HCG pretende ser referência
Diário da Manhã
Publicado em 8 de agosto de 2018 às 02:05 | Atualizado há 2 semanasO Hospital de Câncer de Goiás (HCG) deve ser inaugurado nos próximos anos no município de Inhumas, a 55 quilômetros de Goiânia. Iniciativa promovida pela Associação para Cuidado de Câncer em Goiás (ACCEG), a unidade hospitalar vai contar com equipamentos de primeira linha e tratamento humanizado para pacientes e familiares, que também ficam debilitados física e psicologicamente conforme a doença se desenvolve e deixa o portador debilitado. Ao todo, o hospital terá 600 leitos, e o objetivo é que sejam feitos 5 mil atendimentos todo mês.
A intenção da ACCEG é fornecer atendimento de primeira linha por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) para o combate à doença que ainda gera temor na população. Idealizador do projeto, o médico Vagner Miranda afirmou que sempre desejou proporcionar à sociedade atendimento ágil com tecnologia de ponta e corpo clínico preparado para combater esse tipo de enfermidade. “No nosso meio, era muito comum até algum tempo atrás ouvir ‘ nossa, fulano morreu de repente’”, relata. Para ele, a estrutura que se pretende ter no hospital será referência no mundo todo. “Com diagnóstico precoce há chance de cura”.
Anteontem, o cantor sertanejo Zezé Di Camargo, da dupla Zezé Di Camargo & Luciano, convocou seus colegas Leonardo, Chrysthian e Ralf, Jorge e Mateus, Bruno e Marrone para doar dinheiro ao hospital. Segundo o artista, “ninguém é tão rico que não precise ajudar alguém, ninguém é tão pobre que possa ajudar alguém”. “Acho que a minha figura vai chamar atenção das pessoas que, de repente, têm condições de ajudar”, afirma. Para ele, a música sertaneja em geral será embaixadora da iniciativa. “A sertanejada toda, os que vêm morar aqui, fazer carreira aqui, deixem a contribuiçãozinha aqui também”, diz.
As obras tiveram o pontapé inicial em abril deste ano, mas o projeto estava na gaveta desde 2014. No total, o custo estimado para a finalização do hospital gira na casa de R$ 300 milhões. No entanto, para conseguir obter essa quantia, os idealizadores tiveram de fundar uma associação e, assim, buscaram conseguir os recursos advindos de parcerias com o poder público. A partir de 2022, dizem os precursores, a unidade hospitalar deve fazer mais de mil atendimentos por dia, o que dá uma média de 3 mil cirurgias, além de oferecer 50 leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
PRINCIPAL CAUSA
O câncer já é a principal causa de morte em 10% dos municípios brasileiros, chegando a superar as doenças cardiovasculares – atualmente no topo das causas de mortalidade no Brasil. Se não houver uma redução nesse número, a expectativa é de que até 2030 as neoplasias serão a primeira causa de morte no país. A constatação foi feita em levantamento realizado em abril pelo Observatório de Oncologia. Os dados se referem ao ano de 2015 e são baseados em números mais recentes que são disponibilizados pelo Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Em 2015, o Brasil contabilizou mais de 200 mil mortes por conta do câncer e mais de 300 mil relacionadas a doenças cardiovasculares. Mas, ao cruzar esses dados com os de 1998, observou-se que houve um aumento de 90% na mortalidade por neoplasias em 20 anos. Em contrapartida, registrou-se uma alta de 36% no número de mortes em decorrência de doenças cardiovasculares, saltando de 256.511, em 1988, para 349.642, em 2015, ano em que a pesquisa foi realizada – o que evidencia que as mortes em função do câncer aumentaram três vezes.
Acho que a minha figura vai chamar atenção das pessoas que, de repente, têm condições de ajudar” Zezé Di Camargo, em visita ao Hospital de Câncer
Doença deixa paciente debilitado com rapidez
A professora M.L, de anos 50, relatou que perdeu uma amiga em decorrência de câncer no cérebro. Em post na rede social Facebook, ela disse que o fim da sua companheira foi triste, pois a doença afetou rapidamente sua qualidade de vida. “A doença é totalmente destruidora. Ela ficou bem debilitada e irreconhecível”, afirma ela, que é natural de Santa Catarina, no sul do Brasil, onde a incidência de câncer é maior em relação a outras regiões do País. “No dia em que ela descobriu que era portadora até sua morte tudo foi muito rápido”.
Já M.C, de 48 anos, declarou que contraiu a doença no ano passado, mas conseguiu se recuperar da enfermidade. Segundo ela, a principal responsável por lhe dar forças para lutar contra o câncer foi sua filha, que então tinha sete meses de vida. “Eu tinha um marido que nunca se importou comigo. Hoje, consigo compreender o significado dessa vitória”, frisa ela, pontuando o que de fato vale a pena na vida. “Geralmente, nos preocupamos com coisas superficiais, como dinheiro e trabalho, e nos esquecemos do que realmente vale a pena”, salienta.
PREVENÇÃO
O Instituto Nacional do Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca) orienta a população a tomar alguns cuidados para evitar a doença. Segundo a entidade, o principal fator que está diretamente ligado ao câncer de pulmão – um dos mais agressivos – é o hábito de fumar. “Ao fumar, são liberadas no ambiente mais de 4,700 substâncias tóxicas e cancerígenas que são inaladas por fumantes e não fumantes”, diz a instituição. “Parar de fumar e de poluir o ambiente é fundamental para a prevenção do câncer”.
Além disso, o Inca também chama atenção para medidas que mantenham o corpo saudável, como se alimentar bem e praticar atividades físicas. Outro ponto destacado pelo órgão é evitar ingestão em grandes quantidades de bebidas alcoólicas, pois esse hábito aumenta o risco de contrair a doença. Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer exame ginecológico preventivo a cada três anos.
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