Cotidiano

Pais que matam os filhos

Júlio Nasser

Publicado em 11 de abril de 2017 às 00:59 | Atualizado há 8 anos

O crime que chocou Goianésia neste final de semana chegou aparentemente ao fim com mais uma tragédia familiar: o pai da pequena Emilly Beatriz Rodrigues, Marcelo Rodrigues Machado, seria o autor do homicídio. O bebê foi encontrado ferido em um canavial na região do Residencial Ipê de Jesus. Levada para Goiânia, onde recebeu atendimento, a criança não conseguiu sobreviver.
A Polícia Civil afirma que o pai teria confessado o crime durante depoimento no sábado. Inicialmente, a informação apurada pela polícia dava conta de que Marcelo e Emilly teriam sido sequestrados. Conforme Marcelo, ocupantes de um Gol preto teriam abordado pai e filha. No meio de um canavial, um dos sequestradores supostamente atirou na cabeça de Emilly.
Após rápida investigação, a Polícia Civil desconstruiu a versão do pai: sistemas de segurança próximos não flagraram nenhum carro semelhante ao informado por Marcelo e as únicas pegadas encontradas no local eram do homem.
Na presença de um psiquiatra, Marcelo confessou o crime. Ele teria discutido com a esposa na sexta-feira, 7. Ao sair com a criança, o homem desejava, de fato, matá-la e depois tirar a própria vida. Ele atirou na cabeça da criança e não teve coragem de tirar a própria vida. Saiu então correndo para socorrer a filha.
O homem chegou a dizer que escutava “vozes” que teriam levado a cometer o crime.
Conforme o jornal Diário do Norte, “o autor do crime bárbaro já havia manifestado episódio de autoextermínio, o que, segundo ele, sua vontade em cometer suicídio era devido às vozes que ele ouvia, o convencendo a se matar”.
A Polícia ainda não encontrou a arma do crime e Marcelo será novamente interrogado para informar onde está o revólver.

MÃE

O caso não é o único de violência dos pais contra os filhos. No final de semana, uma jovem de 23 anos acabou presa após ter supostamente jogado a filha, logo após o parto, do 5º andar de um prédio, na Avenida Goiás, no Setor Central, em Goiânia. Conforme a Polícia Civil, a corporação investiga se houve um aborto ou se o bebê nasceu com vida e foi arremessado pela janela.
A polícia tomou conhecimento sobre o caso após moradores do prédio avistarem o corpo do bebê sobre a marquise. Na ocasião, uma equipe do Corpo de Bombeiros também foi acionada e informou que o feto tinha aproximadamente 37 semanas de gestação.
O corpo do bebê foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames que vão definir se a mulher realizou um aborto, se o feto nasceu morto ou se estava vivo quando foi jogado pela janela.
A mãe da criança foi presa após a polícia constatar marcas de sangue em uma janela do prédio em que o corpo do bebê foi encontrado. Segundo a corporação, a jovem confessou ter jogado a filha do apartamento, mas não deu mais informações. As investigações seguem para apurar se há mais envolvidos no caso. Ela pode responder por homicídio, infanticídio ou aborto.

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