Polícia indicia supostos assassinos de enfermeira em ritual Daime
Júlio Nasser
Publicado em 20 de fevereiro de 2016 às 02:22 | Atualizado há 2 semanasA Polícia Civil de Goiás não tem mais dúvidas de que o engenheiro agrônomo Antônio David dos Santos Filho, 40, e o líder de seita que cultua o santo daime (Instituto Céu do Patriarca e da Matriarca), Cláudio Pereira Leite, 44, estão envolvidos no homicídio da auxiliar de enfermagem Deise Faria Ferreira de Freitas,41.
Para o delegado, o engenheiro cometeu o homicídio e a ocultação de cadáver.
Já Cláudio Pereira Leite ajudou na ocultação do cadáver.
Nesta sexta-feira, 19, o delegado Thiago Damasceno (integrante do Grupo Antissequestro da Delegacia Estadual de Investigações Criminais), informou que são remotas as chances de encontrar o corpo da vítima.
Mesmo assim, por meio de contradições entre os investigados, foi possível indiciá-los.
No direito processual penal existe uma regra de que sem corpo sequer é possível dar início ao processo.
A regra vale em parte no direito, na medida em que a exceção pode ser amparada por provas indiretas.
A autoridade policial responsável pela investigação utilizou provas indiciárias para fechar o inquérito e enviar o caso para o Ministério Público e Poder Judiciário.
Pela teoria do delegado, o engenheiro agrônomo desapareceu com o corpo de Deise Faria na noite de 11 de julho de 2015, quando a mulher estava na chácara localizada na GO-080, no Bairro Chácaras Bom Retiro, na Capital.
Para a Polícia Civil, Antônio David relatou que a mulher estava sensivelmente alterada após o ritual.
Ele então se ofereceu para levá-la embora. Conforme o inquérito, o fato ocorreria às 23h30, quando os dois entraram no carro da vítima.
Na versão do indiciado, a mulher desceu do carro para abrir um portão e desapareceu sem mais nem menos. Preocupado, ele a teria procurado até 6h30.
O delegado diz que David mentiu em diversos momentos, como quando disse ter alertado a Polícia Rodoviária Estadual sobre o desaparecimento.
David também não relatou ao delegado uma discussão que teve com a vítima, em que ele disse que só a “levaria se ela não falasse na cabeça dele”.
MACUMBA
Outras informações do inquérito revelam hábitos religiosos diferentes dos praticados no Instituto Céu do Patriarca e da Matriarca: Cláudio Leite teria contratado “trabalhos” de macumba para impedir a investigação.
Conforme a Polícia Civil, o homem teria realizado um despacho contra policiais civis, jornalistas, dois políticos e órgãos de comunicação.
]]>