Dono e funcionário de clínica de reabilitação são indiciados por matar paciente
Júlio Nasser
Publicado em 14 de junho de 2016 às 16:42 | Atualizado há 9 anosO proprietário e um funcionário de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos de Goiatuba, região sul de Goiás, foram indiciados pelo crime de tortura após a morte de um dos pacientes. As investigações apontaram que Simonides Alves Resende de 43 anos, era agredido com chutes, socos e levava choques enquanto estava internado no local. A polícia divulgou que a causa da morte foi espancamento.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovou que Simonides foi vítima de tortura. Ele apresentava vários hematomas pelo corpo e morreu em decorrência de um traumatismo crânio-encefálico. Além do laudo médico, testemunhas relataram à polícia que a vítima foi submetida a torturas por várias vezes com choques elétricos, socos, chutes e até imposição de castigos.
A morte do paciente ocorreu em abril deste ano, dois meses após ser internado na clínica. Ele estava em tratamento contra dependência química de entorpecentes. Após a morte, a Polícia Civil cumpriu mandatos de busca e apreensão dentro do centro de reabilitação. Na ocasião, uma arma, que seria usada por um dos funcionários, foi apreendida. Ele foi preso e liberado após pagar fiança de R$ 1 mil.
A polícia informou que uma testemunha que esteve internada no local, na época em que a vítima morreu, afirmou ter visto o espancamento por três dias seguidos.
De acordo com ex-pacientes do estabelecimento, o valor de sete meses de tratamento era de R$ 9 mil. Após a morte de Simonides, oito internos fugiram do local. Eles disseram à polícia que foram orientados pelo dono da clínica a omitir o que viam dentro do local, caso fossem interrogados pelas autoridades.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) já concluiu o inquérito e caso sejam condenados, o dono e o funcionário da clínica de reabilitação poderão pegar até 16 anos de prisão.
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