O Natal dos órfãos
Diário da Manhã
Publicado em 23 de dezembro de 2017 às 22:59 | Atualizado há 2 semanasO Natal significa o nascimento de Jesus Cristo, um momento em que todas as pessoas se confraternizam e trocam presentes entre familiares e amigos, além de se reunirem para uma ceia de Natal. Existem também pessoas que realizam doações de gêneros alimentícios, roupas, brinquedos e realizam festas para os menos favorecidos. No entanto, esse espírito de Natal deveria ser o ano inteiro, pois em todos os cantos do mundo existem pessoas que necessitam de auxílio.
No Natal, é oportuno para refletir como são as noites daqueles que estão abandonados e pensar que uma palavra amiga, um gesto de carinho vale mais do que qualquer presente. Lembrando ainda quantos queriam estar em casa com os seus familiares.
Pensando nisso, a diretora do Instituto de Amparo e Aprendizagem (IAMEC), Claudionir Guimarães, faz da unidade de acolhimento, um lar familiar. Segundo a diretora, ela, o esposo e todos os profissionais do instituto são envolvidos com as crianças para que possam se sentir em casa, seguros e vivendo em família. “Aqui não tem sofrimento, ninguém fica remoendo por não estar com as famílias na noite de natal”, relata.
O IAMEC abriga 15 crianças de 0 a 14 anos, e de acordo com a diretora todas as crianças tem relatos tristes, e garante que por mais que todas amem os seus pais, eles vieram de um lugar onde se sentiam inseguros e no abrigo encontraram a segurança. “Devido a falta de estrutura familiar, nenhuma criança pode estar com a família, mesmo no natal”, diz.
Há cinco anos que Claudionir está na direção do abrigo e todos os anos participa da ceia de natal com as crianças, e sua família, eventualmente, participa dos festejos. Para este ano, os preparativos para a ceia natalina do orfanato, vai ter comida, frutas e muito amor. Para algumas crianças, será a primeira ceia de natal, alguns que chegam ao abrigo não conhecia o verdadeiro significado.
A diretora realiza um belo trabalho, em que todo o vazio é preenchido e faz desta data um momento especial de muita alegria. Claudionir garante ainda que estar com os familiares era o ideal, mas a realidade das crianças, não é propício. “Abrigo não é o melhor lugar para a criança estar, nem devia existir, mas, é um mal necessário, a criança precisa dos pais, estar em seu ninho, mas a realidade que eles viviam, é melhor estar aqui”.
AÇÃO DO BEM
No IAMEC, os presentes chegaram antes mesmo do dia 25 de dezembro. Desde o início do mês, voluntários estiveram no abrigo levando a magia do Natal. Os presentes ficaram por conta de duas amigas voluntárias, as estudantes Anna Júlia Borges e Ana Clara Pastore, que se uniram e criaram o Projeto de Natal. “Mesmo com a crise, esse ano ainda teve pessoas do bem ajudando e colaborando com a instituição”, agradece a diretora.
Anna Clara sempre observou a mãe organizar eventos para ajudar os mais carentes e com a colaboração do seu pai, teve inspiração para levar um pouco de alegria para as crianças do orfanato. “Esse momento está sendo o meu presente de natal, é algo inexplicável”.
Embora existem crianças que estão longe dos familiares, ou não tem família, através de um elevado gesto de nobreza e bondade ainda existem unidades de acolhimento que proporcionam a elas uma noite alegre e com muito amor.
O QUE ELES PENSAM SOBRE O NATAL:
Meu primeiro Natal aqui foi muito bom. Antes de vir pra cá, eu não sabia o que era. Aqui eu comecei a acreditar que existe Papai Noel. Ele já veio aqui e trouxe o que eu pedi. Hoje eu sou feliz” G.P.S.,13 anos, vive no abrigo há 1 ano e meio
O Natal é uma época de festas e ficar com a família. É meu primeiro Natal aqui no orfanato e eu estou muito feliz e ansioso. Eu nunca participei de uma ceia de Natal. Tenho certeza que será muito bom”S. B., 14 anos, vive no abrigo há 3 anos
O Natal para mim é o nascimento de Jesus, união das famílias. Por aqui é muito divertido, é diferente do que era antes, mas sou muito feliz. Aqui eu tenho os melhores ceias de Natal”
-
S. B., 14 anos, vive no abrigo há 3 anos
Tempo de Natal é a reunião das famílias, é um dia para pensar que precisamos ser pessoas melhores. Meu Natal aqui é maravilhoso, nem se compara com minha vida de antes. Eu nem sabia o que era Natal antes de chegar aqui”
M.C.G.B., 12 anos, vive no abrigo há 2 anos
]]>