Enfim, o que as pessoas fazem em Goiás?
Diário da Manhã
Publicado em 20 de abril de 2018 às 01:29 | Atualizado há 7 anosO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, fez um levantamento inédito em Goiás e no Brasil o que o brasileiro faz. Esses trabalhos foram fornecidos ao Diário da Manhã que os publica em seus itens básicos. Com os estudos, o leitor poderá ter uma dimensão de mais conteúdo da vida dos brasileiros e dos goianos, em particular.
No âmbito da pesquisa, o trabalho na produção para o próprio consumo é identificado com base em quatro conjuntos de atividades: cultivo, pesca, caça e criação de animais; produção de carvão, corte ou coleta de lenha, palha ou outro material; fabricação de calçados, roupas, móveis, cerâmicas, alimentos ou outros produtos; e construção de prédio, cômodo, poço ou outras obras de construção.
Para cada um desses conjuntos de atividades, são pesquisados o número de horas semanais efetivamente dedicadas e a principal atividade exercida. No Estado, em 2017, 5,5 milhões de pessoas tinham 14 anos ou mais de idade (população em idade de trabalhar), das quais 356 mil (6,5%) realizaram alguma modalidade de trabalho na produção para o próprio consumo.
CONSUMO PRÓPRIO
Se comparado a 2016, houve um aumento de 1,8 ponto percentual na proporção de pessoas que realizou trabalho na produção para o próprio consumo — 4,7% da população em idade de trabalhar. No Brasil essa taxa em 2017 foi de 7,4%, enquanto em Goiânia era de apenas 3,1%.
A distribuição por sexo mostra que as mulheres eram maioria entre os trabalhadores que se dedicaram à produção para o próprio consumo (207 mil pessoas): dentre as mulheres de 14 anos ou mais de idade, 7,3% realizaram tais atividades, e, dentre os homens, 5,6%. Considerando Goiânia, as mulheres também eram maioria, com 3,6% contra 2,5% de homens.
É interessante avaliar como foi a realização de tais atividades em cada uma das faixas etárias, segundo o sexo, considerando a respectiva taxa de realização. Nota-se que, quanto mais alta a faixa etária, maior a taxa de realização de produção para o próprio consumo, sendo esta superior para as mulheres em todas as faixas. Assim, em 2017, 13,1% das mulheres com 50 anos ou mais de idade realizaram alguma forma de produção para o próprio consumo, enquanto 10,2% dos homens nessa mesma faixa de idade realizaram tal forma de trabalho.
Goiânia segue o mesmo padrão, com taxas de 6,2% e 4,8%, respectivamente. Entre os jovens de 14 a 24 anos, a taxa de realização foi de 1,6% para os homens e de 1,1% para as mulheres. Em Goiás, na comparação entre 2016 e 2017, a faixa de idade com maior aumento na taxa de realização de produção para o próprio consumo ocorreu entre as pessoas de 50 anos ou mais de idade (3,0 pontos percentuais).
CUIDADOS PESSOAIS
Do total de 5,5 milhões de goianos em idade de trabalhar em 2017, 32,6% realizaram cuidados de moradores do domicílio ou de parentes não moradores, o que correspondia a 1,8 milhão de pessoas. Nessa forma de trabalho, segundo a Pnad Contínua, existe grande discrepância entre homens e mulheres: enquanto 37,7% das mulheres realizaram cuidados de moradores do domicílio ou de parentes não moradores em 2017, entre os homens essa proporção foi de 27,3%. Goiânia apresentou 30,0% de pessoas que realizaram cuidados de moradores do domicílio ou de parentes não moradores.
Para uma análise em relação ao sexo e aos grupos de idade da população que realizava essa forma de trabalho, utiliza-se a taxa de realização de cuidados de moradores do domicílio ou de parentes não moradores em cada um dos três grupos de idade. Em Goiás no ano de 2017, 50,3% das mulheres de 25 a 49 anos de idade haviam realizado tais atividades, e apenas 39,1% dos homens dessa faixa etária o haviam feito; entre os homens de 14 a 24 anos de idade, a taxa de realização era de 19,7%, e a das mulheres, 34,0%; por fim, na faixa de 50 anos ou mais de idade, 13,8% dos homens e 21,7% das mulheres haviam se dedicado a esses cuidados.
Outro aspecto importante é a análise da taxa de realização de cuidados de moradores do domicílio ou de parentes não moradores, segundo a cor ou raça. Goiás em 2017, 40,2% das mulheres pardas e 39,5% das mulheres pretas tinham realizado tais atividades, ao passo que, entre as mulheres brancas, a taxa de realização foi de 33,7%. Entre os homens, a diferença entre as taxas, por cor ou raça, teve menor intensidade: 27,2% para pardos, 28,7% para pretos, e 27,0% para brancos.
NÍVEL DE INSTRUÇÃO
Quando a análise é segundo nível de instrução, observa-se que os que mais realizaram afazeres domésticos, em Goiás e em 2017, foram aqueles com ensino médio completo e superior incompleto (88,0%) seguidos por aqueles com nível superior completo (86,9%), os com ensino fundamental completo e médio incompleto (85,3%) e os sem instrução e fundamental incompleto (84,2%).
Para o Brasil, a tendência da taxa de realização foi diferente: 89,1% das pessoas com superior completo realizavam afazeres domésticos, 86,3% dos com ensino médio completo e superior incompleto, 83,2% das pessoas com ensino fundamental completo e médio incompleto e 81,6% dos sem instrução e fundamental incompleto.
AFAZERES DOMÉSTICOS
A taxa de realização de afazeres domésticos no domicílio ou em domicílio de parente, por situação na ocupação, mostra que em Goiás, as pessoas ocupadas (86,2%) apresentaram taxa maior que as não ocupadas (85,4%) em 2017. Essa tendência foi observada tanto nos homens quanto nas mulheres. Assim, 80,4% dos homens ocupados realizavam afazeres domésticos, frente a 73,5% daqueles não ocupados. Para as mulheres ocupadas a taxa foi de 94,2%, enquanto para as não ocupadas, 92,2%.
Para as pessoas que realizaram afazeres domésticos no domicílio, indagou-se o tipo de tarefa realizada, visando ajudar na captação das informações sobre tais atividades. Em 2017, a atividade com maior percentual de resposta, dentre aquele que realizaram alguma atividade de afazer doméstico em Goiás, foi preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar louça (82,1%), enquanto a que teve menor percentual foi fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, automóvel, eletrodomésticos e outros equipamentos.
Em Goiás, as mulheres apresentaram percentual maior de realização de quase todas as tarefas elencadas, exceto no que diz respeito a fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel, de eletrodomésticos ou outros equipamentos, atividade que 67,2% dos homens afirmaram executar (42,2% das mulheres que realizaram afazeres domésticos informaram executá-la).
Visando mensurar o diferencial de intensidade da realização de afazeres domésticos e cuidados de pessoas, analisou-se o número médio de horas semanais dedicadas a essas tarefas. Em 2017, verificou-se uma grande discrepância entre os homens e as mulheres, com uma média de 8,8 horas para aqueles e 18,1 horas para essas, em Goiás.
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