Ciclovia de R$ 45 milhões desaba e mata duas pessoas
Redação
Publicado em 21 de abril de 2016 às 21:22 | Atualizado há 9 anosUm trecho da ciclovia Tim Maia, inaugurada em janeiro, no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro, desabou na manhã desta quinta-feira (21). Dois homens morreram, segundo o Corpo de Bombeiros. Buscas continuam sendo feitas por homens do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil.
Conforme o site Uol, o secretário de Governo da Prefeitura do Rio, Pedro Paulo, foi ao local após o acidente e disse que fortes ondas levantaram a estrutura e possivelmente causaram a queda. “Há uma ressaca forte do mar neste trecho”, disse o secretário.
Segundo ele, os Bombeiros checavam se havia mais uma pessoa no mar, informação ainda não confirmada. A princípio, não há risco de novos desabamentos, mas as equipes da prefeitura, do Corpo de Bombeiros e da Concremat, construtora responsável pela obra, estavam analisando a estrutura. Pedro Paulo afirmou estar em contato constante com o governador Francisco Dornelles.
Mauro Viegas Filho, presidente da Concremat, disse que a empresa enviou uma equipe ao local para ajudar no socorro das vítimas e vistoriar a estrutura, mas não tinha ainda nenhuma posição oficial sobre falhas que possam ter causado o acidente, apenas a informação de que ondas altas teriam empurrado a laje para cima e gerado o desabamento.
Em nota, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), disse lamentar profundamente o acidente e se solidarizar com as famílias das vítimas e com todos os cariocas neste momento. O prefeito estava em viagem para a Grécia – onde participaria, em Atenas, da cerimônia de passagem da tocha olímpica – e está voltando para o Brasil. Paes atenderá a imprensa nesta sexta (22), assim que chegar ao Brasil, o que não tem horário previsto.
“É imperdoável o que aconteceu, já determinei a apuração imediata dos fatos e estou voltando para o Brasil para acompanhar de perto” disse o prefeito, que deixou o Rio na noite de quarta (20).
Segundo a Prefeitura do Rio, técnicos do município estão desde cedo no local, trabalhando com coordenação da Secretaria Municipal de Obras. “O resultado da vistoria realizada pela Fundação Geo-Rio para apurar as causas do acidente será divulgado assim que concluído. Os reparos serão executados pela empresa responsável pela construção, sem ônus adicionais ao município, já que a ciclovia ainda está na garantia de obra. A Avenida Niemeyer permanece interditada ao tráfego e o Corpo de Bombeiros continua as buscas no local.
Segundo uma testemunha, uma série de ondas fortes teriam batido na ciclovia antes da queda. “A onda varreu a pista, que se desfez como papel”, disse o homem. Outra testemunha disse ter visto três pessoas caírem no mar no desabamento.
No Facebook, o usuário Eric Poseidon publicou um vídeo logo após a queda (abaixo). No vídeo, ele pergunta a um bombeiro sobre o acidente. O oficial disse que havia descido na pedra abaixo da ciclovia e não viu ninguém. “Se houver alguém, está dentro da água”, afirmou o bombeiro.
A queda interdita a avenida Niemeyer nos dois sentidos, onde fica a ciclovia. Os motoristas estão sendo orientados a seguir pela Autoestrada Lagoa-Barra.
Com 3,9 mil metros de extensão e 2,5 de largura, a ciclovia da Niemeyer é suspensa sobre o mar e foi inaugurada em 17 de janeiro. A construção começou em junho de 2014, ao custo de R$ 44,7 milhões. A via faz parte do “Complexo Cicloviário Tim Maia”, que ligar o Leblon à Barra da Tijuca, na zona oeste, com 7 km de extensão.
Antes mesmo da inauguração, em janeiro, já era possível notar marcas de ferrugem nas peças de ferro que prendem as grades na pista, desgaste que seria provocado pela maresia. Na época, a Secretaria Municipal de Obras informou que a Fundação Geo-Rio divulgou que “o material usado no guarda-corpo da ciclovia é um aço especial, adequado para ambiente com alta maresia”.
A secretaria reconheceu, no entanto, que havia danos. “Os locais já atingidos pela ação da natureza estão recebendo reparos e não comprometem a integridade da via. Vale ressaltar que a área receberá manutenção rotineira”, informou a secretaria, em nota, na época da inauguração.
(Com UOL, Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
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