Cotidiano

BC divulga ata do Copom

Diário da Manhã

Publicado em 18 de janeiro de 2017 às 01:07 | Atualizado há 8 anos

Banco Central do Brasil divulgou ontem a ata da 204ª Reunião do Comitê de Política Econômica – Copom, ocorrida no último dia 10, ocasião em que a taxa Selic foi rebaixada para 13,75% para 13%. A ata do Copom mudou de nome nos últimos meses. O nome oficial agora é “Notas do Copom”. Outra mudança muito bem vinda é que as notas, agora, são sucintas e melhor redigidas. Antes, o redator da ata escrevia um calhamaço cheio de estatísticas, gráficos, citações técnicas e outras bossas que desanimavam a leitura.

Os membros do Copom confirmaram o que todos os analistas de economia tinham previsto. O recuo da inflação animaram os técnicos a cortar a taxa. Embora 0,75% ainda seja um corte modesto, o Copom acha que foi até muito ousado. Muitos queriam cortar apenas 0,5%. Mas, no final da reunião, se convenceram que um corte mais arrojado não implicaria risco de recaída inflacionária.

Entretanto, o conjunto dos indicadores divulgados recentemente sugere que a atividade econômica segue aquém do esperado, inclusive no último trimestre de 2016, e que sua retomada deve ser ainda mais demorada e gradual que a antecipada previamente. A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego.

No âmbito externo, o cenário é bastante incerto, mas nada que provoque temores. Essa incerteza decorre, dentre outros fatores, de possíveis mudanças no rumo da política econômica nos EUA. Vamos er se Trump vai mesmo anarquizar a economia americana ou se tudo não passou de demagogia barata para vencer eleição. O mercado reza para que Trump se ajuste ao sistema, que se harmonize com o complexo industrial militar e mantenha os EUA no papel de policiais do mundo.

Mas o que pesa mesmo é a economia doméstica. A inflação recente mostrou-se mais favorável que o esperado, com sinais de um processo de desinflação mais difundido. Há evidências, diz o Copom, de que esse processo tenha atingido também componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária. Com isso, a inflação acumulada no ano passado medida pelo IPCA3 alcançou 6,3%, bem abaixo do esperado há poucos meses e dentro do intervalo de tolerância da meta para a inflação estabelecido para 2016. As expectativas de inflação apuradas pela pesquisa Focus para 2017 recuaram para em torno de 4,8% e as expectativas para 2018 e horizontes mais distantes permanecem ancoradas, em torno de 4,5%.

A desinflação, segundo o Copom. Continua sendo avaliada como função da depressão econômica. O processo contínuo de distensão do mercado de trabalho e a desaceleração significativa da atividade econômica podem produzir desinflação mais intensa que a refletida nas expectativas de inflação medidas pela pesquisa Focus e nas projeções condicionais produzidas pelo Copom. “A dinâmica mais favorável da inflação no período recente mostra sinais de desinflação mais difundida e a atividade econômica aquém do esperado e a perspectiva de uma recuperação mais demorada e gradual tendem a reforçar esse processo”, avalia o Copom.

Os membros do Copom também concordaram que, com expectativas de inflação ancoradas, e projeções de inflação na meta para 2018 e marginalmente abaixo da meta para 2017, o desempenho da atividade econômica recomenda a antecipação do ciclo de distensão da política monetária. Ou seja, o comitê emite sinais de que novos cortes da taxa poderá acontecer na próxima reunião, talvez de forma arrojada. O comitê acha que essa estratégia permite pode estabiulizar a economia e, num segundo instante, promover a retomada da atividade econômica, sem que se desvie dos objetivos de levar a inflação para a meta de 4,5% em 2017 e 2018.

 

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