Aviso de desocupação deixa habitantes de invasão comovidos
Diário da Manhã
Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 00:05 | Atualizado há 9 anosDevido uma determinação judicial, os moradores da invasão localizada no Bairro São Carlos, região noroeste da capital, receberam o aviso nesta segunda-feira (18) que têm até o dia 20 de janeiro para abandonar o local completamente. A situação deixou os moradores contrariados e confusos.
Segundo o Coronel da Polícia Militar, Divino Alves de Oliveira, o dono do local entrou com a ação para conseguir o imóvel de volta e, em sua competência, o juiz responsável decidiu pela validação do pedido.
O oficial ainda afirma que os moradores do local já estavam cientes da situação há quase um mês, que, independente do tempo que os moradores estão na região, a propriedade não é deles e que a PM está cumprindo a determinação judicial.
Informações da PM indicaram que, no local, foram encontrados foragidos, armas de fogo e motos roubadas. Houve também o caso do homem morto a pauladas em novembro do ano passado.
Segundo uma moradora do local, os habitantes haviam recebido permissão para construir na região, porém, a pessoa que lhes deu o aval “desapareceu”.
O que aconteceu é que o dono do lote faleceu, e, durante muito tempo, não se soube quem seria o herdeiro do lugar. Tornando-a em uma terra sem dono, até agora.
Ela também afirma que os moradores não sabiam da desicupação, pois o último aviso recebido por eles foi anulado, e critica a ação agressiva dos policiais na invasão.
“Eles passaram no meio da rua, deixaram as crianças com medo, ficaram ameaçando a gente. Pessoas ruins a gente encontra em todo lugar, mas eles usaram isso de desculpa pra chamar a gente de vagabundo”, conta a moradora.
Segundo a mulher os PM’s chegaram a entrar disfarçados no local, afirmando que faziam parte dos Direitos Humanos.
O representante da comunidade tentou recorrer a determinação, porém, sem sucesso. Os moradores afirmam que o máximo que conseguiram foi três caminhões para ajudar nas mudanças e para transportar as pessoas.
Quando questionados para onde iriam, os moradores afirmaram não ter idéia e que não a ajuda de nenhum órgão.
Ainda assim, segundo o coronel, os habitantes preferiram colaborar e muitos deles já deixaram do local.
Oliveira também foi questionado sobre o destino dos moradores, no entanto declarou não saber, pois a transferência dos habitantes não é de competência da polícia.
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