Servidores são presos suspeitos de fraude
Diário da Manhã
Publicado em 22 de dezembro de 2017 às 00:26 | Atualizado há 7 anosQuatro servidores do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) e um despachante foram presos, na manhã de ontem, suspeitos de fraudar a transferência de veículos no interior do Estado. As transferências veiculares eram simuladas por alguns agentes do Detran, segundo a Polícia Civil, os funcionários do órgão lançavam transferências no sistema que não haviam sido solicitadas pelos proprietários dos veículos. Além das prisões, serão cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e oito suspeitos prestarão esclarecimentos já nesta sexta-feira.
A ação integrou a segunda fase da Operação Intraneus, que foi iniciada há quatro meses. Segundo a Polícia Civil, o esquema de fraudes nas vistorias acontece há cerca de cinco anos. A operação é relizada nas cidades de Anápolis, Novo Mundo e São Miguel do Araguaia. O delegado Gustavo Rigo suspeita que as fraudes teriam sido utilizadas para pelo menos cinco veículos frutos de furto ou roubo. “Com este procedimento engendrado por esta organização criminosa, eles poderiam transferir veículos, por exemplo, adulterados, que muito possivelmente são furtados ou roubados. Até porque as vistorias eram simuladas, elas, de fato, não ocorriam”, explicou.
“Provavelmente, grande parte desses veículos é produto de furto”, comenta Rigo. De acordo com o delegado titular da DERFRVA, Adriano Costa, esses automotores sequer podiam ser vistoriados em Anápolis. “As cidades de procedência dos veículos estavam localizadas a mais de 500 quilômetros”, comenta.
Entre os materiais apreendidos pela polícia estão conversas entre uma servidora do Ciretran de Anápolis e um despachante. Em uma das conversas, segundo a corporação, um dos despachantes fala com a servidora que precisa fazer 12 vistorias e pergunta quanto ela cobraria para simulá-las e, após alguns dias, cobra a prática da funcionária.
“Alguns servidores de Anápolis faziam a transferência de veículos com a simulação de vistorias que deveriam ter sido realizadas. Durante as investigações, nós identificamos pelo menos 60 veículos nesta circunstância. Ou seja, foram supostamente vistoriados pelos Ciretran de Mundo Novo e São Miguel do Araguaia e, em seguida, transferidos para Anápolis”, explicou o delegado.
]]>