Surtos elétricos podem provocar choques e até matar
Diário da Manhã
Publicado em 2 de agosto de 2018 às 00:25 | Atualizado há 6 anosO lar é onde as crianças desenvolvem e se sentem livres, para elas tudo é motivo de brincadeiras, inclusive as tomadas. Mas o alerta é severo, pois os casos de acidentes com tomadas e fios vêm crescendo gradativamente e os cuidado deve ser redobrados.
No início da infância quando os pequenos começam a andar a curiosidade é aflorada, e as tomadas e fios domésticos se tornam alvos para brincadeiras como todo objeto que é diferente. É na primeira infância de 0 a 5 anos que elas começam a ter a curiosidade de tocar nos objetos, pois a sua experiência sensorial está no tocar, no descobrir. Já de 6 a 10 anos a brincadeira se torna mais séria, os objetos pontiagudos se tornam alvos de brincadeiras principalmente com tomadas, e os fios são estimados por eles aguçando a curiosidade de fazer experimentos com eletricidade e com os eletrônicos. Por esses motivos é necessária atenção redobrada na hora da brincadeira. Um descuido e um acidente pode acontecer.
Monick Mendonça, 28, gerente de café tem três filhas pequenas uma com oito anos, outra com 7, e uma recém nascida, mas adverte que os cuidados em casa são frequentes mesmo a casa possuindo diversas tomadas: “Uso aqueles tampões nas tomadas mais baixas da casa, e minhas filhas que são maiores não deixo elas colocarem nada na tomada. Elas brincam com tablets, mas enquanto eles carregam não deixo elas usarem. Mas relata que no momento da entrevista estava com o celular na tomada carregando e utilizando ao mesmo tempo. Uma ação de alerta para todos, já que vários acidentes domésticos com celulares plugados na tomada vem acontecendo frequentemente.
Os riscos estão sujeitos à qualquer idade. Os adultos estão constantemente em contato com os celulares plugados nas tomadas e até mesmo no carregador USB do carro. E sabemos que não é novidade que eletrônicos super aquecem suas baterias, e no caso de celulares ou tablets são comuns, a engenharia dos aparelhos é desenvolvida pensando nessas atividades de superaquecimento.
Porém há um dado importante, as baterias não aquecem à toa, o aquecimento excessivo da bateria do celular ou tablet é proveniente das causas que o fazem aquecer como por exemplo: exposição ao sol prolongada, tempo excedido de carregamento plugado na tomada, deixar o celular dentro do carro fechado por muito tempo, e até mesmo próximo de eletrodomésticos que super aquecem como as TVs e microondas. Nesses casos é necessário deixar o celular ou tablet em local arejado e ventilado sem uso de preferência desligado para que o aparelho possa retomar a temperatura ambiente normal que necessita, caso contrário a bateria super aquecida pode chegar aquecer demais e explodir causando incêndios e ferimentos graves.
Para além de acidentes com celular, é necessário avaliar a fiação dentro de casa. Em entrevista Vitor Bitencourt responsável por operação na distribuidora de energia do Estado Enel informa sobre os cuidados que devem ser tomados, principalmente em época de chuva: “todo equipamento elétrico aquece um pouco, mas também esse aquecimento serve de alerta, depende de cada equipamento, aqueles que recebem maior ascendência elétrica aquecem mesmo”. E ele ainda explica sobre os equipamentos antigos: “Já o equipamento que está com superaquecimento pode provocar acidentes principalmente em casos de equipamentos antigos, receptivo a defeitos dos seus componentes, como máquinas de lavar antigas totalmente de metal que aumenta a possibilidade de choque elétrico, em área molhadas banheiros e lavanderias”.
Existem várias formas de se evitar acidentes dentro de casa, especialmente por conta das fortes ventanias que ocorrem no mês de agosto no Estado e das chuvas que virão sequencialmente e Vitor B da Enel adverte: “A recomendação é evitar o acúmulo de utilização no mesmo ponto. Uma régua bem dimensionada para ligar alguns eletrônicos não causa acidentes. Mas a maioria abusam desse ponto de conexão ligando vários aparelhos ocasionando choques elétricos, podendo causar incêndio”. E para evitar estes acidentes e choques com acúmulos em casos de poucas tomadas dentro de casa ele explica que o melhor jeito é utilizar um Dispositivo Residual (DR), um interruptor que desliga automaticamente correntes elétricas de intensidade pequena que causam choques elétricos desses que um disjuntor comum não consegue detectar, mas que se percorrerem o corpo humano, podem ser fatais.
Ele também adverte que a maioria das casas precisam de uma estrutura elétrica realizada por um profissional habilitado para montar esse projeto e que a importância dos equipamentos especiais para a rede como os Dispositivos de proteção contra surtos (DPS) é de extrema importância pois são equipamentos desenvolvidos para detectar sobretensões transitórias na rede elétrica e desviar as correntes de surto, que ocorrem mesmo se um raio cair a um quilômetro de casa. O surtos podem chegar via TV a cabo e vias telefônicas. O equipamento evita que os eletrodomésticos queimem, e peguem fogo como acontece com os carregadores de celulares plugados na tomada quando recebem uma sobretensão ocasionando acidentes com as pessoas, e esses acidentes ficam mais intensos em épocas de chuvas.
Dados retirados do site da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, Abracopel, entre os anos em 2017 revelam que as mortes por choque elétricos somente no Centro Oeste somando 10% da população, e somente no ano de 2016 foram 599 mortes no País.
Próximo ao período chuvoso os riscos aumentam com fios expostos e desencapados dentro de casa. E os cuidados com extensões também, extensões caseiras têm maior proporção de risco de uso por se tratarem de uma medida paliativa na maioria dos casos. Então é necessário se tomar medidas protetoras o quanto antes para que no período chuvoso seja possível evitar maiores descontroles elétricos.
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