Cooperativas crescem e geram economia aos cooperados
Redação
Publicado em 4 de outubro de 2018 às 04:08 | Atualizado há 6 anosO Relatório de Economia Bancária do Banco Central (BC), divulgado em julho deste ano, mostrou que as cooperativas financeiras proporcionaram economia, aos cooperados, de R$ 20 bilhões em 2017. No documento o BC reconheceu que o protagonismo das cooperativas pode gerar mudanças no comportamento dos bancos.
Essa informação foi repassada pelo diretor do Banco Cooperativo do Brasil S/A (Bancoob), Ênio Meinen, durante o Painel Cooperativismo Financeiro, promovido pela SicoobEngecred-GO em comemoração aos 17 anos de fundação desta instituição financeira goiana. Com 34 anos de experiência no cooperativismo financeiro, na oportunidade ele proferiu palestra a respeito.
De acordo com Meinen, somente a instituição financeira cooperativa SicoobEngecred-GO, segunda maior na região metropolitana de Goiânia em ativos totais e operações de crédito, foram R$ 11 milhões de ganhos – média de R$ 3.670 por associado. Essa economia, segundo o BC, vem das taxas de serviços, produtos e juros reduzidos, em comparação aos bancos tradicionais.
“Ou seja, os cooperados deixaram de gastar dinheiro com taxas e puderam reinvestir o dinheiro no seu próprio negócio, no consumo ou na poupança”, afirma. O diretor do Bancoob falou também da vantagem de participar do sistema. “Somente na linha de crédito capital de giro, que é fundamental para a sobrevivência de pequenas e médias empresas, as taxas das cooperativas são 50% menores do que nos bancos”, exemplifica.
“E não é só isso: temos taxas de serviços e produtos muito mais baratos que os bancos tradicionais. Sem falar no relacionamento com o cooperado, que é tratado como dono que realmente é.” De acordo com o BC o segmento de cooperativas de crédito constitui fonte suplementar de oferta de crédito em sua área de atuação, com potencial de melhorar as condições de competição bancária.
Ênio Meinen explica que a concentração favorece os bancos na cobrança de taxas de serviços, produtos e juros – cinco instituições financeiras concentram 82% do crédito no país. “É por isso que os bancos mantém relação hostil com os clientes”, afirma. No entanto, o executivo vê sinais de mudanças num futuro próximo.
“As cooperativas crescem anualmente a taxas de dois dígitos no Brasil há mais de uma década. Vamos acabar mudando essa realidade bancária.” A participação das cooperativas no Brasil, no segmento de pessoa jurídica, passou de menos de 1%, em 2005, para mais de 8%, em 2017. Esse aumento foi especialmente grande na região Sul, onde passou de 2,1%, em 2005, para 16,7%, em 2017, e na região Centro-Oeste, onde passou de 1,2% para 10,4% no mesmo período.
O crédito mais barato e com menos burocracia foi o maior impulsionador desse crescimento. Na SicoobEngecred-GO, por exemplo, o volume de crédito aumentou 15% este ano, comparando com 2017 – saltou de R$ 290,1 milhões em dezembro para R$ 333,8 milhões, em agosto. “Isso tudo num momento em que a economia dá fracos sinais de recuperação e é muito afetada pelas turbulências políticas e pela recente greve dos caminhoneiros”, destaca o diretor-geral da instituição financeira cooperativa, Fabrício Modesto Cesar.
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