Cotidiano

Catapora chega com a primavera

Diário da Manhã

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 02:10 | Atualizado há 8 anos

  • Vírus da catapora pode dar origem a outras complicações de saúde; vacinação é a forma de prevenção mais eficaz
  • Em vários locais do País tem se verificado um aumento substancial no atendimento de doenças respiratórias decorrentes da baixa umidade do ar. Principalmente naqueles indivíduos com alguma alergia respiratória preexistente. Hoje, começa a primavera e com ela vem a prevalência de algumas doenças infectocontagiosas relacionadas à disseminação de doenças transmitidas pelo contato de gotículas respiratórias entre as pessoas.

    A varicela (catapora), doença frequente na infância, é muito comum nesse período do ano. De acordo com a infectologista Priscila Saleme, a imunização através da vacina torna-se estratégia de prevenção essencial, sobretudo para evitar complicações. A especialista explica que a varicela, ou, simplesmente, catapora, é uma doença causada por um vírus denominado varicella-zóster. “Ela é caracterizada por um quadro de lesões de pele associada à febre moderada e a outros sintomas sistêmicos leves. O seu contágio ocorre por meio de gotículas e aerossóis do trato respiratório ou da inalação de aerossóis do líquido presente nas vesículas. O período de incubação é de 14 a 16 dias, podendo variar de 10 a 20 dias após o contato”.

    Apesar de serem observados picos de sua incidência entre os meses de agosto e novembro, de acordo com os dados do Ministério da Saúde, a catapora pode manifestar-se durante todo o ano. Além da catapora, o mesmo vírus é capaz de causar um outro quadro clínico muito conhecido pela população. Trata-se do herpes-zóster ou, como é mais popularmente conhecido, cobreiro. “Após o quadro de varicela, o vírus permanece adormecido no organismo. No entanto, diante de situações como o envelhecimento e o estado de baixa imunidade, pode ocorrer uma reativação desse vírus, gerando um quadro de vesículas associadas a dor intensa, seguindo o trajeto de um nervo sensitivo”, ressalta a infectologista Priscila Saleme.

    Ainda, segundo ela, ambas as doenças podem ser benignas e podem causar complicações. “No caso da varicela, pode-se observar infecções de pele causadas por bactérias, pneumonia, meningite, encefalite e, em alguns casos, ela pode levar até mesmo ao óbito. Vale ressaltar que essas complicações são mais frequentes entre crianças menores de 1 ano de idade e pessoas maiores de 15 anos. Já no caso do zóster, observam-se casos de herpes ocular e neuralgia pós-herpética. Neste último, o indivíduo pode permanecer durante meses com dor intensa, o que, a longo prazo, reduz significativamente a sua qualidade de vida”, explica a especialista.

    Segundo ela, o uso de vacinas contra essas doenças torna-se estratégia de prevenção essencial, sobretudo para evitar complicações. No mercado, já são ofertadas à população tanto a vacina contra varicela, quanto contra zóster. “A vacina contra a varicela, já introduzida no calendário nacional de imunizações, é oferecida pela rede pública de saúde, em dose única, a todas as crianças, através da vacina tetraviral, que protege não apenas contra a varicela, mas também contra o sarampo, a caxumba e a rubéola. Ela é recomendada aos 15 meses de idade. Ao passo que, de forma isolada, a vacina contra a varicela pode ser encontrada apenas nos Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) para pessoas em situações muito restritas”, enfatiza a infectologista Priscila Saleme. Em clínicas particulares, essa vacina é acessível a todas as pessoas que desejam ser imunizadas, a partir dos 12 meses de idade, com 2 doses ao todo. No caso de crianças, o intervalo mínimo entre as doses é de 3 meses, ao passo que para os adultos apenas 30 dias.

    A Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda a vacina contra o herpes-zóster a todas as pessoas a partir dos 60 anos de idade. É necessária apenas uma aplicação da vacina. “A imunização tem se mostrado eficaz, demonstrando benefício mesmo para aquelas pessoas que já apresentaram o quadro de herpes-zóster. Além de prevenir a recorrência de novas manifestações futuras, estudos demonstram que essa vacina reduz de forma significativa o risco de neuralgia pós-herpética” conclui a médica.

     

     

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