Jornalistas lançam biografia de um dos precursores do Yoga em Goiás
Redação
Publicado em 21 de setembro de 2018 às 02:55 | Atualizado há 2 semanasEngana-se quem pensa que na vida de Nestor Mota a tranquilidade é um presente gratuito recebido dos céus. A voz serena de hoje e a postura da quietude diante de decisões importantes foram forjadas em tempos difíceis. Muita gente não sabe, mas preso político durante a ditadura militar, o professor Nestor, como é mais conhecido, aprendeu entre as grades do Presídio Tiradentes a prática do Yoga.
“Era questão de sobrevivência. O Yoga me ajudou a manter a sanidade mental e eu ainda pude aliviar as dores de muitos amigos que voltavam torturados dos interrogatórios”, destaca o senhor de pele curtida, 78 anos de vida e de muitas histórias para contar.
A trajetória do professor Nestor, que certamente está na memória afetiva de centenas de goianienses e goianos, é revivida no livro “O Gandhi do Cerrado”, que será lançado na próxima sexta-feira, 21 de setembro, a partir das 19h30. Biografado, familiares, ex-alunos, alunos, amigos, além das autoras Carla Lacerda e Dalvina Nogueira, recebem convidados no salão Dona Gercina Borges, no Palácio das Esmeraldas. O evento é gratuito e o livro estará à venda no local.
“Gandhi do Cerrado” foi a alcunha que Nestor Mota recebeu de frei Tito Alencar, seu amigo dos tempos de seminário e um dos ícones da luta contra a tortura no Brasil. O livro de mais de 300 páginas discorre sobre a infância, juventude e maturidade desse tocantinense que, visionário, conseguiu difundir o Yoga em Goiás na década de 1970.
“O que eu sei fazer é dar aula de Yoga”, disse Nestor ao irmão Cruz assim que deixou a prisão em São Paulo.
“Yoga… Yoga vai ser difícil pegar em Goiânia”.
Mas pegou, fez discípulos, criou vínculos e até deu uma família a Nestor Mota, que na juventude quase se tornou padre. Quase, porque, dos seminários, Nestor partiu em serviço de apoio a Carlos Marighella, juntamente com os freis dominicanos Betto e Tito.
Além dessa, muitas outras histórias compõem o livro, que foi escrito amparado nos recursos do Jornalismo Literário. “É um tipo de técnica que alia conceitos como imersão, precisão de dados, criatividade, voz autoral, responsabilidade e humanização”, explicam as autoras. O médico acupunturista e naturalista Jeovar Leite Guedes faz uma homenagem ao biografado na orelha do livro.
SOBRE AS AUTORAS
CARLA LACERDA – (62) 99907-3760
Jornalista com 15 anos de experiência, formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em 2003. Em 2009, finalizou Pós-Graduação em Jornalismo Literário. É autora de dois livros: Sobreviventes do Césio – 20 anos depois (2007) e Antônio de Oliveira – A marca de um homem (2016). Pelo primeiro título, recebeu menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog e foi agraciada pelo Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de Goiás. Tem experiência em jornal impresso e assessoria de imprensa. Desde 2010, é repórter concursada na TV Brasil Central, afiliada da TV Cultura em Goiás. É ainda sócia-fundadora da empresa Sua Vida em Livro, especializada na redação e edição de biografias, memórias, livros empresariais e institucionais.
DALVINA NOGUEIRA – (62) 98631-2016/ 98564-8596
Jornalista com mais de 20 anos de experiência, formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em 1992. Adepta e estudiosa do estilo Jornalismo Literário, com experiência em impresso e televisão, onde atuou como repórter e apresentadora do SBT e TV Cultura. Assessora de imprensa e política, uma das fundadoras da editora Sua Vida em Livro, autora dos livros: Antônio de Oliveira–A Marca de um Homem, Menina dos Olhos – Como Marina enfrentou a morte e abraçou a vida, e Histórias de Nossa Gente–Quatro Famílias, Oito gerações. É roteirista e produtora de documentários, além de fotógrafa amadora e mãe, em tempo integral.
SERVIÇO:
LANÇAMENTO DO LIVRO “NESTOR MOTA – O GANDHI DO CERRADO”
QUANDO: 21 DE SETEMBRO (SEXTA-FEIRA)
HORÁRIO: 19H30
LOCAL: SALÃO DONA GERCINA BORGES, PALÁCIO DAS ESMERALDAS, PRAÇA CÍVICA, GOIÂNIA
PREÇO DE CAPA: R$ 50
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