Refúgio estruturado, um aliado das tecnologias Bt
Diário da Manhã
Publicado em 25 de dezembro de 2017 às 22:51 | Atualizado há 2 semanasO potencial brasileiro para o agronegócio é reconhecido internacionalmente. O clima favorável que temos por aqui, somado ao know-how que é passado de pai para filho em famílias de agricultores e às novas tecnologias de agricultura digital,impulsionam a produção e melhoram os resultados a cada safra. Para consultores e especialistas, são esses resultados que têm contribuído para segurar a economia e o PIB do Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agropecuária brasileira cresceu 15,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período em 2016.
Dentre as culturas que mais cresceram, o milho, ao lado da soja, ocupa posição de destaque na expansão da atividade agrícola no Brasil. Com a proximidade da safrinha de milho, chega o momento de discutir práticas de Manejo Integrado de Pragas (MIP), a fim de reduzir possíveis danos econômicos e maximizar a produtividade na lavoura, sobretudo para as tecnologias Bt.
Sabe-se que insetos resistentes podem estar presentes na população antes da utilização de quaisquer métodos de controle. Por isso, é extremamente importante que boas práticas sejam adotadas para evitar a proliferação de insetos resistentes à tecnologiaBt. No Brasil, o MIP deve ocorrer de forma sistemática, adotando-se estratégias efetivas de controle de pragas no sistema produtivo das culturas de milho (o mesmo vale para soja e algodão).
Preservar a tecnologia Bt é uma responsabilidade de todos e deve ser compartilhada por cada elo da cadeia produtora de grãos e fibras. Isso significa que toda vez que um desses elos faz a sua parte, e, principalmente, fomenta as boas práticas do MIP, contribui para retardar a seleção de insetos resistentes. O aumento de insetos resistentes pode ocasionar grandes prejuízos financeiros e, principalmente, colocar em risco a longevidade e eficiência das biotecnologias.
Alguns pilares que compõem o MIP são essenciais para o manejo do milho em estágios iniciais da cultura. É o caso do refúgio estruturado. Com este método, é possível retardar a seleção de insetos resistentes ao manter uma população de pragas susceptíveis/sensíveis às proteínas Bt, para que ela possa acasalar com indivíduos resistentes e transmitir a suscetibilidade do Bt a gerações futuras.
Assim, torna-se possível prolongar a longevidade das tecnologias para que elas possam auxiliar nos altos índices de produtividade por mais tempo. Mas como isso é feito na prática? Para milho, recomenda-se que 10% da área total de plantio seja destinada ao refúgio (milho não Bt), com distância máxima de 800 metros entre culturas Bt e não Bt.
A evolução da resistência de pragas é o maior desafio para o uso de culturas que expressam proteínas Bt. Sem as práticas de Manejo Integrado de Pragas, essa tecnologia pode sofrer redução em sua eficácia e, consequentemente, na produtividade das lavouras. Assim, o plantio de refúgio estruturado é a principal ferramenta para evitar que isso aconteça e, para preservar os benefícios e facilidades trazidos pelo uso de biotecnologias. Éessencial que essa boa prática seja feita de maneira correta, uma vez que estas tecnologiascontribuem diretamente para o modelo de agricultura que temos hoje.
(Ana Paula Maranhão é Engenheira Agrônoma, formada pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), e gerente de Proteção a Biotecnologias e Estratégias de Refúgio da Monsanto)
Fazenda amplia para 25% premiação para animais com genética ADIR
O Brasil confina, em média, 4 milhões de cabeças por ano, segundo informações da Associação Brasileira de Pecuária Intensiva (Assocon), e a expectativa é que o setor encerre o ano de 2017 com crescimento de 5,5%. Esse número esconde um dado interessante, pois embora o consumo per capita de carne bovina tenha caído nacionalmente, os cortes mais nobres aumentam suas vendas ano após ano.
De olho nessa tendência sempre crescente, é que a Fazenda Conforto, um dos maiores confinamentos do Brasil, com capacidade estática para fechar 120 mil animais/ano, formulou parcerias para melhorar a qualidade de carne e carcaça dos produtos fornecidos à indústria. Desde fevereiro passado, a propriedade localizada em Nova Crixás, no norte de Goiás, passou a oferecer uma premiação de 20% aos fornecedores de bezerros com genética Adir em sua composição sanguínea.
Após Onze meses de parceria e 70 mil doses de sêmen Adir utilizadas na produção de bezerros para o programa, a propriedade decidiu ampliar, espontaneamente, a bonificação mínima para 25% sobre a cotação do boi gordo Cepea/Goiás. “Não existe volta, o caminho é a qualidade genética. E isso a genética ADIR tem de sobra”, afirma Cláudio Braga, diretor da Fazenda Conforto.
De acordo com Paulo Leonel, diretor do Grupo Adir, que possui propriedades também em Nova Crixás e Ribeirão Preto (SP), a Fazenda Conforto tomou essa decisão devido à qualidade superior apresentada pelos bezerros Adir, que ajudaram a melhorar a rentabilidade do negócio.
Com quase 60 anos de seleção na raça Nelore, duas das principais marcas do Grupo Adir são a padronização e a funcionalidade do rebanho Nelore criado a pasto, o que resulta em animais abatidos em idade jovem, com o peso, o acabamento e o rendimento de carcaça desejados pela indústria.
Apesar da alta temperatura e a criação em sistema extensivo em Nova Crixás, os bezerros Adir desmamam com peso superior a 230 quilos. “Os animais que não conseguem viver bem e a pasto são descartados”, resume o diretor. Quando submetidos ao regime de confinamento os ganhos zootécnicos tornam-se exponenciais.
QUALIDADE DE CARCAÇA
O Grupo Adir realiza um trabalho pioneiro no Brasil para provar touros por meio de abates técnicos, projeto iniciado em outubro de 2014 e coordenado pelo professor doutor Sérgio Pflanzer, chefe da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, em Campinas (SP).
“Comprovamos que os animais desejáveis necessitam ser férteis, adaptados, equilibrados, com aprumos perfeitos, linha dorsal plana e racial preservado, pois sem ele é impossível obter padronização de carcaças”, explica Paulo Leonel.
O processo compreendeu o abate de dez filhos de cada touro (comprovados por exame de DNA), com idade entre 18 e 19 meses, criados e recriados a pasto e terminados em confinamento. Já foram comprovados Jiandut FIV (linhagem Golias), Opus FIV do Brumado (linhagem Jeru), Naman FIV da 2L (linhagem Visual) e Palluk POI FIV da 2L (linhagem Golias).
Os resultados são interessantes e mostram novilhos Nelore com peso médio de 18@, rendimento de carcaça entre 57 e 59% e espessura de gordura subcutânea (EGS) de 4 a 6 mm.
A iniciativa é coroada por avaliações de carcaça in vivo por ultrassonografia, que revelaram o touro Nelore número um em marmoreio: Quanupur da 2L, que deixou para trás nada menos que outros 500 mil animais. Os resultados apresentados chamaram a atenção não só da Fazenda Conforto como também da Fazenda Piratininga, que já adquiriu 90 mil doses de sêmen do Grupo Adir.
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