Cotidiano

Bebê morre por falta de medicamento em Goiânia

Welliton Carlos da Silva

Publicado em 7 de março de 2016 às 18:31 | Atualizado há 9 anos

O direito à saúde não foi colocado em prática para a bebê Jordana Vitória de Jesus, de 1 ano e 2 meses.

Os remédios de alto custo não chegaram e ela perdeu a vida.

Internada na UTI Pediátrica do Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, desde o dia 9 de fevereiro, ela não resistiu e morreu na tarde de domingo, 7.

Jéssica Ferreira de Jesus, a mãe de Jordana, lutou para encontrar alguma unidade do Sistema Único de Saúde (SUS) que fornecesse a anokina, remédio que custa R$ 10 mil.

A Central de Medicamentos de Alto Custo Juarez Barbosa (Cmac), unidade ligada à Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, foi procurada em fevereiro para que conseguisse o remédio, mas também não atendeu ao que foi receitado para o bebê.

Motivo: a oferta do medicamento não seria – sob as regras do órgão – competência do Cmac.

Sem anokina, restou à família desesperada voltar ao HMI e pedir uma alternativa. Os médicos deram uma única apenas: etanercepte.

Novamente no Juarez Barbosa, a mãe ouviu um ‘não’: Jessica diz ao DM que o etanercepte só poderia ser ministrado em crianças maiores de dois anos, conforme a central do governo.

Restaria para a mãe procurar o Poder Judiciário, pois o Cmac, que é mantido pelo Governo de Goiás, afirmou que segue as regras burocráticas do Ministério da Saúde.

Jordana morreu após enfrentar uma  falência múltipla dos órgãos. Uma infecção grave tirou a vida da criança, diz o laudo médico.

Mas a sepse grave que a matou parece ter outro nome: burocracia.

A mesma que nega a efetivação do artigo sexto da Constituição: a saúde é um direito social.

Ao DM, a mãe diz que sua vida foi destruída após a morte da filha.

A indignação principal é saber que nada muda.

 

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