Polícia de resultados
Diário da Manhã
Publicado em 6 de janeiro de 2017 às 00:39 | Atualizado há 1 semanaAs ações da Polícia Militar em Goiânia redundaram em uma diminuição substancial nas ocorrências de crimes, notadamente contra a vida e patrimônio e tornaram as unidades que atuam na capital referência para as atividades de segurança pública. Somente em relação a roubo de carros os números caíram pela metade em 2016 se comparados com o ano de 2015 e a criminalidade sofreu sérios reveses em todas as suas áreas de atuação, com mais de 100 bandidos mortos em confrontos com policiais militares.
“Efetivamente podemos garantir que em Goiânia bandido nenhum fará nome e o crime não será organizado enquanto cuidarmos da segurança da população”, garante o tenente-coronel Ricardo Rocha. Ocupando desde março de 2016 o Comando do Policiamento da Capital, ele é um dos artífices das medidas que resultaram na redução do índice de crimes cometidos e na desarticulação de organizações criminosas. Para Ricardo Rocha, o fato de o CPC ter recebido apoio integral do comandante-geral da PM, coronel Alves, e do secretário de Segurança Pública, José Eliton, dando liberdade de ação para o comando e suas unidades subordinadas, como a Rotam, foi fundamental para o sucesso na redução da criminalidade.
Os números apurados somente no mês de dezembro, em que tradicionalmente aumentam as ocorrências de delitos praticados por causa das aglomerações de compras de final de ano e pela liberdade concedida a bandidos prevista no indulto de Natal, revelaram que a PM colheu os frutos do trabalho que foi desenvolvido ao longo do ano. “Graças a Deus e também com o apoio do nosso comandante-geral e o esforço dos nossos comandantes e praças do CPC, ainda com todas as nossas dificuldades conseguimos no mês de dezembro de 2016 em relação a dezembro de 2015, na capital goiana, uma considerável redução dos crimes de homicídios (29%), tentativas de homicídios (60%), furtos de veículos (27%), roubos a pessoas (25%), roubos de comércios (15%) e roubos de veículos (46%)”, comenta.
A base desse sucesso é creditada pelo comandante da capital ao esforço que a tropa empreendeu ao longo de 2016 durante sua gestão. Oficial de renome e com reconhecida experiência operacional, líder nato que comanda com maestria os soldados sob seu comando, injustiçado inúmeras vezes pela mídia e pelo Ministério Público, Ricardo Rocha é um dos mais brilhantes militares de sua geração e uma referência na PM goiana e alvo de inveja constante de outros integrantes da corporação que não conseguem alçar o mesmo voo. Para ele, a capacitação dos militares e o empenho da tropa em 2016 foram o diferencial para atingir a redução substancial nos índices de criminalidade.
“Primeiramente é preciso que se diga que os números ressaltam o trabalho efetivo dos nossos policiais militares individualmente e do trabalho conjunto da corporação. Outras unidades como o Comando de Missões Especiais (CME), Graer, Choque, Giro e Polícia Montada foram fundamentais para esse sucesso, e a Rotam que foi a base desse destaque. Mas precisamos melhorar no quesito de ostensividade, colocando mais viaturas e policiais em visibilidade nas ruas para combater a criminalidade”, explica.
Os policiais fizeram mais de 11.000 abordagens pelas ruas de Goiânia e isso redundou em 1.145 armas apreendidas, 1.824 foragidos da Justiça recapturados e a impressionante marca de 5.823 veículos recuperados que eram produto de furtos e roubos. Os números causam impacto quando vistos somente como algarismos e principalmente quando se sabe que isso resultou em criminosos retirados de circulação, ao menos que temporariamente.
O roubo de veículos a mão armada ainda é um problema sério em Goiânia, mas que teve uma redução singular sob o comando de Ricardo Rocha à frente da PM. Em 2015 foram 38 carros roubados por dia na capital. Esse número baixou para cerca de 16 no ano passado e contando com outras ocorrências similares esse número chega a 25, o que comprova que a presença dos militares nas ruas prendendo e coibindo o crime surtiu efeito positivo.
Goiânia não registra qualquer caso de latrocínio (matar para roubar) nos últimos três meses e isso é reflexo puro e simples da apreensão de armas e da retirada de criminosos das ruas. “A Polícia Militar de Goiás sempre foi respeitada e vamos lutar para manter isto. Não vamos permitir que bandidos façam nome e fama com a prática de crimes em nossa capital”, garante.
Gargalos e benevolência do Judiciário
Os bandidos em atividade em Goiânia sofrem um constante rodízio graças à benevolência das autoridades, principalmente do Judiciário, que soltam em tempo recorde os criminosos que policiais prendem em flagrante. As famigeradas audiências de custódia, invenção maldita do Conselho Nacional de Justiça que visa tão somente impedir a superlotação do sistema carcerário, permite que os bandidos voltem à atividade tão logo sejam colocados à frente de um juiz. Essa impunidade alimenta a criminalidade e zomba dos policiais que prendem criminosos e são obrigados a conviver com eles nas ruas pouco depois da sua prisão.
Mas os bandidos também não levam vida fácil e os que se atrevem a arroubos de valentia em trocas de tiros com os policiais não recebem flores por merecimento. Aliás, as flores lhes são enviadas somente após o confronto, quando já se encontram definitivamente em um local de onde não mais sairão. Os números alcançados em 2016 nesse quesito também falam por si: foram cerca de 100 indivíduos que foram a óbito após enfrentarem policiais com armas em punho. Somente a Rotam (Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas), a tropa de elite da PM goiana, despachou dessa pra melhor 44 indivíduos no ano passado. Nenhum deles estava rezando em um culto religioso, ao contrário estavam na prática de delitos e não atenderam aos comandos de deporem as armas. Em 2016 foram 26.
A impunidade e a facilidade para obter os meios para praticar crimes têm impulsionado indivíduos cada vez mais jovens a ingressar no mundo do crime, avalia o tenente-coronel Rocha. “São relativamente poucos bandidos em atividade, mas a rotatividade deles faz com que pareçam muitos e isso tem servido de fomento para que outros elementos com propensão para o crime entrem nessa seara cada vez mais cedo”, explica.
Um dos motivos é a facilidade de fazer dinheiro com o produto do roubo. Um veículo roubado rende para o criminoso cerca de R$ 2.500,00 e ele chega a praticar até quatro ou cinco delitos violentos assim por semana, auferindo um rendimento médio de até R$ 40.000,00 por mês. “É muito tentador para qualquer bandidinho pé-de-chinelo ingressar no ramo de roubo de carros”, lamenta o comandante. Mas, que eles não se iludam: se forem descobertos serão presos com os rigores da lei e se enfrentarem os policiais com armas serão alvejados sem qualquer remorso.
Esta semana bandidos faziam um arrastão no Setor Mansões Paraíso. Eles faziam um assalto coletivo em um bar e levavam pertences de cerca de 30 clientes, após terem feito o mesmo em pit-dogs e pizzarias da região. Uma garota de 14 anos era a mais violenta dos criminosos e dizia a todo instante para que eles matassem as vítimas. Os policiais chegaram e eles tentaram fugir, além de atirarem contra os militares. O resultado foi de fácil dedução: dois bandidos alvejados e um morto.
“A PM da capital hoje é respeitada e atuante. Nós não vamos permitir sob hipótese alguma que bandido tenha nome famoso sob nossa atuação, bem como não vai existir um local, um bairro, uma região em que a Polícia Militar não vai entrar. Vamos patrulhar todas as ruas, todos os bairros, todas as regiões e bandidos que tenham cometido crimes, que estejam praticando ou que tenham mandado de prisão serão presos. Nossos policiais são treinados e competentes. Que os bandidos não se iludam: Goiânia não é lugar para eles”, frisou.
Ternura cidadã
A Rotam é uma tropa que sempre teve destaque, mas que em 2016 passou por uma reciclagem importante. Os resultados obtidos sob a gestão do comandante, tenente-coronel Castilho, também impressionam e garantem a escalada da redução desses índices de criminalidade. Apenas no tráfico de drogas, a tropa dos “homens de preto” deu um desfalque significativo para os bandidos: foram quase 3.000 quilos de drogas apreendidos. Mais de 1.300 presos em flagrante e mais de 40 mortos em confronto armado.
Castilho é oficial estudioso de Segurança Pública e frasista nas horas vagas. Ele cunhou uma expressão que se tornou filosofia entre seus comandados: “A Rotam deve ter uma dureza cívica para combater o crime e uma ternura cidadã para atender a sociedade”. Ele considera ser necessário um constante aprimoramento das atividades policiais para não perder a evolução constante e melhoria do aparato de logística que sua tropa dispõe. “Precisamos de armamentos modernos e atualizados e veículos adaptados para nossa atividade. A sociedade receberá sempre os melhores serviços que podemos dispensar para garantir a segurança e a cidadania”, finaliza.
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