Goianésia vai formar tecnólogos em construção de edifícios
Redação
Publicado em 8 de setembro de 2018 às 01:51 | Atualizado há 3 semanasO Instituto Tecnológico do Estado de Goiás Governador Otávio Lage, de Goianésia, inaugurou na última segunda-feira, 3, o primeiro curso superior desse lote do contrato de gestão. Os 80 alunos do curso de tecnólogo em construção de edifícios receberam o plano didático do curso e confraternizaram com autoridades da cidade, com uma apresentação brilhante da orquestra de câmara do campus da Unievangélica da cidade.
A presidente da Fundação Antares de Ensino e pesquisa, Organização Social que faz a gestão do Itego Governador Otávio Lage, professora Marlene Falcão Miclos, presidiu a cerimônia da aula inaugural e exortou os alunos a serem perseverantes nos estudos e enfrentarem os desafios de abrir o caminho desse curso superior de tecnólogo.
Na abertura estava presente o ex-prefeito de Goianésia, Otávio Lage de Siqueira Filho e autoridades, além da direção do Itego. O principal desafio da instalação de um curso superior tecnológico é principalmente cumprir as exigências do Conselho Estadual de Educação para dar estrutura necessária aos acadêmicos no estágio inicial do curso.
Marlene Falcão ressaltou que o compromisso da Faespe é cumprir com exatidão os compromissos assumidos para a gestão da Rede Itego sob responsabilidade da OS que ela preside e que isso está sendo levado à risca.
Para esse primeiro curso foram disponibilizadas 50 vagas para o período matutino e outras 30 para o noturno. Todas foram preenchidas e o curso é totalmente gratuito.
LIGAÇÃO
A diretora do Itego Governador Otávio Lage, Gilvânia Aparecida de Andrade Gomes explicou para os alunos o ramo de atuação do profissional formado em um Curso Superior Tecnológico em Construção de Edifícios. Segundo ela o tecnólogo em construção de edifícios é um elo que une o engenheiro que planeja a obra aos construtores e operários que lidam diretamente com o canteiro de obras. Se destinam essencialmente a atividades de planejamento, projeto, execução, manutenção de edifícios e gestão da qualidade e da produtividade de uma edificação. Esse profissional alia conhecimentos e técnicas a conceitos científicos como base do conhecimento tecnológico e pode trabalhar diretamente com empresas de consultoria, prestadoras de serviço e outras indústrias da construção civil em todas as fases da construção de um empreendimento.
MELHORIA
O aluno Marciel Naves Costa, 39, já tem o curso de técnico agrícola e quer ampliar seu foco profissional. Ele já trabalha do setor de construção civil como armador de ferragens. Ele falou da expectativa com o curso e sua melhoria profissional. “Acredito que com esse curso eu vá aprimorar minha atuação no setor que exerço hoje, que é construção civil e que é uma área que está aumentando muito a demanda, principalmente em Goianésia. Há uma falta de profissionais e de pessoas preparadas para esse ramo”, comentou.
Para Marciel até a remuneração deverá melhorar. “Creio que sendo um tecnólogo, com formação superior, o salário seja bem melhor do que o que é pago para trabalhar diretamente com a mão na obra”. Ele quer ir adiante e já pensa até em outro curso superior na área. “A gente precisa sempre pensar mais alto e nunca ficar se contentando com pouco. Acho que um profissional bem formado em um curso desses, com uma orientação boa não fica sem colocação no mercado”.
O novo aluno do curso superior tecnológico implantado pela Faespe enalteceu o trabalho da OS em levar um curso superior para Goianésia. “Gente como eu, que tem uma oportunidade como essa, só tem mesmo que agradecer porque não está sendo fácil entrar no mercado, então com um curso bom desses e de graça, o que é melhor, é uma coisa que nunca a gente ia imaginar”, finaliza.
ENTREVISTA–MARLENE FALCÃO MICLOS
DM – Como a senhora vê o êxito de uma Organização Social abrir um curso superior tecnológico?
Marlene Falcão Miclos – Vejo isso como um avanço muito significativo e importante, haja vista que os cursos tecnológicos hoje, dentro da área empresarial, são os que mais dão oportunidade de empregos e inserção no mercado de trabalho para os profissionais. São cursos de menor tempo de duração e têm uma atividade prática que é extremamente benéfica para o mercado. Então o aluno sai de um curso superior tecnológico preparado para ser inserido no mercado de trabalho. Tem uma carga horária extensa de prática. Hoje o mercado está aberto na empregabilidade do tecnólogo. Há um outro diferencial, para esse profissional tecnólogo em construção de edifícios que é a atenção à sustentabilidade, coisa muito benéfica e extremamente atual.
DM – A inovação tecnológica de cursos superiores de tecnólogo pode migrar para outros cursos?
Marlene Falcão Miclos – Sim, sem dúvida. A Faespe já planeja outros cursos, com o de tecnólogo em química aqui mesmo para Goianésia, que tem uma forte indústria do setor sucroalcooleiro com demanda para esse tipo de profissional. Já temos nesse Itego Governador Otávio Lage um curso técnico de nível médio de química, o que facilita a expansão do trabalho para nível superior. Esse é um passo para a instalação e pela vocação do município isso irá se desenvolver com facilidade. Sabemos que as indústrias do setor sucroenergético às vezes trazem profissionais de fora por não terem disponíveis e com qualificação aqui. Para isso já temos um laboratório pronto e disponível para um curso superior.
DM – Qual é o principal desafio da Faespe na gestão da Rede Itego?
Marlene Falcão Miclos – Temos por certo que o grande desafio é produzir ciência. Estamos com uma equipe de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica fazendo um trabalho excelente e indicando os rumos a serem trilhados. Recentemente fomos solicitados a multiplicar esse trabalho nos outros Itegos. Então produzir saber e ciência é o que o Brasil mais precisas e é o que a Faespe vai fazer. Temos os Arranjos Produtivos Locais assistidos por nossos técnicos, aliamos empreendedores e cientistas para ampliar os horizontes de quem busca em nós um norte. Nós viemos para fazer a diferença.
DM – O que a senhora vê como diferencial na gestão das OSs na educação tecnológica?
Marlene Falcão Miclos – O desenvolvimento e inovação tecnológica está aí para incentivar o empreendedorismo, estudar as vocações dos municípios e direcionar dentro disso as novas linhas de educação tecnológica. É essencial que se faça isso em cada município para não sair do foco e da expertise do que se destina a atuação das Organizações Sociais. Tanto nós da Faespe como as outras OSs estamos trabalhando em sintonia e com um projeto de relacionamento e interação contribuindo com todo o projeto da Rede Itego. Assim como as OSs da saúde despontaram e estão sendo modelo no Brasil, o nosso anseio é que amanhã sejamos modelo na educação tecnológica, desenvolvimento e inovação no Brasil. O que nós sonhamos é fazer um trabalho focado nos resultados de excelência, porque o modelo de gestão por OS é um caminho sem volta. Desburocratiza, dinamiza e economiza recursos públicos. Com uma equipe fortemente qualificada e empenhada para que as coisas aconteçam da forma mais vitoriosa possível.
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