Cotidiano

Mercado de cigarros de Goiás é dominado por marcas ilegais

Diário da Manhã

Publicado em 27 de janeiro de 2018 às 22:55 | Atualizado há 1 semana

 

Pesquisa realizada pelo Ins­tituto Datafolha apresenta um panorama muito crítico em relação à atuação dos governos brasileiro e paraguaio no combate ao contrabando entre os dois paí­ses. Encomendada pelo Movimen­to em Defesa do Mercado Legal Brasileiro, a pesquisa ouviu cerca de 2 mil pessoas em 130 municí­pios de pequeno, médio e grande porte de todas as regiões do Brasil.

Para 77% dos moradores do Centro-Oeste, as autoridades bra­sileiras não atuam de forma efeti­va na fiscalização das fronteiras e quase 80% acreditam que o gover­no paraguaio também é incompe­tente nessa vigilância.

Entre os entrevistados da re­gião que acreditam que os para­guaios não adotam medidas para conter o problema, 75% avaliam que isso acontece porque polí­ticos e autoridades lucram com esse tipo de negócio.

Atualmente, marcas paraguaias contrabandeadas já são responsá­veis por 31% das vendas de cigar­ros de Goiás, segundo dados de mercado, volume que vem cres­cendo exponencialmente. Os nú­meros evidenciam que parte do mercado não é regulado, não gera empregos, não paga impostos e ainda é responsável pelo finan­ciamento do crime organizado e do tráfico de drogas e armas. Além disso, vale destacar que apenas em 2016, a evasão fiscal relacionada ao contrabando de cigarros de Goiás somou R$ 168,49 milhões.

O presidente do Paraguai, Ho­racio Cartes, é dono da maior fabri­cante de cigarros do país, a Tabaca­lera del Este, que produz o cigarro Eight, uma das marcas mais vendi­das no país. Mais de 51% dos entre­vistados do Centro-Oeste conhe­cem a marca, e o percentual é de 48% entre os brasileiros de 16 a 24 anos, mostrando a força do contra­bando entre os mais jovens, atraí­dos pelo baixo preço.

A pesquisa também apontou que 84% dos moradores do Cen­tro-Oeste veem ligação entre con­trabando de cigarros, o crime or­ganizado e o aumento da violência no Brasil. Os esforços do governo brasileiro para coibir a entrada de cigarros paraguaios no Brasil são reprovados, e o apoio a sanções contra o Paraguai recebe apoio de 59% dos entrevistados na região.

Para o coordenador do Movi­mento em Defesa do Mercado Le­gal Brasileiro, Edson Vismona, o crescimento exponencial do con­trabando tem acontecido por uma combinação de fatores: aumento de impostos, crise econômica e fragi­lidade das fronteiras. “É imperioso aumentar a vigilância nas frontei­ras, por parte dos governos de am­bos os países, e, no caso paraguaio, os brasileiros também veem omis­são motivada pelo fato de autorida­des e políticos do país vizinho serem beneficiários do contrabando de ci­garros para o Brasil”, afirma.

 

Para 77% dos moradores do Centro-Oeste, as autoridades brasileiras não atuam de forma efetiva na fiscalização das fronteiras e quase 80% acreditam que o governo paraguaio também é incompetente nessa vigilância”

Parar de fumar pode render R$ 1 milhão

 

O consumo de cigarro vem caindo gradativamente nos úl­timos anos, mas o número de pessoas que possui esse vício no Brasil ainda é grande. Além de gerar problemas para a saú­de física, o fumante também é prejudicado em outra saúde, a financeira. Se parar de fumar um maço de cigarro por dia, economizar e investir o valor na poupança, a pessoa terá R$ 1.028.274,92 ao final de 30 anos.

A conta é simples, se um maço custa em torno de R$ 8, um fumante que consome um maço de cigarro por dia gasta­rá a mais, por mês, R$ 240. Esse aumento de custo no orçamen­to mensal das pessoas com cer­teza fará com que muitos re­pensem sobre a importância de acabar com esse vício.

“Infelizmente, com os pre­ços atuais, poucas pessoas se dão conta do risco financeiro que isso proporciona. É lógi­co que esse risco é muito me­nor do que os físicos, entretan­to não podemos negar que esse impacto reflita na economia diária do fumante”, afirma o doutor em educação financei­ra Reinaldo Domingos.

 

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