Onde está a segurança?
Diário da Manhã
Publicado em 31 de março de 2017 às 02:58 | Atualizado há 8 anosMais um problema que afeta as unidades de educação de Goiânia. Alunos e professores estão assustados com os assaltos e roubos que vem acontecendo com frequência nas escolas municipais e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis).
A aluna da Escola Municipal Vila Rosa, Déborah Evelyn estuda há cinco anos nesta unidade e tem a recordação de alguns arrombamentos que já ocorreram, mas o que a deixou mais assustada foi o que ocorreu no último sábado, dia 25 de março, e para a aluna, chegar à escola e saber que novamente a escola foi arrombada, é muito frustrante. “É muito triste pra mim, porque a escola foi metade da minha vida, é como minha segunda casa”, disse.
No assalto citado pela aluna, no último sábado, foram levados duas impressoras, segundo funcionários, só não levou demais objetos de valores, pois a diretora da escola começou a levar para a casa a fim de garantir que esses itens voltarão para a escola em segurança. Segundo a professora da escola Siomar de Moura Vieira, que está a 23 anos lecionando na unidade, já presenciou nos últimos cinco anos a escola ser arrombada continuamente.
Este ano houve dois roubos seguidos na escola, e comenta que a segurança da escola é feito por funcionários que foram readaptados para ficar no portão, fora isso a professora alega que não tem segurança alguma. “As vezes planejamos uma aula com a TV, quando chegamos na escola, não está lá, fim do ano levaram até os brinquedos que os Correios haviam feito a entrega”, diz Siomar.
De acordo com Valdsom Batista de Souza, porta-voz da Guarda Civil Metropolitana, de janeiro até agora foram registradas 34 ocorrências nas escolas do município e Cmeis. “Diminuiu 50% o índice de ocorrência, comparado ao ano passado, foram realizadas oito prisões e destes eram alunos ou ex- alunos da escola,” relata.
O porta-voz questiona que colocando um guarda por unidade, não é a solução do problema. “Mesmo se quiséssemos, seria impossível. Para cada escola precisaríamos de dois guardas ou mais. Em Goiânia tem 361 unidades educacionais, nós temos 1540 efetivos, para atender a demanda precisaríamos de 5400”, explica.
Estatuto
Foi publicada no diário oficial, no dia 11 de agosto de 2014, a Lei Ordinária nº 13.022 que dispõe sobre o Estatuto Geral das Guardas Municipais, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff, no dia 8 de agosto de 2014. Insere as guardas municipais no sistema nacional de segurança pública, garante o porte de arma e dá a esses profissionais o poder de polícia. Portanto, o Guarda Civil Metropolitano tem o dever de proteger tanto o patrimônio como a vida das pessoas desempenhando as mesmas funções que um Policial Militar e não ser tratado como um vigilante.
Valdsom ressalta a importância do investimento da educação em melhorias na estrutura das unidades como, aumentar os muros, cercas elétricas, alarmes, dentre outros. Ele acredita ainda, que isso pode ser uma solução para manter a segurança nos Cmeis e escolas. Garante ainda que não é trabalho dos Guardas Civis Metropolitanos dormir nas escolas e demais patrimônios da capital, pois não é um sinal de segurança.
Ocorrência e viaturas
Algumas unidades de saúde já utilizam um sistema de segurança ligado às viaturas, o alarme é acionado e então os guardas atendem a ocorrência em tempo hábil. “Algumas vezes fomos acionados por vizinhos que presenciavam bandidos invadindo algumas escolas e conseguimos impedir o roubo, com esse sistema de segurança facilitaria nosso trabalho. Queremos sensibilizar a rede de educação para investir em nosso projeto,” conclui.
Relatório de uma aluna da Escola Municipal Vila Rosa
Goiânia dia 27 de março de 2017.
No primeiro momento fizemos uma tarefa de história, a tia contou um pouco mais sobre os povos indígenas. Mas aconteceu uma coisa na minha escola, a escola foi roubada de sexta para sábado e de sábado para domingo. Eles arrombaram a secretária e outra sala. Depois a professora Siomar falou que tinha chamado à imprensa, e que era para nós esperar até o meio dia para contar um pouco o que os alunos da nossa escola estão passando. O lanche de alguns dias atrás era só arroz e feijão, logo depois foi só macarrão e os alunos não estão mais aguentando essa desorganização com os alunos, e nós vamos lutar até conseguimos os nossos direitos, logo em seguida ela passou uma tarefa de matemática que falava sobre os arredondamentos. Depois a professora Roberta falou para os pais o que estava acontecendo, que nós devemos lutar por aquilo que é nosso e assim terminamos a aula.
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