Dom Antônio morre em Goiânia
Diário da Manhã
Publicado em 1 de março de 2017 às 00:39 | Atualizado há 8 anosA comunidade católica perdeu ontem, em Goiânia, o arcebispo emérito de Goiânia, dom Antônio Ribeiro, um dos principais líderes da igreja em Goiás. Era descrito por sua grande quietude, amor ao próximo e bondade. Expandiu as instituições que coordenava e foi elogiado pelo comando papal devido às ações que teve à frente da Igreja Católica em Goiás. Conhecia como ninguém dom Fernando, um dos principais nomes da igreja em Goiás no século passado, com quem conviveu durante 18 anos. A Igreja Católica não informou até o fechamento da edição como será a cerimônia de despedida do religioso.
Nascido em Orizona, em 1926, ele estava com 90 anos. Antônio Ribeiro foi arcebispo da Capital até 2002, quando foi substituído por dom Washington. Na ocasião, dom Antônio atingiu a idade de 75 anos. A renúncia cumpria disposição expressa de norma canônica adotada pela igreja.
Dom Antônio Ribeiro foi nomeado em 30 de outubro de 1985 como arcebispo de Goiânia através de decisão do papa João Paulo II, quando ainda estava no comando religioso de Ipameri. Seu lema era: “Para que todos sejam um”. Ou em latim, como dizia: “Ut unum sint”.
Sua carreira religiosa começou cedo: em 1936, ingressou no Seminário Preparatório Jesus Adolescente, em Silvânia, antiga Bonfim. No início da década de 40, iniciou o curso de Filosofia, no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo. Dom Antônio foi ordenado padre em 1949, em Mariana, e obteve o ordenamento episcopal no dia 29 de outubro de 1961, quando recebeu a Sagração Episcopal na Catedral de Goiânia.
Durante a década de 1970 foi um dos católicos mais ativos de Goiás em ações sociais: atuou como presidente do Conselho Estadual de Educação do Estado de Goiás, administrador diocesano da Diocese de Goiás, administrador diocesano da Diocese de Itumbiara e acabou transferido para Diocese de Ipameri, em 1975, tornando-se seu 2º bispo diocesano.
Quando renunciou em 8 de maio de 2002 ao cargo de arcebispo, tornando-se arcebispo Emérito da Arquidiocese de Goiânia, provocou grande comoção entre os fiéis e seguidores da religião, bem como na comunidade política e social.
Sua política religiosa trouxe à tona uma proposição de pastoral comunitária diante dos desafios do aumento da desigualdade social. Foi um seguidor do modelo eclesiástico das comunidades de base e acreditava na educação como elemento libertador.
PESQUISAS
A dissertação de Ronaldo Manoel da Silva, defendida em 2007, no programa de Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, comprovou que dom Antônio teve ações proféticas enquanto esteve à frente da Arquidiocese de Goiânia. O pesquisador afirma que o religioso agiu de forma diferente do antecessor, dom Fernando, por ter colaborado com os sem teto, pela expansão das instituições que coordenava, além de ter imensa dedicação para os pobres. Foi um sustentador do movimento profético latino-americano, mesmo contrariando o papa João Paulo II, afirma Silva.
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