Eixo mais seguro
Redação
Publicado em 27 de outubro de 2015 às 01:27 | Atualizado há 9 anosO eixo anhanguera é utilizado por centenas de pessoas diariamente, pela praticidade, agilidade e preço acessível. Entretanto, o transporte não oferece segurança aos usuários, que relatam casos de assaltos, assédios e arrastões diariamente. “Os bandidos nos empurram na hora do embarque e quando a gente se segura para não cair, eles enfiam a mão na nossa bolsa e roubam o que tiver lá dentro”, alega Maria da Cruz, 58, usuária do eixo.
Casos como o relatado não são raros de serem vistos. Um exemplo foi o arrastão ocorrido mês passado dentro de um dos ônibus do eixo. “Eu estava na Praça A esperando um ônibus pra ir pra casa quando escutei uma algazarra muito grande dentro do transurb que tinha parado. Quando olhei vi muita gente correndo dentro do ônibus, e uns meninos gritando, enfiando a cabeça para fora do ônibus, e roubando os passageiros”, relata Marlene Alves, 52, e continua “peguei o primeiro ônibus que vi que estava saindo do terminal, só pra sair dali o mais rápido possível”.
Muitas pessoas, pela insegurança, passam a tomar medidas preventivas para se proteger como podem. É o caso de Carolina Martins, 26, que afirma que depois que foi assaltada três vezes nos horários de pico dentro do eixo, só anda com a bolsa pendurada no pescoço. “Só assim com a bolsa embaixo do meu nariz pra eles não enfiarem a mão dentro dela”, declara.
Vigilantes
Pensando na segurança dos passageiros, a promotora de Justiça Maria Cristina de Miranda recomendou à Metrobus Transporte Coletivo S.A. e ao Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (Setransp) que contratem vigilantes para a segurança nas plataformas do Eixo Anhanguera, no prazo de 30 dias.
Segundo a promotora, há informações de que foram retirados todos os seguranças das plataformas do eixo, o que aumentou de forma muito significativa as ocorrências nesses locais, fato que é confirmado por Antônio Cardeali, 26, que afirma que até pouco tempo atrás havia seguranças nas plataformas. “Eu lembro que quando eu usava o eixo numa frequência maior tinha sempre um guarda na plataforma. Não sei porque retiraram”, declara.
Para Antônio, a iniciativa do Ministério Público irá contribuir para a diminuição de pequenos delitos, como roubos e furtos. “Acho que isso pode até inibir os meliantes em menor numero, mas duvido q surtiria muito efeito se fosse uma galera mais estruturada p cometer algum crime”, afirma Antônio.
Já para Sidney Ribeiro Junior, 26, a contratação de vigilantes para cada uma das plataformas do eixo anhanguera aumentaria os custos e consequentemente o preço da passagem. “A segurança pública é dever do Estado, não da empresa”, defende.
Olinda Meireles, 44, usuária do eixo, afirma que apesar de nunca ter acontecido nada com ela enquanto fazia uso do transporte, julga a iniciativa bastante válida. “Acho importante que prezem pela nossa segurança, inclusive dentro dos ônibus, onde também acontecem muitos delitos”.
A Metrobus informou ao Ministério Público que está fazendo tratativas com o Setransp para a nova contratação, entretanto, não estipulou prazo para que as providências sejam tomadas, nem forneceu documentos que comprovassem o alegado.
Para a promotora Maria Cristina, a falta de vigilância nas plataformas do eixo viola o princípio da prestação adequada e eficaz dos serviços públicos em geral, em especial o dever de segurança.
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