Cultura

Achei brega, adorei

Diário da Manhã

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 00:55 | Atualizado há 1 semana

Se você está programando sua sexta pra ir a um bar abraçar a jukebox ao som de Garçom do Reginaldo Rossi, e chorar por conta de suas frustrações amorosas, venho através desta oferecer uma opção mais completa. Além de ouvir música chorosa dos anos 70 e maldizer os relacionamentos modernos, você pode colar no Studio Way e sentir todas as nuances da delícia do brega setentista, desde o choro do abandono até o movimento pélvico de cigano caliente do Sidney Magal, com a interpretação da galera do Pó de Ser. E pra fechar, ainda curtir a proposta inovadora de som, do disco A Dança da Canção Incerta, da Banda Pó de Ser. Afinal, nada é mais cafona do que não sentir.

A banda Pó de Ser vem apresentando esse espetáculo recheado de clássicos da música popular do Brasil, rotulada de “brega” dos anos de 1970. São canções em sua maioria ultra-românticas, passionais ao extremo e que hoje são clássicos do cancioneiro popular, como Eu Vou Tirar Você Desse Lugar (Odair José), Porque Brigamos (Diana), Garçom (Reginaldo Rossi), outras mais festivas, como O Meu Sangue Ferve Por Você (Sidney Magal), A Noite Mais Linda do Mundo (Odair José). Sexta, dia 27/10, no Studio Way, além dessas pérolas, ainda vai rolar o show do disco A Dança da Canção Incerta, da Banda Pó de Ser, lançado em 2015.

A banda Pó de Ser surge em 2009, como conta o integrante Kleuber Garcez, devido às aspirações musicais de dois caras que procuravam um rolê que não tinha nome. “Quando eu e Diego (Diego de Moraes) estávamos assim, digamos que não muito contentes com seus trabalhos ou para onde estavam sendo levados. O Diego tava muito fincado na cena do rock e eu muito fincado na cena da MPB goiana. E eu queria fazer uma coisa que fosse mais híbrida e ele também. Como a gente já se conhecia tinha uns três anos, acabou naturalmente rolando umas parcerias, a banda foi montada para defender uma música em um festival e acabou ganhando o festival, assim surge o Pó de ser.”

O Pó de ser segue a linha quem precisa de rótulo é embalagem de margarina e segue por vários campos musicais sem cerimônia. “Musicalmente as influências são diversas, que vai da vanguarda paulista ao brega, passando pelo rock, pela música pop, pela música independente. A banda é um hibridismo mesmo assim e temos orgulho demais disso, porque depois que a gente surgiu fizeram muitas caras feias por aí mas hoje em Goiás as bandas mais legais entenderam que é isso mesmo, que a música hoje quer tudo menos rótulo”. relata Kleuber.

Sobre o disco A dança da canção incerta, de 2015, o músico conta sobre a proposta e as parcerias que criaram um som cheio de identidade: “O disco foi lançado ano passado via lei municipal gravamos no Gustavo Vasquez. Tem participação da Bebel, da Cristiane Perné e do maior roqueiro que temos no Brasil atualmente que é o Fernando Catatau, da banda Cidadão Instigado. Só ouvindo o disco mesmo pra entender assim… a gente caminha por várias facetas que a música pode oferecer, mas principalmente focado na palavra, uma das grandes forças do Pó de Ser são as letras, é a palavra cantada. A banda tenta fazer com que isso chegue de uma forma moderna mesmo que com muitas referências dos anos 70, então é essa dança mesmo, por isso esse disco de chama dança da canção incerta, ele não entrega exatamente.”

A respeito do repertório do show Dodecafona Kleuber conta como a música dos anos setenta ganha uma roupa nova com o som do Pó de Ser: “O brega entrou meio que como brincadeira,eu e o Diego ficávamos cantando essas canções do Odair, do Reginaldo Rossi. Na verdade a gente entende que o brega dos anos 70 é filho do Roberto Carlos e filho dos Beatles, então o brega dos anos 70 nada mais é que um rock romântico, um rock que expõe o coração. Falta muito isso hoje eu acho, essa coisa de querer dizer mas não dizer, fazem canções confessionais que não confessam nada e a gente pega e expõe mesmo a carne. É um show que a gente já faz tem uns dois anos, já devemos ter apresentado umas cinco vezes ele, sempre com casa cheia, principalmente com o público das artes cênicas que adora esse tipo de show.”

Kleuber explica que todas as faces do brega são colocadas em jogo nessa apresentação “Mas o show não é exatamente sofrência, tem muita coisa alegre nele, tem Sidney Magal, e a gente faz versões muito contemporâneas. Tipo Garçom, do Reginaldo Rossi, fica uma coisa meio The Strokes, A volta do boêmio fica uma coisa meio disco club, então é uma maneira da gente brincar com muito respeito aos compositores que fizeram essa história toda numa época muito difícil, nos anos 70, época de ditadura militar. Tanto eu como o Diego temos muito respeito por esse repertório.

O show terá dois momentos como conta Kleuber: “Pra hoje além do Dodecafona, que é esse show de canções bregas dos anos 70 com arranjos esquisitos, ainda tem o show da banda mesmo. Será dividido em dois momentos, pra quem não conhece o trabalho autoral da banda é uma boa oportunidade pra conhecer.”

 

Noite Dodecafona + A Dança da Canção Incerta

 

Show: Banda Pó de Ser

Entrada: 15$

Sexta: 27/01

Aberto: às 22 horas

Studio: Way Pub – Rua 242, Qd. 100, Lt. 14, número 222, St. Leste Universitário.

Informações: (62) 98162-1307

*Proibida a entrada e permanência de menores de 18 anos*

 

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