O cenário é promissor para a economia goiana
Diário da Manhã
Publicado em 26 de outubro de 2018 às 00:17 | Atualizado há 6 anosFundado em 1808 pelo rei Dom João VI e depois reformulado em 1851 pelo Barão de Mauá (Irineu Evangelista de Sousa), o Banco do Brasil é a maior instituição financeira pública do país com 5.429 agências, 109.191 funcionários e 4066 estagiários. .
Em Goiás o banco participa do desenvolvimento do Estado através de suas carteiras de crédito agrícola, imobiliário e crédito empresarial e individual, sendo o administrador do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste), que oferece juros menores para implantação de indústrias e empresas de prestação de serviços no Estado.
Em visita à redação do Diário da Manhã, o superintendente do Banco do Brasil em Goiás, Marco Antônio Felício Sanches falou das perspectivas da economia goiana para este final de ano e para 2019. Ele revela, por exemplo, que o crédito agrícola em Goiás cresce acima da média nacional, sobretudo com o avanço no plantio no Norte do Estado e avalia que o aumento da demanda por commodities pode ampliar ainda mais o desempenho da agricultura em 2019.
Outra boa notícia, segundo ele, é a retomada no setor de imóveis. Ele registra que houve maior procura por crédito imobiliário – carteira na qual o Banco do Brasil (BB) é o segundo banco com maior número de operações no país. Sua opinião é que a economia em 2019 terá mais velocidade do que em 2018. “Percebemos que o ano de 2018 tem sido de retomada, de melhoria de crescimento, com significativa oferta de novos postos de trabalho, e certamente o ano de 2019 deve manter e ampliar estes índices econômicos e de crescimento”, observa. Outra área onde o BB
Para Marco Antônio Felício Sanches o Banco Central deve manter a taxa de juros Selic no patamar atual, ele informa que o banco está preparado para os desafios do próximo governo e diz que a instituição vai continuar investindo em novos produtos na área digital para facilitar a comodidade e agilidade ao cliente, que pode fazer praticamente tudo via celular, da abertura de contas a contração de crédito. Confira a íntegra da entrevista:
ENTREVISTA
DM–O sr. entrou no Banco do Brasil por concurso aos 18 anos, é natural de São Paulo, já prestou serviço em vários estados do país e hoje está em Goiânia. Qual tem sido sua impressão de Goiás?
Marco Antônio Felício Sanches – Estou muito feliz de estar em Goiânia e Goiás. Conheço vários estados do nosso país e Goiás é um estado que oferece uma enormidade de oportunidades em vários setores da economia. É hoje o carro chefe do nosso país. A agricultura está presente em todo o Estado é a principal engrenagem de nossa economia, e a gente percebe que toda adversidade na economia nacional tem impactado menos em Goiás. Para o Banco do Brasil é um Estado onde percebemos muitas oportunidade e observamos crescimento em vários segmentos de negócios.
DM–O Banco do Brasil tem uma tradição com a carteira de financiamento agrícola, mas recentemente também passou a financiar imóveis, e eu pergunto, quais as perspectivas do banco para o crédito habitacional?
Marco Antônio Felício Sanches – Como você bem disse o carro-chefe para o banco é a agricultura, mas estamos em todos os segmentos de financiamento, e no mercado imobiliário nós estamos hoje com todas as linhas de crédito disponíveis, tanto para o Minha Casa Minha Vida como também para os imóveis para classe média e aqueles de maior valor. Esta carteira vem demonstrando um crescimento significativo; hoje o Banco do Brasil é o segundo em crédito imobiliário do país, atrás apenas da Caixa Econômica que tem uma ampla tradição neste segmento. Mas temos apoiado e avançado neste mercado.
DM–Como está a busca por financiamento de imóveis?
Marco Antônio Felício Sanches – Nestes últimos meses de 2018 já se percebe um aumento da demanda por crédito imobiliário. Pelos números que recebemos a gente vê o mercado vem se aquecendo, de maneira ainda lenta, mas com crescimento.
DM–Há crescimento na demanda por commodities agrícolas no mundo. Isto já tem reflexo nos pedidos de financiamento agrícola?
Marco Antônio Felício Sanches – O histórico nosso de 2017 e 2018 é bastante significativo. O crescimento da carteira de financiamento agrícola no Estado de Goiás supera a média do país, por inúmeras razões, a primeira delas é que as commodities agrícolas estão ainda mantendo o seu preço ou até se elevando e existe uma maior demanda, por outro lado o Estado tem outras áreas que podem proporcionar o crescimento da produção, e isto pode ser constatado no Norte do Estado, onde se vê novas fronteiras agrícolas. Tudo isto faz crescer a demanda por crédito agrícola em Goiás, mais que na média do país.
DM–Qual é o volume deste crédito?
Marco Antônio Felício Sanches – A agricultura corresponde por aproximadamente 60% do crédito que nós realizamos no Estado de Goiás. Temos uma parcela do crédito voltada para a pessoa física, varejo, outra para pessoas jurídicas (micro, pequena, média e grandes empresas) e tem o crédito agrícola que concentra a maior parte destes recursos.
DM–Quais são as regiões com maior demanda de crédito agrícola?
Marco Antônio Felício Sanches – Temos muitas regiões dinâmicas como Cristalina e Luziânia, que demandam bastante, mas o Sudoeste e o Sul do Estado, detém as maiores carteiras de crédito agrícola no Estado.
DM–Como está a inadimplência?
Marco Antônio Felício Sanches – Há sempre uma preocupação, mas mesmo em 2017 e em 2018 ela se mantém controlada e decrescente, ou seja, o agricultor busca pagar corretamente as suas responsabilidades, e por outro lado, o banco também disponibiliza para os agricultores meios de recompor suas responsabilidades quando ele tem algum contratempo. Em diversas situações onde o produtor enfrenta dificuldades financeiras, o Banco do Brasil pode reprogramar os pagamentos de maneira a que ele tenha capacidade de pagamento e se mantenha na atividade.
DM–O país vive um momento de transição com o processo eleitoral que se finda neste domingo e isto certamente vai ter impacto no planejamento do Banco do Brasil a partir do ano que vem. Como a instituição está analisando os candidatos e suas propostas para o futuro governo?
Marco Antônio Felício Sanches – O Banco do Brasil é o banco dos brasileiros, do governo federal, dos governos estaduais e municipais. Independente de quais candidatos tenham êxito nas urnas, o banco vem se preparando para continuar apoiando os diversos e principais segmentos da economia em todas as regiões do país. Aquilo que é nosso papel como banco público que é apoiar a agricultura e o seu desenvolvimento, apoiar o comércio, a indústria, os serviços e o seu desenvolvimento e apoiar as pessoas físicas com soluções, produtos e financiamentos para alcançar os bens que consideram necessários, como o crédito imobiliário, o banco vai fazer. Diante deste cenário polÍtico e econômico percebemos que o ano de 2018 tem sido de retomada, de melhoria de crescimento, com significativa oferta de novos postos de trabalho, e certamente o ano de 2019 deve manter e ampliar estes índices econômicos e de crescimento. O Banco do Brasil vai procurar cumprir o seu papel em qualquer cenário que se apresentar.
DM–O grande debate no país é em relação à Reforma da Previdência, e o Banco do Brasil tem uma larga experiência com a Previdência Privada. Há um momento no sentido de incentivar este modelo privado de aposentadoria. O banco está se preparando para atuar mais forte neste segmento?
Marco Antônio Felício Sanches – O Banco do Brasil já atua junto às pessoas físicas e jurídicas com produtos que permitam a elas programar a sua aposentadoria, que é a previdência privada através da BrasilPrev. É uma empresa ligada ao banco que faz a gestão deste patrimônio. Como é que o banco enxerga as mudanças que podem vir: as pessoas vão se preocupar cada vez mais com a sua aposentadoria, consequentemente o banco que que tem o know-how de mais de 210 anos, que tem a sua própria previdência fechada (Previ) com mais de cem anos, e a BrasilPrev que fez recentemente 30 anos, demonstra que o banco tem a expertise para gerir esta questão. O banco vai colocar à disposição de todas as pessoas os seus produtos e serviços de programação de aposentadoria e vai fazer a gestão, o diálogo com cada cliente. Este deve ser um tema no cotidiano das pessoas, as pessoas vão se preocupar mais, buscar mais informações e formar sua poupança para aposentadoria.
DM–A população brasileira está envelhecendo e pergunta é: como se programar para a aposentadoria? Quanto custa isto?
Marco Antônio Felício Sanches – Esta programação, quanto antes a pessoa buscar, melhor. O período de contribuição é muito importante, pois para formar uma poupança para a aposentadoria é necessário reservar recursos por longo anos – vinte ou trinta anos -, portanto, quanto mais jovem a pessoa iniciar esta programação, melhor. Hoje é possível iniciar um plano de previdência com contribuições pequenas, de até cem reais, é óbvio que o valor da contribuição, aliado ao tempo de contribuição é que vai formar a sua renda futura. Também é possível as pessoas iniciarem esta contribuição enquanto ainda são jovens. Existe uma modalidade de previdência que pode ser contratada para os filhos, onde os pais começam a programar a previdência dos filhos. Isto pode ser contratado a partir do nascimento das crianças e existem muitas pessoas que estão programando a previdência dos filhos desde o seu nascimento e quanto eles alcançam a maioridade, seguem contribuindo, formando este patrimônio para a previdência futura, que é uma tendência que percebemos hoje.
As commodities agrícolas estão ainda mantendo o seu preço ou até se elevando e existe uma maior demanda, por outro lado o Estado tem outras áreas que podem proporcionar o crescimento da produção, e isto pode ser constatado no Norte do Estado, onde se veem novas fronteiras agrícolas. Tudo isto faz crescer a demanda por crédito agrícola em Goiás, mas que na média do País” Nestes últimos meses de 2018 já se percebe um aumento da demanda por crédito imobiliário. Pelos números que recebemos a gente vê que o mercado vem se aquecendo, de maneira ainda lenta, mas com crescimento” O banco vai manter as estruturas de atendimento físico. As pessoas que procurarem nas agências terão a oportunidade de ser atendidas em agências especializadas em cada segmento de atendimento. Mesmo que seja uma simples consulta, nós teremos agências voltadas para esta finalidade”
DM–Este modelo de previdência é uma carteira de capitalização com juros acima da poupança, como funciona?
Marco Antônio Felício Sanches –Os recursos que são captados pela previdência são alocados ao desejo do investidor. Ele pode ter uma aplicação mais moderada, mais agressiva ou mais conservadora. Esta decisão é também do próprio investidor. A gente observa que no início da formação deste capital as pessoas estão dispostas a correr mais riscos e colocam os recursos em investimentos de risco de carteiras moderadas, mas que também buscam alcançar uma remuneração maior, e ao longo do tempo colocam os recursos em carteiras mais conservadoras, quando vão se aproximando do período da aposentadoria para garantir a poupança que esperam alcançar.
DM–São muito elogiados os aplicativos oferecidos pelo Banco do Brasil para smartphones, que facilitam a movimentação dos clientes. O banco vai continuar investindo em tecnologia. O que está programado para o próximo ano?
Marco Antônio Felício Sanches – A gente tem vivido uma transformação que se dá também no meio digital, e é óbvio que o banco vai manter as estruturas de atendimento físico. As pessoas que procurarem nas agências terão a oportunidade de ser atendidos em agências especializadas em cada segmento de atendimento. Mesmo que seja uma simples consulta, nós teremos agências voltadas para esta finalidade. Por outro lado a gente também sabe que as pessoas buscam agilidade e comodidade, por isso o banco pode estar no celular de cada pessoa. O banco cada vez mais segue investindo nesta transformação digital onde tudo pode ser feito por meio do celular se a pessoa desejar, mas se ela desejar também um atendimento por meio do telefone, do whatsApp, chat isto é possível de ser feito. Se esta pessoa desejar marcar um horário, que pode ser estendido das 8 às 20 horas nas agências do banco, isto também é possível. Então há uma série de benefícios que estão sendo levados aos clientes. Agora, não tenho dúvidas em dizer que a transformação digital, a comodidade e a agilidade de fazer suas transações – sejam elas quais forem -, por meio do celular, vão sim fazer muita diferença no atendimento bancário e por isto o banco segue investindo nesta transformação também.
DM–Nestas eleições alguns candidatos (e alguns vices) apresentaram proposta de privatização do Banco do Brasil e de outras estatais. Como a comunidade bancária recepciona este tipo de ideia?
Marco Antônio Felício Sanches – O Banco do Brasil é um banco público, mas que tem pautado o seu trabalho também para a economia de mercado. O banco busca se modernizar e também nossos funcionários estão cada vez mais voltados para prestar um melhor atendimento possível, entregando para clientes e usuários atendimento de qualidade, satisfação no atendimento, agilidade e comodidade. É óbvio que nós, funcionários do banco estamos sempre alertas a estes diálogos, é um assunto recorrente inclusive. Toda vez que existe uma mudança no cenário político o assunto volta à pauta, não só a privatização do Banco do Brasil mas também de outras empresas públicas. A gente precisa ter serenidade, tranquilidade, buscar cumprir o nosso papel, nossos deveres e continuar trabalhando. Se houver uma decisão neste sentido, tenho certeza que os profissionais do Banco do Brasil estão maduros, são profissionais voltados para prestar o melhor serviço ao mercado, e vão se adaptar a uma nova realidade, se ela vier.
DM–Outro tema em debate é a concentração bancária, ou seja a constatação de que existem poucos bancos operando no país. Como o Banco do Brasil em certa época atuou no segmento de baixa renda com a bandeira de Banco Popular, esta é uma experiência que pode voltar?
Marco Antônio Felício Sanches – O Banco do Brasil tem trabalhando nos mais diversos segmentos, e busca também recepcionar a população de menor renda, o microempreendedor individual e pequenos empresários. O banco disponibiliza também por meio do celular ou nas suas agências a abertura de contas para todos os segmentos da economia e também financiamento para este nicho da economia informal. O banco deixa de ter aquela bandeira de banco popular do Brasil, mas continua prestando este serviço às pessoas de menor renda, para o micro e pequeno empreendedor individual por meio de suas agências e eles tem a comodidade de ter acesso à abertura de conta corrente, cartão de crédito, linhas de financiamento por meio do celular.
DM–As linhas de microcrédito do banco são a partir de quais valores? O que é necessário para se habilitar ao crédito?
Marco Antônio Felício Sanches – Depende da atividade que ele exerce, o tempo que ele exerce e a renda média alcançada que ele faz por meio de declaração. Varia muito de pessoa para pessoa.
DM–É necessário que o empreendedor apresente um projeto avalizado por um economista ou um contador para ter acesso ao crédito?
Marco Antônio Felício Sanches – Este crédito é acessado por meio de informações que eles mesmo prestam aos funcionários do banco. São valores que variam de cem a 500 reais, dependendo da atividade com juros bastante acessíveis.
DM–Goiás experimenta o crescimento no turismo. O Banco do Brasil está atento a este movimento?
Marco Antônio Felício Sanches – Em todos os segmentos da economia o banco tem linhas específicas para apoiar o seu desenvolvimento. O turismo também é um dos segmentos da economia que o banco se faz presente. Temos linhas de crédito destinadas a esta finalidade específica, por exemplo, para estruturação, equipamentos, reformas, adaptação, melhoria de instalação de pousadas ou pequenos hotéis. Aqui em Goiás e em todo o Centro-Oeste o FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) também atinge este segmento, além das linhas tradicionais que o banco opera.
DM–Qual é a taxa de juros para o FCO?
Marco Antônio Felício Sanches – A taxa juros para estes segmentos está por volta de 12% ao ano, ou seja, um por cento em média, mês.
DM–O sr. acredita que o Banco Central mantém a política de redução da taxa Selic de juros?
Marco Antônio Felício Sanches – Minha avaliação da política econômica é de ajuste da inflação, a contenção da demanda deve permanecer neste modelo de gestão. A taxa Selic está estabilizada, não deve cair mais até o final do ano, o que deve manter a economia com dinamismo relativamente controlado, proporcionando o controle da inflação que foi conquistado nos últimos dezoito meses com bastante contundência, o que é bom para o país. Ter a inflação controlada permite à população e ao segmento de empresários e empreendedores uma programação melhor dos investimentos, das compras, da gestão do estoque e também da percepção da melhoria da demanda em função do controle da inflação.
DM–O spread bancário é muito alto no Brasil e isto se verifica nos juros do cartão de crédito e no cheque especial. É possível baixar este spread e estas taxas de juros para o crédito individual e de consumo?
Marco Antônio Felício Sanches – Sem dúvida nenhuma já é um movimento que existe, já é tendência e os bancos de modo geral buscam fazê-lo. O banco tem feito sua parte no sentido de demonstrar ao cidadão, ao empresário que estes são juros restritivos, por exemplo, quando o cliente permanece usando o cheque especial por mais de cinco dias, ele recebe por meio do whatsApp, que é exclusivo do banco, que ele pode substituir aquele cheque especial por uma linha de crédito mais barata, contratando uma linha de crédito pessoal com juros significativamente menores. Ele substitui uma dívida cara por uma dívida barata. Isto a gente faz no cheque especial, no cartão de crédito, porque o banco não tem o desejo que os seus clientes paguem estes juros excessivamente maiores se ele tem à disposição dele taxas de juros absolutamente menores. O uso inteligente do crédito é que mantém a nossa carteira de clientes saída também. Esta é uma preocupação do banco.
Quando o cliente permanece usando o cheque especial por mais de cinco dias, ele recebe por meio do whatsApp, que é exclusivo do banco, que ele pode substituir aquele cheque especial por uma linha de crédito mais barata, contratando uma linha de crédito pessoal com juros significativamente menores. Ele substitui uma dívida cara por uma dívida barata. Isto a gente faz no cheque especial, no cartão de crédito, porque o banco não tem o desejo que os seus clientes paguem estes juros excessivamente maiores se ele tem à disposição dele taxas de juros absolutamente menores” Percebemos que o ano de 2018 tem sido de retomada, de melhoria de crescimento, com significativa oferta de novos postos de trabalho, e certamente o ano de 2019 deve manter e ampliar estes índices econômicos e de crescimento” A gente também sabe que as pessoas buscam agilidade e comodidade. O banco cada vez mais segue investindo nesta transformação digital onde tudo pode ser feito por meio do celular se a pessoa desejar, mas se ela desejar também um atendimento por meio do telefone, do whatsApp, chat, isto é possível de ser feito. Se esta pessoa desejar marcar um horário, que pode ser estendido das 8 às 20 horas nas agências do banco, isto também é possível”]]>