Segundo semestre mostra a cara: volta da inflação. Gasolina e gás mais caros
Diário da Manhã
Publicado em 10 de julho de 2018 às 01:04 | Atualizado há 7 anosDepois da greve dos caminhoneiros o Brasil enfim parece ter acordado para a realidade. Vivemos realmente uma grande crise. O desemprego continua nas alturas. A inflação voltou a subir como há muito não ocorria. A gasolina e o gás de cozinha subiram e não baixaram mais. E os preços continuam a subir.
O consumidor vai pagar mais pela gasolina for causa da atualização da pauta do ICMS pelo governo de Goiás. Até R$ 0,11 centavos mais caro o litro. O Gás de cozinha também. A Petrobras já anunciou aumento entre 4,2% e 4,6% para o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) residencial e comercial. Ou seja: Aumento de gás de cozinha e combustível leva a outros aumentos.
O presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinergás), Zenildo Dias do Vale, diz que, infelizmente, o aumento começa a ser repassado a partir desta segunda-feira mesmo os revendedores de gás trabalhando quase no limite da margem de lucro que é de 15 a 20%.
“O aumento para o consumidor será de 4,4%, cerca de 3 reais. O botijão que custava entre R$ 70 e 80 vai para R$ 73 a R$ 83. A maioria das revendedoras, diante da crise, trabalha com uma margem de lucro mínima entre 15 e 18%, depende do custo da revendedora. Tá difícil. As pessoas estão economizando gás. As vendas vem caindo”, destaca Zenildo.
O aumento do litro de gasolina já era para está ocorrendo na maioria dos postos. Márcio Andrade, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás, diz que muitos postos não tinham aumentado o valor do litro da gasolina porque ainda tinha combustível estocado. Outro fator levantado por Márcio para o não repasse imediato do aumento é a queda das vendas devido ao fato de julho ser um mês de férias
“Não há o que fazer. Temos que repassar este aumento de até 0,11 centavos para o consumidor. A maioria dos postos está trabalhando no limite da margem de lucro. Com este aumento da gasolina, quem tem carro flex vai continuar abastecendo com etanol que hoje está cerca de 60% em comparação ao litro da gasolina. Ou seja, se até 70% compensa colocar álcool, quem tem carro flex vai abastecer com álcool, afirma o presidente do Sindiposto.
Além do aumento do gás de cozinha e da gasolina, da inflação alta na capital, o consumidor goiano é obrigado a conviver também com outros aumentos como o da energia elétrica. O Estado de Goiás, de acordo com dados do IBGE, bateu recorde com o preço do serviço de energia elétrica pago pelos consumidores aumentando em 12 meses (maio 2017- maio 2018) 13,73%. Foi a maior variação registrada no país.
A inflação também bateu recorde na capital neste mês de junho em mais de 20 anos. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de junho de 2018, medido pelo IBGE em Goiânia, registrou variação de 1,25%, índice semelhante ao nacional, que registrou variação de 1,26%. Foi a maior taxa para o mês desde 1995, quando o IPCA registrou variação de 2,09% em Goiânia e 2,26% no Brasil. Nos últimos 12 meses, o índice acumulou 5,19% em Goiânia, enquanto o nacional acumulou 4,39%. No ano, o IPCA em Goiânia registrou 1,74% enquanto o nacional ficou em 2,60%.
Já a conta de água, que no ano passado subiu 6,27%, deve ficar mais cara neste segundo semestre entre 3 e 4 por cento. Em março deste ano a Agência Goiana de Regulação aprovou um índice de aumento de 3,37%. Com todos estes aumentos só resta uma alternativa ao consumidor. Economizar, porque não há sinais de que a economia possa reagir melhorando a qualidade de vida do povo brasileiro.
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