Produção de café pode superar 58 milhões de sacas
Diário da Manhã
Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 00:17 | Atualizado há 7 anosA produção brasileira de café da safra 2018, agora sob influência da bienalidade positiva e com uma expectativa de boas condições climáticas, deve situar-se entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas de 60 quilos, com uma variação entre 21 a 30%, superior à do ano passado, quando atingiu 44,9 milhões de sacas. Comparada ao último período de alta bienalidade, em 2016, estima-se um crescimento de até 13,9%, ou seja, um acréscimo de 3,07 a 7,14 milhões de sacas. Os dados são da Conab e foram repassados ao Diário da Manhã.
A safra de café 2017 em Goiás foi de 190,2 mil sacas, uma redução de 36,6 mil sacas, (16,1%) inferior à produção da safra 2016. A redução de produção da safra vindoura se deve à redução de 2% da área em produção e principalmente da redução de 14,5% na produtividade média, ocasionado principalmente pela bienalidade negativa.
A colheita de café se encerrou em agosto. Como as áreas em Goiás são planas, praticamente 100% da colheita é mecanizada, sendo o serviço terceirizado ou próprio. Na região de Planaltina o café irrigado produzido no Cerrado tem mercado garantido. Mas, os cafeicultores alegam que é comercializado como “café do Cerrado de Minas” em Araguari, no Triângulo Mineiro.
O café arábica deve ficar entre 41,74 e 44,55 milhões de sacas ou uma elevação de 21,9 a 30,1% superior ao período anterior que obteve 34,25 milhões de sacas. Já o conilon parte de 12,7, chegando a 13,96 milhões de sacas, superior, portanto, ao último ano entre 18,4 e 30,2%.
MINAS NA LIDERANÇA
Minas Gerais, o maior produtor nacional, deve obter números entre 29,09 e 30,63 milhões de sacas, ao passo que o Espírito Santo, que vem em seguida no volume de produção, pode marcar uma produção que varia de 11,58 a 13,33 milhões de sacas.
Para a área em produção, prevê-se um crescimento de 2,8%, devendo alcançar 1.916,1 mil hectares, enquanto que para a área em formação está estimada uma redução de 16,9%, podendo chegar a 286,5 mil hectares. Somadas, as duas devem atingir 2.202,6 mil hectares, menor em 0,2% à de 2017 (2.207,9 mil hectares).
A produtividade, de um modo geral, deve beneficiar-se também dos efeitos positivos do clima e da bienalidade. Estima-se que fique entre 28,41 e 30,54 de sacas por hectare, com acréscimo equivalente a 17,7 e 26,5% frente ao anterior de 23,07%/ha. Os números foram apurados em todos os estados produtores, no último mês de dezembro.
PRODUÇÃO TOTAL
A primeira estimativa, para a produção da safra cafeeira (espécies arábica e conilon) em 2018, indica que o País deverá colher entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. O resultado representa aumento de 21,1 a 30,1%, quando comparado com a produção de 44,97 milhões de sacas obtidas na safra passada.
A área total plantada com a cultura (arábica e conilon) totaliza 2,2 milhões hectares, 0,2% inferior à cultivada em 2017. Desse total, 286,5 mil hectares (13%) estão em formação e 1,92 milhão de hectares (87%) em produção.
GOIÁS: GRANIZO PREJUDICOU
O cenário do café em Goiás na área climática apresentou início do período chuvoso, que chegou de forma tardia nos cafezais, ocasionou falta de padrão de floradas e abortamentos, podendo refletir em perdas, quando os grãos maiores formados tendem a cair primeiro. Na região leste do Estado, onde se encontra boa parte dos cafezais, as chuvas de maio, que ficaram em torno de 100 milímetros, foram prejudiciais, pois derrubaram grande quantidade de grãos maduros nas plantas, promovendo quebra nos rendimentos em algumas propriedades.
Em novembro, as chuvas de granizo derrubaram estruturas foliares e frutos das plantas, estimando-se perdas nestas áreas de até 60% na produção. Houve altas temperaturas na fase de floração em algumas lavouras, que também promoveu abortamento e queda de floração. As condições dos volumes nas barragens com captação para irrigação continuam críticas e, em muitas áreas no estado, prejudicaram a irrigação da cultura no ano de 2017.
PRAGAS E DOENÇAS
Neste levantamento, além das pragas já relatadas no levantamento anterior (broca e bicho-mineiro), algumas áreas começaram a apresentar a incidência de cochonilha-da-roseta, principalmente entre setembro e novembro. Devido ao ataque da cochonilha-da-roseta foram relatados ocorrência de queda prematura de flores, queda prematura de frutos e deficiência no enchimento dos frutos, em algumas localidades atacadas pela praga. A principal praga, e de difícil controle em Goiás, ainda é o bicho-mineiro. Considera-se que aplicações de defensivos químicos em intervalos de dez dias podem gerar fator de resistência à praga.
TRATOS CULTURAIS
Os níveis das barragens ficaram em situação crítica no período de julho a outubro. Nesse período, a falta de água para irrigação prejudicou a manutenção da florada, além do atraso das chuvas, que não ocorreram em outubro, podendo comprometer a produção para 2018. Podas e esqueletamento foram realizados em diversas áreas de cafezais mais velhos. A adubação nos cafezais ocorreu em setembro. Subprodutos da colheita, como a casca do café, são utilizados como cobertura em diversas áreas.
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