Cotidiano

MP-GO pede prorrogação de prisão temporária de investigados da Operação SOS Samu

Júlio Nasser

Publicado em 24 de junho de 2016 às 19:19 | Atualizado há 9 anos

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) protocolou nesta sexta-feira, 24, um pedido de prorrogação da prisão temporária de 17 investigados que permanecem presos por crimes apurados na Operação SOS Samu. Os mandatos de prisão tem o prazo até este sábado, 25.

A operação deflagrada pelo órgão na última terça-feira, 21, prendeu 21 pessoas, entre médicos, técnicos de enfermagem, socorristas e donos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Até o momento duas pessoas ainda não se apresentaram e continuam foragidas.

A OPERAÇÃO

A ação, denominada “SOS Samu”, teve início após o MP apurar um esquema de pagamento de propina a alguns funcionários do serviço que prestam socorro imediato, para que eles encaminhassem pacientes que tivessem planos de saúde para UTIs específicas. O esquema burlava o acesso aos leitos. O órgão ainda não divulgou qual o valor em dinheiro que a quadrilha movimentou.

A operação foi realizada pelo MP-GO junto ao Grupo de Autuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Centro de Inteligência do MP e contou com o auxílio de 39 promotores de Justiça, além do apoio da Polícia Militar de Goiás (PMGO). A ação cumpriu 24 mandatos de prisão temporária e 43 mandatos de busca e apreensão nos municípios de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo.

Durante as investigações o órgão descobriu que os socorristas prestavam atendimento de urgência pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), e ao constatarem que o paciente tinha plano de saúde, entravam em contato com a central de regulação, responsável por controlar o encaminhamento das vagas das UTIs, e ao invés de levarem o paciente a algum hospital vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), levavam o paciente para UITs particulares.

Além disso, foi apurado que muitos dos encaminhamentos de pacientes à UTIs eram desnecessárias e que muitas das vítimas tinham o estado de saúde agravado propositalmente pelos envolvidos. O ato foi considerado pelo órgão, como “métodos espúrios e perigosos”, como “rebaixamento artificial de consciência do paciente”. Em algumas situações eram utilizados sedativos para agravar o estado de saúde do paciente.

O esquema beneficiava médicos e donos dos leitos, uma vez que as UTIs particulares ficavam cheias de pacientes, o que garantia o lucro dos envolvidos. As investigações apontaram que os subornos eram passados para médicos e para proprietários de UTIs por meio de depósitos bancários ou entregando o dinheiro em espécie de forma direta aos integrantes do esquema.

O MP divulgou que os integrantes do esquema são suspeitos de crimes como associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva.

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