Vendas de colheitadeiras dobram em um ano

Confirmando o que o Diá­rio da Manhã antecipou em recente edição sobre a reativação da economia, sobretu­do, no segmento do agronegócio, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Auto­motores), expõe dados animadores também quanto à comercializa­ção de máquinas e implementos agrícolas. Durante a realização da Agrishow, a maior feira tecnoló­gica da América do Sul, o repór­ter do DM entrevistou dezenas de empresários desde multinacionais a pequenos e médios, captou o oti­mismo da reação na economia e transmitiu em matéria de Ribei­rão Preto, interior de São Paulo. A própria mostra superou vendas de anos anteriores, alcançando a cifra milionária de R$2 bi e 700 milhões.

As vendas de colheitadeiras de grãos dobraram em abril em com­paração às de igual mês do ano passado, conforme dados divul­gados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Auto­motores (Anfavea) nesta segunda­-feira. Foram 354 unidades comer­cializadas no mês passado, ante 177 em abril de 2017. Os bons pre­ços da soja e do milho, além da sa­fra farta da oleaginosa, explicam o avanço das vendas.

GRANDE PORTE

O maior crescimento foi veri­ficado entre as colheitadeiras de grande porte, com motores com mais de 410 cavalos (CV). O nú­mero de máquinas com este per­fil negociadas em abril aumentou 220%, para 48 unidades. Em segui­da aparecem as vendas de colhei­tadeiras com 266 CV a 410 CV, com 177 unidades negociadas no mês passado, 145,8% a mais que em igual mês de 2017. Também foram vendidas 129 colheitadeiras de até 265 CV, número 43,3% superior na comparação anual. A Anfavea informou, além disso, que o to­tal de colhedoras de cana comer­cializado no último mês aumen­tou 34,8%, para 89 no último mês.

No acumulado dos quatro pri­meiros meses de 2018, o número de colheitadeiras vendidas, 1.372 máquinas, ainda é 4,5% menor que o de igual intervalo do ano passado. As vendas de abril tam­bém foram menores que as de março, em 15,5%.

A comercialização de tratores de rodas cresceu em abril compa­rada a de abril do ano passado, ain­da que de forma menos expressiva que os negócios com colheitadei­ras. Um total de 3.523 tratores foi negociado no último mês, 20,1% acima de abril de 2017. A negocia­ção também foi maior que em mar­ço, em 23,2%. Já o volume vendido entre janeiro e abril, de 9.414 trato­res, é 10,1% inferior ao de igual pe­ríodo do ano passado.

Considerando o porte dos tra­tores vendidos, o incremento foi maior entre os de grande potên­cia, com motores acima de 130 CV. Desta categoria, foram comerciali­zadas 876 máquinas, 36,7% a mais que em abril de 2017. O número também superou em 46,7% o de março, de 597 tratores. No acumu­lado do ano, porém, o total vendi­do, 2.151 tratores de alta potência, é 11,9% inferior ao dos primeiros quatro meses de 2017.

A negociação de tratores meno­res também aumentou em abril. O total de máquinas de pequeno e médio porte foi semelhante, 1.339 tratores de até 80 CV e 1.308 de 81 CV a 130 CV, mas a alta foi maior no último caso, em que o número superou em 27,9% o apurado em abril de 2017. As vendas de tratores de pequeno porte foram somente 5,4% maiores que os de igual mês de 2017. Os números refletem uma busca de produtores rurais por tra­tores mais potentes e com mais tecnologia, que vem sendo repor­tada por montadoras.

PRODUÇÃO

O número de colheitadeiras de grãos produzidas em abril dimi­nuiu 10,3% em relação à março, para 437 unidades, mas superou em 21,1% o verificado em abril de 2017. No acumulado de janeiro a abril, o número de 1.808 máquinas é 2,7% maior que o de igual inter­valo do ano anterior.

No caso dos tratores de rodas, a produção de abril, 3.885 unida­des, foi 5,2% menor que a de mar­ço e 5,7% inferior à de abril do ano passado. Os 12.395 tratores fabri­cados de janeiro a abril também fi­caram 7,4% abaixo da produção do mesmo período de 2017.

Quanto às colhedoras de cana, 44 unidades novas saíram das fá­bricas no mês passado, 51,1% a menos que em março e 73% abai­xo de abril de 2017. O total pro­duzido no acumulado de 2018, 325 unidades, também fica abai­xo em 33,7% do volume fabricado na comparação anual.