Cotidiano

O perigo está em casa

Diário da Manhã

Publicado em 22 de novembro de 2017 às 03:18 | Atualizado há 7 anos

Quem tem criança em casa sabe que é preciso redobrar a atenção com os pequenos. Por um segundo de descuido, quan­do menos se espera, os aciden­tes podem acontecer. Por isso, a prevenção deve iniciar logo após o nascimento. De acordo com os dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), todos os anos 5,3 mil crianças morrem vítimas de acidentes domésticos no Brasil. Os locais de maior risco são co­zinha, banheiro, escada, quintal, sala e quarto.

Vários fatores podem estar relacionados a uma frequên­cia maior de traumas dentro de casa: pequenas dimensões, ilu­minação deficiente, móveis ou objetos pontiagudos, piso escor­regadio, tomadas elétricas sem proteção ou mal protegidas, au­sência de proteção para a crian­ça, como corrimão na escada, passadeira deslizante, objetos que podem causar danos: mar­telo, serrote, alicate, furadeira, faca, espeto de churrasco, entre outros. Além de proteger a crian­ça em casa, os pais devem estar atentos a outros lugares que a criança frequenta, se também estão protegidos, como na cre­che, escola, ou casa de familiares.

O vice-presidente do Sindi­cato dos Condomínios e Imo­biliárias (Secovi-GO), Ivan Her­mano, garante que aqueles que não seguem as normas de se­gurança adequada estão colo­cando em risco não só a própria vida, mas também das outras pessoas. Segundo ele, é preci­so ter a conscientização de que as crianças são inquietas, gos­tam de brincar e não entendem os riscos a que estão se subme­tendo, portanto os familiares de­vem ter noção dos riscos. “Esses cuidados precisam ser pensados continuamente por esses que são os guardiões dessas crianças, a atitude do adulto é que vai fa­zer diferença nesse caso”, explica.

Ivan alega que o grande pro­blema de acidentes com as crianças está na falta de cuida­do. Não considera que seja a falta de irresponsabilidade dos pais, mas falta de atenção. “É im­portante que os pais se precave­nha, o dobro, para evitar qual­quer problema”.

CONSCIENTIZAÇÃO

Alguns acidentes com reper­cussão nacional vêm conscien­tizando os pais a redobrarem os cuidados com os pequenos. Em 2009, uma criança no Rio de Ja­neiro morreu após cair da janela do quinto andar do prédio onde morava. Na época, os pais foram presos em flagrante pelo crime de abandono de incapaz.

Outro caso parecido aconte­ceu em São Paulo. Em 2015, um menino de 5 anos morreu quan­do caiu da janela do banheiro do prédio em que morava. A mãe ti­nha saído do apartamento para buscar o namorado em uma es­tação de trem, enquanto isso a criança ficou sozinha. Após se arrumar para ir à escola, colocou duas cadeiras no box e se pendu­rou na janela, de onde caiu.

Um caso recente, que aconte­ceu em São Paulo, deixou os vi­zinhos assustados. Uma criança de 2 anos morreu após despen­car do 6º andar de um prédio. O local de onde caiu era ines­perado, o buraco do ar-condi­cionado.

O vice-presidente do Sicovi relata que esse episódio do aci­dente no buraco onde se ins­tala o ar-condicionado é algo que deve ser pensado. Portan­to, a possibilidade de se acon­tecer um acidente em qualquer local do condomínio que este­ja protegido com rede de prote­ção confiável evitará esses tipos de tragédias. Locais inusitados como esse, além das janelas no banheiro, também necessitam de proteção.

As redes de proteção, como qualquer equipamento, sofrem desgaste e devem ser substituí­das. No entanto, algumas pessoas não sabem ou não estão atentas ao prazo de substituição da cer­ca, o que acarretará riscos para as crianças. “Muitas pessoas es­colhem um instalador sem pre­cedentes, e isso é um risco, por isso deve-se estar atento a esses procedimentos para a seguran­ça”, alerta.

Afogamento em balde é ou­tro acidente comum. Neste ano, em Goiânia, uma criança de um ano caiu em um balde com água. Foi socorrida, mas não resistiu e veio a óbito após dois dias do acontecido. Todos os cô­modos da casa apresentam ris­cos, mas a cozinha e a área de serviços possuem o maior po­tencial para acidentes. De acor­do com a ONG Criança Segura, em 2015, cerca de 221 crianças morreram após sofrerem quei­maduras

Dica de Segurança

  1. Instale grades ou redes de proteção nas janelas, sacadas e mezaninos;
  2. Não deixe cadeiras, camas e bancos perto de janelas, pois as crianças podem escalar e se debruçar. O mesmo vale para móveis baixos perto de estantes e armários altos;
  3. Instale portões de segurança no topo e pé das escadas. Se a escada for aberta, opte por redes ao longo dela;
  4. Cuidado com chão liso e tapetes. Não encere o piso e providencie antiderrapantes nos tapetes para evitar escorregões. Na maioria das quedas infantis atendidas nos postos do SUS, as crianças caíram do mesmo nível, ou seja, as quedas foram causadas por tropeções, pisadas em falso ou desequilíbrios;
  5. Oriente seu filho a brincar em locais seguros. Escadas, sacadas e lajes não são espaços de lazer;
  6. Crianças com menos de 6 anos não devem dormir em beliches. Se não houver outro local, instale grades de proteção nas laterais;
  7. O uso de andadores não é recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, pois pode comprometer o desenvolvimento e causar sérias quedas;
  8. Quando for trocar fralda, mantenha sempre uma mão segurando o bebê. Nunca deixe um bebê sozinho em mesas, cama e outros móveis, mesmo que seja por um instante;
  9. Proteja as tomadas com protetores específicos baratos
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