Cotidiano

Terror dos pets

Diário da Manhã

Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 23:59 | Atualizado há 4 semanas

A virada do ano está próxi­ma e não há como fugir dos barulhos dos fogos de artifício. Durante todo o ano, eles são usados em festas populares, fi­nais de campeonatos esportivos e também celebrações, e quem so­fre com tudo isso são os pets. Após registrar em suas redes sociais a morte de três cães por causa de fo­gos de artifício, ocorridas nas festi­vidades do Natal, a internauta Tati Oliveira faz apelo sobre o ocorrido.

“Até o momento que eu soube foram três, fora os outros, se foram mesmo com medicação e cuida­dos. Quem solta fogos depois de ler isso, não tem o mínimo de compai­xão. Fogos de artifícios deveriam ser proibidos em áreas residenciais, pois a sua alegria pode ser a tristeza de muitos lares, para os cães, gatos e pássaros que morrem com os es­trondos”, diz Tati em parte do texto.

Em outra publicação, a inter­nauta sugere como solução para os estrondos provocados pelos fo­gos de artifício, fogos sem barulho. “Não queremos o fim do espetácu­lo, só pedimos paz. É possível fazer fogos de artifício sem estrondos e sem barulho. Fogos de artifício si­lenciosos existem e cada vez mais um número crescente de cidades no mundo inteiro estão optando por este tipo de espetáculo”, revela.

A ativista explica que os estron­dos são irritantes e muitas vezes pro­vocam o medo e o pânico nos ani­mais. Além disso, estes também prejudicam crianças com autismo, bebês recém-nascidos e pessoas com alguma deficiência, levando­-os a reações descontroladas e pe­rigosas. Ela revela que os danos são encontrados também entre os ani­mais selvagens e pássaros.

“Com as explosões repentinas, as colônias que estão descansan­do, ao ouvirem os barulhos, têm uma reação instintiva de fuga que, combinada com a falta de visibili­dade, causam a morte de muitos. Vamos iniciar um 2018 com mais bom senso, compaixão, educação, respeito pelo próximo sem deixar de ser um lindo espetáculo”.

A jornalista Meyrithania Mi­chelly de Souza narra como seu pet se comporta em ocasiões festivas, em que fogos de artifício são usa­dos. “Em casa tem um portão que dá acesso à escada e minha cachor­rinha fica na área embaixo. Sempre que estoura qualquer bombinha ou fogos perto de casa, ela fica total­mente desesperada e começa a ar­ranhar o portão na tentativa de abrir. Preciso descer e abrir para ela entrar, pois ela fica totalmente em pânico”.

RESPIRAÇÃO

Michelly explica que durante a queima de fogos de artifício sua pet fica andando pela casa com a res­piração ofegante e muito apavora­da. “Ela sempre foi muito compor­tada, só que em épocas de fogos até em cima da cama ela já subiu, coisa que não costuma fazer”. Para minimizar o sofrimento do animal, Michelly, em determinadas épo­cas, como São João, Natal e réveil­lon, após recorrer a dicas de tuto­riais na internet, amarrou fitas pelo corpo do animal para que se sin­tisse mais seguro, mas foi em vão.

“Nada resolveu, tenho medo que ela se machuque, já vi muitos casos de cachorros que arranham os portões até sangrar as patinhas. Muito triste”, lamenta. Para Ivone­te Godinho, essa época do ano é sempre um drama, ela tem três cães e não encontra alternativas para diminuir o sofrimento cau­sado pelas explosões. “Meus cães têm muito medo, pois a audição deles é muito sensível ao som dos fogos, é apavorante. A única forma que encontrei de diminuir o medo deles é dar colo, assim se sentem um pouco mais seguros”, conta .

 

 Cachorros com problemas cardíacos podem morrer

Renato Zanetti, zootecnista e especialista em comportamento animal, explica que os cães pos­suem uma audição muito sensí­vel, podendo escutar a origem do som em até seis centésimos de se­gundo e chegando a escutar até 45 mil hertz. Alguns se escondem dos barulhos, fogem, se ferem e outros correm para os donos tremendo. Quando estão em pânico, os cães podem até chegar a óbito, princi­palmente os que têm problemas cardíacos.

Zanetti explica que é impor­tante entender a diferença entre medo e pânico para que o tutor saiba identificar qual a sensação de seu cachorro. “Medo é quando o animal sente que está em perigo, mas não faz coisas estranhas que normalmente não faria. Já o pâni­co é um nível maior e faz com que o pet não consiga processar mui­to bem essa emoção. O pânico im­pede que tenham a percepção do ambiente, podendo levar o cachor­ro a atravessar portas de vidro, es­calar paredes, subir em telhados e até saltar de muros altos”, expõe .

 

COMO PROTEGER OS PETS

Para que fatalidades como as citadas não aconteça, Renato Zanetti lista algumas dicas para minimizar esses problemas e ajudar os tutores a passar a virada do ano tranquilo com seu animal de estimação

  • Estar em um lugar tranquilo, com o mínimo de barulho possível para que o pet não fique estressado e consequente sinta medo ou pânico
  • Abafar o som externo. Deixar o ventilador ligado, colocar uma música calma, fechar janelas e portas
  • Adaptar o cachorro ao ambiente que irá passar o ano novo, seja em casa sozinho ou em um day care
  • O espaço tem que ser seguro para o cachorro. Todos os possíveis locais que eles possam escapar, devem estar fechados, como portas e janelas
  • É importante disponibilizar tocas para ele se esconder, locais como embaixo da cama, dentro de caixas, dentro do banheiro, dentro da casinha ou uma caixa de transporte
  • Disponibilizar petiscos diferentes ou comidas congeladas e brinquedos recheados para distraí-lo e estimulá-lo
  • Se o pet ficar sozinho, o espaço deve ser livre de prateleiras, vidros, objetos de decoração ou porta retrato. Isso evita que ele se machuque

 

]]>

Tags

Leia também

Siga o Diário da Manhã no Google Notícias e fique sempre por dentro

edição
do dia

últimas
notícias