Proposta quer publicidade facilitada em táxis
Diário da Manhã
Publicado em 28 de outubro de 2018 às 02:39 | Atualizado há 6 diasO vereador Jair Diamantino apresentou, recentemente, projeto de lei que trata de uma questão aparentemente simples, mas que, analisada com atenção, percebe-se versar sobre um assunto delicado: a publicidade feita nos carros do serviço de táxi. O projeto de lei nº 271 transfere para os permissionários a possibilidade de negociar a publicidade em seus veículos diretamente com as empresas anunciantes, sem a intermediação das agências de propagandas como acontece atualmente.
Segundo a categoria, a negociação da propaganda é muito importante, pois os taxistas vivem uma das piores crises do setor com o crescimento dos serviços de transporte por aplicativos A matéria está em análise na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Municipal. O projeto regula somente sobre publicidades no interior do veículo, no caso, capas de bancos e encostos de cabeça com anúncios e colocação de painéis nos vidros traseiros, os chamados see through.
Lindomar José dos Reis, taxista, afirma que hoje praticamente não existe esse tipo de publicidade nos carros em Goiânia, justamente pela dificuldade de negociação. “É tanta gente envolvida que, quando o dinheiro chega no bolso do permissionário para ajudar nas despesas, já não sobrou quase nada”, afirma. “Do jeito que está deixa de ganhar o taxista, que não pode contar com mais ajuda; a Prefeitura, que não arrecada as taxas com a negociação e a empresa que poderia anunciar pagando menos”, completa o permissionário.
O vereador Jair Diamantino justificou sua matéria alegando que hoje o serviço de táxi é um dos que mais sofrem em todo o País. De acordo com o parlamentar, não faz sentido haver a possibilidade de agregar ganhos e não o fazer. Ele acredita, ainda, não ser justo que agências publicitárias e as próprias cooperativas de táxis negociem, sendo que para o profissional, no fim da linha do processo, sobra quase nada. “Sem falar na burocracia”, pontua o vereador.
Segundo Lindomar, de 30 anos em que é taxista, se usou publicidade um ano em seu carro foi muito. Ele cita que de uma parceria de dois meses, recentemente firmada com o Governo de Goiás, através da qual seu táxi recebeu publicidade geral, lhe sobrou pouco mais de R$200 reais mensais. Mesmo assim, apesar do ganho reduzido, ele conta que o dinheiro ajudou nas pequenas manutenções do veículo.
Diamantino, que já mostrou em outras ocasiões uma preocupação com categorias menos beneficiadas das relações de trabalho, entende que Goiânia precisa tentar reverter a realidade do serviço de táxi. “Não perseguindo ou dificultando para a concorrências, no caso os aplicativos, mas ajudando com recursos secundários os taxistas, como a facilitação do processo de negociação da publicidade”, finaliza.
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