinesa como tai chi chuan. Na área da fitoterapia, já são 12 extratos de plantas com eficácia demonstrada que podem ser receitados pelos médicos nas unidades básicas de saúde. “O Brasil está na vanguarda nesse aspecto, uma vez que na maioria dos países ocidentais essas terapias estão mais concentradas no âmbito privado”, diz Augusto Vinholis.
Aos poucos, a Medicina Naturopática ganha evidências científicas e vence a resistência de profissionais mais ortodoxos. “Ela propõe um resgate das práticas mais antigas sem negar os avanços da medicina convencional”, define Vinholis, lembrando que o modelo tem raízes na concepção milenar de saúde dos orientais. “Entendemos que o processo de recuperação não depende apenas de um procedimento, mas da reação do organismo. As terapias são ferramentas para que se restabeleça o equilíbrio e o paciente se recupere”, explica.
Daí porque se prefere o termo “integrativo” a “alternativo”: “Se pensarmos em alguém com câncer, não podemos tratar apenas o tumor. É preciso considerar outras demandas desse paciente, como questões neurológicas, mentais, emocionais e físicas. Nesse contexto, terapias complementares ajudam a minimizar a dor, a ansiedade ou depressão e até efeitos colaterais dos tratamentos convencionais”, diz o Cientista Bio-Médico-USP.
Tratamento de mulheres pela medicina alternativa em Goiás
Goiás tem um hospital especializado na área de medicinas alternativas: o Hospital de Medicina Alternativa (HMA), unidade da Saúde do Estado. Ele é referência em Goiás em práticas integrativas e complementares. De acordo com a estatística do HMA, ano passado o número de mulheres atendidas foi de 11.165, enquanto os homens totalizaram 2.988 registros.
“As mulheres estão aqui para buscar tratamento para ansiedade, estresse e até mesmo para menopausa que, muitas vezes, é tratada como patologia, mas que pode ser acompanhada por meio das práticas integrativas”, explica a chefe de enfermagem do HMA, Regina Maria Pereira. O atendimento do HMA oferece uma série de práticas integrativas tais como: homeopatia, acupuntura, fitoterapia, farmácia, psicologia, enfermagem, nutrição, dentre outras.
A paciente Iris de Fátima chegou ao HMA em 1998, em busca de tratamento para alergia respiratória. “Gostei tanto daqui que até hoje faço tratamentos, mas dessa vez para diminuir a ansiedade e a osteoporose. E tem mais uma coisa, eu não pretendo largar aqui de jeito nenhum”, conta a dona de casa.
Dona Ionice Mendes frequenta pela quarta vez o hospital, ela busca a cura para insônia por meio da acupuntura. Mesmo com com poucos dias de tratamento, ela garante que já sentiu melhoras e que o resultado positivo já serviu de indicação para amigos e familiares. “Tanto o meu filho quanto a minha irmã já estão vindo comigo”,completa Ionice.
Para uma pessoa ser atendida pelo HMA deve passar primeiramente pela regulação municipal. O usuário do SUS que mora em Goiânia e deseja o atendimento deve ligar gratuitamente para o Teleconsulta pelo número 0800-646-1560. Durante o primeiro atendimento nos Cais, Ciams ou Centros de Saúde o usuário deve pedir para ser encaminhada para o HMA. Usuários de outras cidades também devem pedir encaminhamento para o HMA, no momento da consulta no município.
Pets e as terapias naturais
É visível o crescimento da população de animais de estimação a cada ano. O Brasil hoje representa a segunda maior nação do mundo em população total de animais de estimação. Somente entre cães e gatos, são mais de 79 milhões, as aves já somam cerca de 19 milhões.
Paralelamente ao aumento dessa população doméstica de animais, cresce também a incidência de cuidados, tanto em relação ao abrigo, higiene e alimentação dos animais, quanto à saúde deles.
No caso das aves, que são animais mais sensíveis às mudanças climáticas e podem desenvolver doenças crônicas, os donos devem ficar muito atentos. “É comum aves de estimação desenvolverem doenças mais graves pela falta de diagnóstico precoce por parte dos donos, que demoram a perceber as mudanças de comportamento do animal”, afirma Ana Paula Follador, especialista em homeopatia e farmacêutica de uma rede de farmácias.
Quando diagnosticado, o momento mais difícil é a hora da medicação. Por serem pets mais delicados e sensíveis, ficam mais ariscos e os donos acabam tendo mais dificuldade para que a ave receba o remédio. Para evitar a tensão, é possível tratar diversas doenças com homeopatia. “A grande vantagem para este tipo de animal é que a homeopatia pode ser manipulada na fórmula de spray, para ser borrifado sobre as penas, ou em gotas, para ser colocada na água do animal”, ressalta Ana Paula Follador.
Homeopatia
A homeopatia é uma medicina energética reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária desde 1995 e pode ser utilizada como tratamento exclusivo ou complementar. “É comum veterinários prescreverem remédios homeopáticos para doenças crônicas, como câncer, diabetes, problemas de pele, casos alérgicos e até emocionais. O processo de humanização dos animais fez com que desenvolvessem enfermidades recorrentes nos humanos, como depressão, ansiedade e estresse”, revela a profissional.
Além do conforto para o animal, os medicamentos manipulados também representam economia para o dono, pois são produzidos na quantidade ideal para aquele tratamento. “É difícil encontrar uma caixa de remédio que tenha quantidade e substâncias certas que o bichinho precisará e acaba sobrando. Ou seja, o dono paga mais por algo que ele não irá utilizar”, finaliza a especialista.
Florais de Bach
A Pet Coach Carolin Fernanda Castro esclarece que os florais de bach são muito eficientes no uso veterinário. “O uso de floral de bach é nove vezes mais rápido no organismo do animal do que no do ser humano. Existem florais que auxiliam no aprendizado dos animais, auxiliam em problemas de risco e até os que acalmam os animais em situações estressantes, como após se assustarem com fogos de artifício”, declara.
Ela explica que existem vários profissionais que são especializados em homeopatia ou medicina alternativa para animais, e que as farmácias e casas veterinárias oferecem cada vez mais alternativas naturais. “É comum você ir nas farmácias de manipulação e se deparar com florais de bach já prontos. Eles são eficazes, mas o ideal é descobrir a fonte do problema e tratá-la, com a medicação mais adequada para o caso. Por exemplo, as vezes um indivíduo pensa que seu cachorro é hiperativo, mas ele não é hiperativo, é ansioso, logo, é preciso tratar a ansiedade. É importante trabalhar a causa do problema, não apenas os sintomas”, explica Carolina.
Saiba mais
Palestras gratuitas com o Cientista Bio – Médico Augusto Vinholis:
Goiânia – 4 de dezembro (sexta-feira) no Hotel Kananxue, às 20h.
Inhumas – 5 de dezembro (sábado) no Auditório da prefeitura de Inhumas, às 20h.
Atendimentos:
Goiânia – 5 de dezembro (Sábado) no Hotel Kananxue, das 9h às 16h.
Inhumas – 6 de dezembro (domingo), em local a combinar, nos horários: 9h às 13h / 15h às 19h.
Alto Paraíso de Goiás – 10 ao dia 14 de dezembro no Chapada Hotel, durante todo dia.
Mais informações: (61) 8617 9751 // 9959-2019 // 9518 5202.
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