Vereadores se unem em defesa do Meia Ponte

A CEI da Fedentina, da Câ­mara Municipal, que apu­rou responsabilidades da Saneago e da Cargil Alimentos na poluição do Rio Meia Ponte, des­dobrou-se na Frente Parlamen­tar pela Preservações, Conserva­ção e Recuperação do Rio Meia Ponte, que continua atuando pela despoluição do principal manan­cial hídrico do município. A Fren­te, que é presidida pelo vereador Gustavo Cruvinel (PV), apresen­tou ontem, relatório de ativida­des. Entre os pontos positivos da atuação dos vereadores, Gustavo destaca o diagnóstico dos proble­mas e o compromisso em favor da despoluição do rio feito pelas entidades ligadas ao meio am­biente–Saneago, Secima (Secreta­ria de Estado de Meio Ambiente) e Amma (Agência Municipal de Meio Ambiente)–“Conseguimos organizar informações, consta­tar vários problemas e conversar com diversos agentes, em busca de melhoria”, diz.

Inicialmente, a Frente bus­cou parcerias com a Delegacia do Meio Ambiente e o Corpo de Bombeiros de Goiás. Com isso, foi feita uma vistoria aérea no trecho urbano do rio em Goiânia, quan­do foram apontadas e cataloga­das as diversas agressões a rio. Entre elas, se destacam o desma­tamento da mata ciliar, o lotea­mento em áreas de preservação, o lançamento de esgoto sem trata­mento, a criação de animais e la­vouras às margens do Meia Pon­te e a retirada excessiva de água e areia do leito do rio.

“Aparentemente, tudo isso é de fácil constatação, mas é um qua­dro de anos, de omissão do poder público e de falta de fiscalização”, diz Gustavo. Para ele, as primei­ras reações positivas vem do de­creto do Governo de Goiás em tor­no da crise hídrica e uma ação da Amma, que vem catalogando as nascentes. A tentativa de contro­le da retirada de águas, segundo Gustavo, é fundamental para ga­rantir o futuro do rio. “Não adian­ta querer apenas desenvolver ati­vidades econômicas, em tome do emprego e renda gerados. Se não houver este controle, o rio morre e todos perdem”, diz ele.

SANEAGO

Na semana passada, a Sanea­go anunciou o início da segunda etapa da Estação de Tratamento de Esgoto. “Vários vereadores es­tavam presentes ao lançamento dessa obra e foi bom ver a Sanea­go reconhecer o trabalho que fi­zemos para mostrar a importân­cia dessa ação para a cidade”, diz Gustavo. Segundo ele, em 2019, quando estiver funcionando, esta nova etapa poderá estar reduzindo em até 80% o esgoto lançado hoje sem tratamento no rio, o que sig­nificará a eliminação de um foco importante de poluição.

AMMA

Outro ponto que já vem sen­do trabalhado se refere às nascen­tes do principal manancial. São mais de 200 existentes no muni­cípio. Com o estímulo da Frente, a Amma tem agilizado mais o tra­balho de identificação desses lo­cais. Projeto de lei de autoria do próprio vereador, em tramitação na Casa, prevê a identificação de todos esses locais, com a prote­ção de cercas e placas alertando para a necessidade de preserva­ção e sanções previstas para ca­sos de degradação. “Pode parecer pequeno, mas é que aqui que nas­cem muitas águas que vão para o Meia Ponte”, diz Gustavo.

Com a conclusão dos trabalhos da Frente, todo o acervo está sen­do transferido para a Comissão do Meio Ambiente, a quem caberá dar sequência ao trabalho. Segun­do Gustavo, as cobranças por mais fiscalização e a adoção de medidas protetivas e punitivas em torno do problema vão continuar neste lo­cal. “A crise hídrica promete ser bem menor neste ano, porque estamos agindo. Mas precisamos de cons­ciência e ações permanentes, para dar ao nosso Meia Ponte o espaço que precisa para continuar vivo e garantindo melhor qualidade de vida para todos nós”, diz ele.