Morre Jô Soares, ícone da televisão brasileira
Welliton Carlos da Silva
Publicado em 5 de agosto de 2022 às 08:31 | Atualizado há 3 anos
O Brasil ficou mais sem graça nesta sexta-feira, 5. Morreu aos 84 anos o humorista Jô Soares, considerado um ícone da televisão brasileira nos últimos 50 anos. O artista e apresentador estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Os familiares ainda não divulgaram qual foi a causa da morte.
Jô se notabilizou como humorista na década de 60 e intensificou sua participacão na televisão brasileira nos anos 70 e 80.
Começou sua carreira no cinema, em 1958, quando surge em “O Homem do Sputnik”, filme de Carlos Manga. Depois roteirizou e dirigiu programas na TV Record e Globo, caso do “Planeta dos Macacos”.
Além de apresentador dos programas, devido ao bom texto, era considerado excelente roteirista. Nos anos 80, brilhou nas noites de segunda-feira com o programa “Viva o Gordo”, em que perfilava várias sessões de stand-ups comedies, na TV Globo.
Nos anos 90, no SBT, criou o programa Jô Soares onze e meia, baseado nos talk shows americanos, e inovou as técnicas de entrevista no país, dando imersão e profundidade nos assuntos.
Levou o mesmo formato para a TV Globo, onde aprimorou o modelo de banda de jazz-entrevista-humor.
Ao mesmo tempo que atuava e dirigia peças teatrais, se apresentava com seu indefectível bongô e escrevia romances best sellers – caso de “O xangô de Baker Street”.
Diplomacia
O dramaturgo e artista desejava ser diplomata. E desde o início de sua educação formal foi preparado para ter aulas de idiomas – fator que o diferenciava na tevê brasileira.
Estudou no tradicional Colégio São Bento, no Rio de Janeiro. Depois, foi estudar em Lausane, na Suíça. Mas decidiu abandonar o objetivo da carreira internacional ao perceber que tinha uma grande veia cômica, o que o tornou conhecido nas escolas que frequentou. É originário de família rica, cujo pai, Orlando Soares, era empresário. Foi bisneto de políticos influentes no Espírito Santo e Paraíba.
Sob o comportamento político, era, antes de tudo, crítico ao sistema e rebelde – sendo alinhado às pautas progressistas e de direitos humanos, como os direitos das mulheres, gays, deficientes e idosos. Mas não era “politicamente correto”, produzindo textos muitas vezes ferinos e que incomodavam diversos segmentos, sejam de esquerda ou de direita.
O enterro e velório de Jô serão reservados à família e amigos, segundo sua assessoria.
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