Preços do tomate caem 50% na Ceasa em Goiânia
Diário da Manhã
Publicado em 17 de agosto de 2018 às 00:18 | Atualizado há 6 anosOs hortifrútis mais comercializados nas Ceasas registraram queda generalizada no último mês. É o que aponta a análise do 8º Boletim Prohort, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A notícia para o consumidor é reflexo da boa oferta desses itens nos mercados, gerada pela maior quantidade de produtos e pela constância no abastecimento, não havendo registro de escassez de nenhuma fruta ou hortaliça. E Goiânia não ficou de fora da queda nos preços da cebola, alface, batata, entre outros.
Dentre as hortaliças as maiores quedas foram registradas pela cebola, chegando a ficar 54,6% mais barata na Ceasa em Belo Horizonte. O tomate também teve queda de mais de 50% em Goiânia. Já nas frutas o principal recuo foi da melancia, ficando 47% mais em conta no Rio de Janeiro. Apenas a maçã registrou estabilidade tanto nas cotações como na comercialização.
Embora as quedas nos preços sejam positivas ao consumidor, por não causarem grandes impactos na inflação, essas cotações afetam de maneira negativa os produtores. Com os baixos valores comercializados, o agricultor nem sempre consegue arcar com o custo de produção, o que pode refletir numa menor área das culturas para os próximos meses, a fim de diminuir os prejuízos registrados.
O levantamento é feito mensalmente pelo Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do país. Para a análise do comportamento dos preços de julho, foram considerados os entrepostos dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Ceará, Pernambuco e Goiás.
TENDÊNCIA É AINDA DE BAIXA
A tendência declinante de preço é conseqüência de uma oferta em níveis satisfatórios, reflexo da normalidade do ritmo de colheita em julho com as condições climáticas ideais para esta atividade. A safra de inverno esteve em seu período mais forte, com a produtividade elevada. Segundo o Cepea/Esalq, a produtividade em Cristalina, região do Entorno de Brasília, e na Chapada Diamantina, Bahia, está alcançando de 800 a 900 sacos/hectares.
Em julho o abastecimento do mercado ficou concentrado, sobretudo da produção mineira, paulista e goiana. Nos mercados que fazem parte do boletim, a batata oriunda de Minas Gerais participou com 43% da oferta total. Este percentual para o produto com origem em São Paulo foi de 29% e para o de Goiás foi de 21%. Portanto, estes três estados tiveram representatividade de 93% na oferta total.
O abastecimento nacional está sendo feito pelo Vale do São Francisco (Pernambuco e Bahia) que representou 30% da oferta total nos mercados atacadistas analisados, por São Paulo (participação de 10%) e por Minas Gerais (com representatividade de 31%) no Sudeste e por Goiás (participação de 25%) no Centro-Oeste. Os estados da região sul, sobretudo Santa Catarina, só irão ofertar quantidades mais significativas no final do ano e no primeiro quadrimestre do ano seguinte.
Continuando a trajetória descendente, iniciada desde a greve dos caminhoneiros, os preços da cenoura em julho tiveram queda de mais de 10% em todos os mercados analisados. A maior queda foi na Ceasa/ES-Vitória (29,15%), seguida da Ceasa/PE – Fortaleza (25,54%), Ceagesp/SP–São Paulo (24,56%) e Ceasa/Goiânia (22,91%). Também expressivas foram as variações negativas de preços na Ceasa/RJ–Rio de Janeiro (18,10%) e na Ceasa Minas– Belo Horizonte (11,84%).
Continuando a tendência declinante, em julho os preços do tomate apresentaram queda em todos os mercados, chegando este declínio ao percentual de 50,13% na Ceasa–Goiânia. Nos outros mercados analisados as quedas foram menores, mas também significativas. Na Ceasa – Rio de Janeiro o percentual foi de 29,86%, na Ceasa–Vitória/ES foi de 28,53%, na Ceasa/PE–Recife foi de 26,08%, na Ceasa-Minas– Belo Horizonte de 21,22% e abaixo dos 20% ficaram os declínios das cotações na Ceagesp–São Paulo (19,36%) e no atacado de Fortaleza/CE (11,16%). Apenas na Ceagesp – São Paulo o decréscimo de preço não pode ser explicado pelo lado da maior oferta.
Neste atacado as quantidades comercializadas do fruto diminuíram. Mas como se trata de um mercado também expedidor de hortaliças para outros centros consumidores, inclusive de outros estados, as maiores entradas do produto nos mercados abastecedores locais têm influência sobre os preços, pois existe a diminuição de demanda pelo tomate paulista.
GOIANÁPOLIS, CAPITAL DO TOMATE
Verificou-se que em Goiânia, onde houve a maior queda de preço, esta foi reflexo direto da maior produção estadual e, consequentemente, da maior oferta a partir, sobretudo, do município de Goianápolis, principal polo produtor de tomate do Estado, sem desprezar as quantidades advindas de Leopoldo Bulhões, região da Estrada de Ferro, Anápolis, Corumbá de Goiás, São João da Aliança e Cristalina que juntas participam com mais de 60% da oferta de Goiás aos mercados atacadistas.
O tomate com origem neste Estado, direcionado aos mercados atacadistas analisados neste boletim, teve aumento de mais de 50% em suas quantidades quando comparado a junho deste ano e também ao mesmo mês de 2017.
A melancia registrou queda generalizada de preços e aumento da oferta por causa da grande produção em Uruana e a intensificação da colheita nos municípios tocantinenses de Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia. Além disso, o plantio foi mais lento em Marília (SP), Oscar Bressane (SP), Arroio dos Ratos (RS), Triunfo (RS) e Montenegro (RS), com o tempo frio e seco. No que tange aos preços da maçã, ocorreram altas marginais em quatro Ceasas: Ceagesp/ETSP (0,6%), CeasaMinas (0,66%), Ceasa/RJ (0,2%) e Ceasa/ES (0,27%); quedas aconteceram na Ceasa/GO (8,38%), Ceasa/PE (1,6%) e Ceasa/CE (2,47%). Já a quantidade comercializada subiu em três Ceasas: Ceasa-Minas (9,83%), Ceasa/ES (7,91%) e Ceasa-GO (51,74%); quatro quedas ocorreram: na Ceagesp/ETSP (25,87%), Ceasa/RJ (7,33%), Ceasa/ PE (25,68%) e Ceasa/CE (14,78%). Na comparação com julho de 2017 ocorreu queda em seis Ceasas, destacando-se a Ceasa/CE (39,63%) e Ceagesp/ETSP (22,71%).
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