Cotidiano

Preços do leite despencam nas regiões produtoras

Diário da Manhã

Publicado em 6 de março de 2018 às 02:05 | Atualizado há 7 anos

A vaca está indo unilateral­mente para o brejo, como costuma dizer os produto­res quando os seus negócios vão mal. Os preços do leite pagos pe­las indústrias continuam em que­da livre no País. Quem atesta essa situação é o Cepea (Centro de Es­tudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, entida­de das mais respeitáveis no meio econômico brasileiro.

Contrariando as expectativas de agentes do setor, o preço do leite re­cebido por produtores em janeiro caiu 1,74% (ou 0,017 centavo por li­tro) frente ao mês anterior, chegan­do a R$ 0,9832/l na “média Brasil” líquida (que inclui preços sem fre­te e impostos da Bahia, Goiás, Mi­nas Gerais, São Paulo, Paraná, San­ta Catarina e Rio Grande do Sul). De acordo com pesquisas do Cepea, na comparação com janeiro de 2017, o recuo é de quase 20%, sendo a atual média a menor desde fevereiro de 2010, quando foi de R$ 0,9369 (va­lores deflacionados pelo IPCA de dezembro de 2017).

Houve diminuição nas médias de todos os estados acompanha­dos pelo Cepea – com exceção de Santa Catarina, que apresentou alta de 1,34% de dezembro para janeiro, devido ao menor volume captado. Dentre os estados, a maior queda foi observada em Minas Gerais, de 2,93%, seguida por Goiás (com bai­xa de 2,80%), São Paulo (-1,89%), Bahia (-1,79%), Paraná (-1,16%) e Rio Grande do Sul (-0,46%).

BAIXA DEMANDA

Segundo pesquisadores do Ce­pea, a desvalorização do leite no campo esteve atrelada à baixa de­manda na ponta final da cadeia, que continua enfraquecida, e que, por isso, tem limitado os volumes de negociações entre indústrias e ata­cados/varejos. O consumo interno segue abalado pela perda do poder de compra do brasileiro em função do período de recessão econômica. Vale lembrar que a demanda pela maioria dos lácteos é afetada mais do que proporcionalmente pela va­riação na renda da população. Além disso, o período de fim de ano e de férias escolares é, tipicamente, con­siderado uma época ruim para a co­mercialização de lácteos.

Outro fator que também pres­sionou as cotações, de acordo com pesquisadores do Cepea, foi a alta da captação em muitos estados, em decorrência do maior volume de chuvas. O aumento na captação em dezembro frente ao mês ante­rior no Paraná foi de 5,86%, na Bah­ia, de 1,87%, em Minas Gerais, de 1,39% e, em São Paulo, de 0,51%. Já em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás, a captação recuou 3,37%, 2,65% e 2,22%, respectiva­mente. Justamente, em função do desestímulo dos produtores dian­te das baixas cotações no mercado.

PRODUTOR DEIXA A ATIVIDADE

Segundo colaboradores, muitos produtores já deixaram a ativida­de, enquanto outros têm aumen­tado o abate de vacas e investido menos na produção. Esses resulta­dos levaram a um ligeiro aumen­to de 0,23% do Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L) de no­vembro para dezembro.

Agentes consultados pela pes­quisa do Cepea consideram a si­tuação do setor crítica, o que im­põem difíceis desafios na gestão dos negócios, tanto para produto­res quanto para indústrias. Ainda que os indicadores macroeconô­micos indiquem a continuidade da recuperação econômica, a res­posta do consumidor diante das gôndolas é lenta, o que tem difi­cultado a previsão do comporta­mento do mercado.

Para fevereiro, a maior parte dos agentes entrevistados pelo Ce­pea acredita em estabilidade nas cotações do produtor. Um dos fa­tos que fundamenta essa expecta­tiva é o comportamento dos pre­ços do leite UHT (como este é o lácteo mais consumido do País, há grande correlação com os preços praticados no campo). De acordo com as pesquisas do Cepea apoia­das financeiramente pela OCB, o preço do UHT negociado no ata­cado do estado de São Paulo regis­trou alta acumulada de 3,53% em janeiro. No entanto, a valorização do UHT não refletiu melhora da demanda, mas, sim, a tentativa de estabilizar o mercado e recuperar a margem perdida sobre os custos de produção das indústrias.

CAPTAÇÃO RECUA

Já em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás, a capta­ção recuou 3,37%, 2,65% e 2,22%, respectivamente, em função do desestímulo do produtor dian­te das baixas cotações. Segundo colaboradores, muitos produto­res já deixaram a atividade, en­quanto outros têm aumentado o abate de vacas e investido menos na produção. Esses resultados le­varam a um ligeiro aumento de 0,23% do Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L) de no­vembro para dezembro.

Agentes consultados pela pes­quisa do Cepea consideram a si­tuação do setor crítica, o que im­põem difíceis desafios na gestão dos negócios, tanto para produto­res quanto para indústrias. Ainda que os indicadores macroeconô­micos indiquem a continuidade da recuperação econômica, a res­posta do consumidor diante das gôndolas é lenta, o que tem difi­cultado a previsão do comporta­mento do mercado.

Para fevereiro, a maior parte dos agentes entrevistados pelo Ce­pea acredita em estabilidade nas cotações do produtor. Um dos fa­tos que fundamenta essa expecta­tiva é o comportamento dos pre­ços do leite UHT (como este é o lácteo mais consumido do País, há grande correlação com os preços praticados no campo). De acordo com as pesquisas do Cepea apoia­das financeiramente pela OCB, o preço do UHT negociado no ata­cado do estado de São Paulo regis­trou alta acumulada de 3,53% em janeiro. No entanto, a valorização do UHT não refletiu melhora da demanda, mas, sim, a tentativa de estabilizar o mercado e recuperar a margem perdida sobre os custos de produção das indústrias.

]]>

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

últimas
notícias