Cotidiano

Uber vive “como mãe Joana”, critica taxista

Diário da Manhã

Publicado em 9 de junho de 2017 às 01:39 | Atualizado há 1 semana

O Uber vive “como a casa da mãe Joana”, onde tudo é permitido, esta é a definição do presidente da Associação dos Permissionários de Táxi do Município de Goiânia, Hugo Nascimento, em entrevista ao Diário da Manhã. O Uber é uma empresa multinacional criada em São Francisco, Califórnia, Estados Unidos, que atua na área de serviços. Mas, diversificou suas atividades e entrou na competição com o táxi em várias regiões do mundo.

No Brasil, num primeiro momento, os motoristas de táxi reagiram com violência contra o Uber. Atualmente, por força das disputas individuais, o Congresso Nacional entendeu por bem adotar uma legislação mais específica para o transporte individual de passageiros. Os próprios taxistas querem uma regulamentação específica, conforme Nascimento deixa claro em sua entrevista. “Queremos regras claras”, diz ao DM.

Foi criada inclusive a Frente Parlamentar de Defesa dos Taxistas (Frentax), presidida pelo deputado federal Carlos Zarattinié (PT-SP), que foi secretário dos Transportes. A idéia é que a bancada atue “sem prejudicar os taxistas”. Aliás, são 38 os deputados comprometidos com a Frentax.

Como a matéria está no Senado, Renato Nascimento, líder dos taxistas nessa movimentação política, ele pretende manter uma audiência com o senador Wilder Morais (PP-GO) em Goiânia ou em Brasília. “Precisamos do apoio do parlamentar goiano para apreciação e aprovação do texto que regulamenta o transporte e garante a permanência do Uber com regras que beneficiam os passageiros”, expõe.

Aliás, a Câmara Federal aprovou, em sessão do dia 4 de abril, o Projeto de Lei PLC nº 28/2017, que regulamenta o serviço de transporte privado individual de passageiros. O texto será apreciado agora no Senado Federal. Em sua visão, “o Uber continuará existindo, se respeitar as regras e os requisitos mínimos de respeito aos seus motoristas”, assinala. E observa: “Pelo contrário, muitas outras empresas poderão surgir e oferecer melhores condições. As regras tornarão o jogo mais democrático, o que tende a ser melhor para todos”.

Hugo Nascimento tem uma visão geral da situação. Observa ele que em vários países da Europa e também no continente sul-americano os “esforços para implantação do Uber foram em vão”. O Uber, segundo o líder classista, enfrentou problemas em países europeus, Canadá, China, Índia, Tailândia, Coréia do Sul, Japão, Argentina e Brasil.

Em caso de regulamentação, ele não acredita em desemprego, mas alerta que “na atual situação, quem está perdendo renda é o motorista de táxi”. Os aplicativos de táxi têm uma janela para retomar o mercado perdido, diz, lembrando que os concorrentes implantaram o sistema eletrônico como novidade, atraindo o usuário.

Reação argentina

Na Argentina, os motoristas de táxi reagiram contra o Uber e parecem ter logrado êxito. Jaime Carlos Ferreira Júnior, taxista em Goiânia, confessa ao Diário da Manhã que em visita recente à Buenos Aires confirma que “o Uber desenvolveu esforços, mas não conseguiu espaço na capital argentina”. São atualmente 40 mil táxis que circulam em Buenos Aires e, ao contrário do que ocorre no Brasil, malas de viagem têm um custo à parte. No País, são 600 mil taxistas. Em Goiânia, são cerca de três mil taxis rodando na praça. Das quais, 12 empresas de rádio-táxi e nove com aplicativos.

Hugo Nascimento concorda que a competição dos taxistas com o Uber é difícil. Os descontos chegam a 40% numa corrida. Ele observa, no entanto, que enquanto os taxistas pagam taxas à Prefeitura para operar, o Uber “não paga nada, absolutamente”. Ao contrário, ao contrário, a sonegação alcança a volumosa cifra de R$1.500 mil, segundo Nascimento. O táxi passa por vários crivos de segurança do veículo, o Uber “vive ao Deus dará”, cobra até tarifa dinâmica conforme o horário e roteiro, encarecendo a corrida. Nem segurança o usuário tem. “Por isso, freqüentes aberrações como violência sexual, casos de morte, etc”, pontua o dirigente classista.

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